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Padre Roberto Landell, o Pai das telecomunicações






PADRE ROBERTO LANDELL DE MOURA
O inventor do rádio

Como ocorre em muitos casos de grandes descobertas, a invenção do rádio é rodeada por uma aura de polêmica. Tudo pelo fato de que a criação da "caixa que fala", uma das primeiras denominações do meio de comunicação, foi atribuída a dois autores: ao italiano Guglielmo Marconi e, com algumas ressalvas por parte de puristas, ao padre gaúcho Roberto Landell de Moura, mais conhecido como Padre Landell. O primeiro foi alçado ao posto de cientista por ter patenteado, em 1896, o telégrafo sem fio. Landell , mesmo tendo realizado as primeiras transmissões com telefonia sem fio, três anos antes da experiência do italiano, em São Paulo, vivendo num Brasil com poucos dias de república, não obteve sucesso no próprio país e carregou o estigma de bruxo. De acordo com algumas publicações da época, Padre Landell chegou mesmo a ser chamado de filho do demônio escondido sob a batina de cristão.


A voz do pai do rádio pelo sobrinho


Quando decidimos rever a "história não-oficial" do rádio e buscar mais informações sobre o Padre Landell encontramos um desafio. O projeto Vozes do rádio, por princípio, reúne, como numa espécie de museu, as maiores vozes do radio (desde o radiojornalismo até a radionovela e radioteatro) contadas pelos próprios radialistas, pelas próprias personalidades. Precisávamos encontrar uma "voz" que pudesse narrar, veridicamente, um pouco sobre a trajetória de Padre Landell. Quem gentilmente nos concedeu este privilégio foi Guilherme Landell de Moura, sobrinho do padre e umas das poucas pessoas vivas que chegaram a conhecer e a conviver com o gênio gaúcho. Aos 90 anos e aparentando uma lucidez e memória invejáveis, o sobrinho contou, em entrevista realizada nos estúdios da Famecos, no dia 22 de outubro de 2002, um pouco sobre o Padre Landell. Um depoimento, uma voz, que certamente veio a acrescentar um pouco de luz sobre um dos maiores inventores de todos os tempos. 

O surgimento de um gênio - da infância à adolescência
 

Roberto Landell de Moura, filho de Inácio José Ferreira de Moura e de Sara Mariana Landell de Moura, nasceu em 21 de janeiro de 1861, em Porto Alegre, na rua que é conhecida hoje como Marechal Floriano. O pai, filho de protestantes calvinistas foi o responsável pelos seus primeiros anos de educação, desenvolvidos mais tarde na escola pública do professor Hilário Ribeiro, no bairro Azenha. Os talentos do menino foram descobertos cedo, no Colégio Jesuíta de São Leopoldo. Considerado pelos professores como ótimo aluno, desde pequeno manifestou gosto pela física e pela química. Também se interessava por biologia, filosofia, psicologia e, mais tarde, por parapsicologia. Certamente motivado por seu espírito inquieto, Padre Landell mudou-se para o Rio de Janeiro, capital federal na época, em 1879, com 18 anos. Uma das primeiras atitudes tomadas no efervescente Rio de Janeiro do período foi matricular-se na Escola Politécnica e trabalhar como balconista em um armazém de secos e molhados para manter-se. Pelo fato de apresentar, segundo declarações de amigos, uma personalidade complexa, Padre Landell tanto parecia ser um grande estudioso, um "rato de biblioteca" , como um homem divertido, dado a conversas com amigos nas esquinas das ruas de Porto Alegre. Talvez por esse motivo não tenha sido tão grande a surpresa quando resolveu acompanhar o irmão, Guilherme, em uma viagem à Roma.

Todos os caminhos levam a Roma - o sacerdócio

Até hoje os biógrafos da vida do Padre Landell debatem-se com uma dúvida: será que ele embarcou para a Europa para ordenar-se sacerdote no Colégio Pio Americano, ou para estudar ciências físicas e químicas na Universidade Gregoriana? Para todos os efeitos, matriculou-se nas duas instituições e cursou-as ao mesmo tempo. O ano era 1878 e , junto com os estudos, Landell assumiu a vocação religiosa , ordenando-se padre em 1886.
Ele sempre foi considerado um sacerdote empenhado, um pregador da fé católica, não encontrando obstáculos para os deslocamentos, às vezes difíceis. Definitivamente não parava em lugar nenhum, estava sempre ativo e realizou seu primeiro trabalho religioso no Brasil em 1886, quando retornou ao Rio de Janeiro, celebrando sua primeira missa na Igreja do Outeiro da Glória, na presença do imperador Dom Pedro II e sua corte (tempos depois Padre Landell acabou expondo suas idéias sobre a transmissão de imagens e de som para os presentes na ocasião). Mas, foi retornando a São Paulo, que encontrou o ponto crítico de sua carreira como padre e cientista. Na volta a Campinas a população da cidade estava empenhada em dar fim às pesquisas de Padre Landell. As pressões não foram fortes o suficiente para fazê-lo desistir daquilo em que acreditava.

O brilho de gênio - as invenções

Embora suas atividades tenham sido levadas para o lado do ocultismo, Padre Landell não admitia tons supersticiosos nas idéias e teorias que formulava. A gota d'água veio com a destruição de seus instrumentos na oficina em que trabalhava, quando já havia retornado da Itália e estava instalado em São Paulo, logo depois de, também, ter passado pelo Rio Grande do Sul. Quando viajou a Campinas - período em que já realizava experiências com a transmissão de som sem fios - um grupo de fanáticos, acreditando na heresia do Padre, invadiu a casa paroquial, a demoliu e o instigou, posteriormente, a abandonar a batina. Na ocasião, jornais da época declararam que Padre Landell salientou: "Quero mostrar ao mundo que a Igreja Católica não é inimiga da ciência e do progresso humano. Indivíduos, na Igreja, podem neste ou naquele caso, haver se oposto a esta verdade; mas fizeram-no por cegueira. A verdadeira fé católica não nega. Embora tenham me acusado de participar com o diabo e interrompido meus estudos pela destruição de meus aparelhos, hei de sempre afirmar: isto é assim e não pode ser de outro modo. Só agora compreendo Galileu exclamando E por si muove".Uma fuga que não foi fuga - a tentativa de mostrar ao mundo seus equipamentos
Foi por estas e por outras que Padre Landell decidiu ir, em 1901, para os Estados Unidos, que não foi escolhido ao mero acaso. Era naquele país que se realizavam experimentos científicos avançados e onde estavam industriais dispostos a adquirir alguns de seus inventos. Patriota, Padre Landell repetia com ênfase que "meus inventos pertencem à nação brasileira e ao seu povo". Tal como um Santos Dummont às avessas, o que trouxe da terra do Tio Sam quando retornou ao Brasil foram algumas patentes daquelas que são consideradas suas maiores descobertas. Chegando ao país, encaminhou uma carta ao presidente da república, Rodrigues Alves, solicitando dois navios para demonstrar seus inventos. Mais uma vez Padre Landell não foi reconhecido e chegou mesmo a ser considerado louco. 


As patentes registradas
 

Quando esteve nos Estados Unidos, Padre Landell conseguiu registrar quatro patentes:
A primeira, registrada em 9 de março de 1901, de número 3.279, dizia respeito a um equipamento destinado à transmissão fonética à distância, com fio ou sem fio, através do espaço, da terra e da água. No entanto, imbuído de um espírito que mesclava o lado teórico (devido, certamente, à sua formação humanista) ao lado prático na criação de seus inventos - o que poderíamos chamar hoje em dia de self-made man, aquele que se "constrói" a si próprio. Certo de seu valor como cientista, passou cerca de quatro meses em Washington onde obteve mais três patentes, pelo "Transmissor de ondas", em 11 de outubro de 1904 e pelo equipamento que viria a ser o precursor do rádio, sob a patente de número 771.917. Padre Landell ainda pôde registrar, em 22 de novembro de 1904, sob o número 775.337, o "Telefone sem fio", seguido do "Telégrafo sem fio", que obteve o número 775.846.
Enquanto isso, Marconi...

De acordo com registros históricos, a companhia de Guglielmo Marconi , o inventor "oficial" do rádio, foi fundada no início do século XX. Tido como um homem pioneiro para a época ele soube aproveitar a oportunidade (chance que, por ter nascido em um país atrasado tecnologicamente na época, Padre Landell não teve) de viver na Europa, o famoso berço ocidental. Enquanto Padre Landell só obtinha negativas do governo brasileiro, Marconi recebeu a ajuda do governo italiano, embarcando em seguida para Londres. A capital inglesa iria servir de palco para as investidas de Marconi.

A História pródiga

O grande problema de Padre Landell foi não ter conseguido as patentes para seus inventos na época apropriada. O registro oficial só foi conseguido depois de Marconi, que registrara oficialmente seus aparelhos em 1893. Era tarde. Desmotivado, ele retornou para Porto Alegre em 1897, onde foi capelão no bairro Bom Fim e professor de História Universal no Seminário Episcopal. Anos depois, retornou a São Paulo. A volta para Porto Alegre ocorreu em 1908. Na oportunidade, dirigiu a Paróquia do Menino Deus, a Paróquia da Glória e a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, localizada no centro da capital.
Foi em Porto Alegre que ele vivenciou seus últimos anos de vida religiosa, sendo que em 1927 o Vaticano o elevou a Monsenhor. Dizem que foi em um dia chuvoso e frio, em 30 de junho de 1928, que Padre Landell, aos 67 anos, faleceu. Sofrendo de tuberculose, morreu num quarto do Hospital Beneficência Portuguesa, tendo, ao redor, seus familiares e fiéis. Seus restos mortais permaneceram até 2002 no Cemitério dos Padres, próximo à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Em 13 de julho de 2002 foi feita a transferência dos restos para um depósito definitivo, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, na rua Vigário José Inácio, em Porto Alegre..

Extrapolando as fronteiras do rádio

Hoje é sabido que Padre Landell foi um homem à frente de seu tempo, um inventor, um descobridor. Tanto que suas "habilidades" extrapolaram o estudo sobre a transmissão de ondas radiofônicas. O pequeno grande gênio gaúcho também desenvolveu estudos sobre a a fotografia da aura, escrevendo um verdadeiro tratado sobre os efeitos eletroluminescentes da aura humana e sua gravação em filme fotográfico. Mas somente em 1939 esse efeito foi conhecido, na Rússia, sob a denominação de efeito Kirlian.


O rádio no mundo
 

Enquanto as discussões sobre a invenção do rádio ficavam em torno de Marconi e Padre Landell, no mundo a efervescência a respeito de outras formas de comunicação ganhavam contornos mais sérios. Alguns homens que fizeram a história da mídia pesquisavam sobre as ondas eletromagnéticas e a difusão sonora em ondas: foram os antepassados daquilo que viria a ser o rádio. Em 1885, por exemplo, Heinrich Hertz, um físico alemão, comprovou a existência de energia em formas de ondas eletromagnéticas (teoria prevista anteriormente por Maxwell). Hertz construiu um aparelho formado por duas varas metálicas, colocadas no mesmo sentido e separadas. Essas varinhas, unidas aos pólos de um gerador de alta tensão, carregava um condensador que era alterado por correntes de curta duração e que variavam rapidamente. As ondas descobertas foram batizadas de "Hertzianas" (que viajam na mesma velocidade da luz) em homenagem ao seu inventor. Já em 1908, depois de, em 1903 Marconi ter enviado uma mensagem entre dois oceanos, físicos  e todo o mundo esforçaram-se para aperfeiçoar o invento. Foram Joseph John Thomson, Thomas Alva Edson, Lee de Forest, John Ambrose Fleming e Erving Langmuir os construtores das primeiras válvulas.

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