SALVADOR, quarta-feira, 27 de outubro de 2010 (ZENIT.org) – O arcebispo de Salvador (nordeste do Brasil), cardeal Geraldo Majella Agnelo, anunciou na manhã desta quarta-feira que a Irmã Dulce será beatificada em breve.
Segundo informa a arquidiocese, o pronunciamento foi feito na sede das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador. O cardeal informou que até o fim do ano encerra o processo e será conhecida a data da cerimônia de beatificação.
De acordo com o arcebispo, uma comissão científica da Santa Sé aprovou esta semana um milagre atribuído à religiosa, fato decisivo no processo de beatificação.
Segundo Dom Geraldo, a religiosa é exemplo para os cristãos e a sua história de vida é o que justifica a beatificação e o processo de canonização.
“Todo santo é um exemplo de Cristo, como foi o caso dela [Irmã Dulce]; aquela dedicação diuturna durante toda a vida aos pobres e sofredores.”
A causa da beatificação da religiosa brasileira foi iniciada em janeiro do ano 2000 pelo próprio Dom Geraldo Majella. Desde junho de 2001, o processo tramita na Congregação das Causas dos Santos.
Irmã Dulce, natural de Salvador, faleceu em 1992, aos 78 anos. Religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, desenvolveu uma vasta obra assistencial em favor dos mais pobres, especialmente no campo da saúde. Em 1988, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Em 1991, já no leito de morte, recebeu a visita do Papa João Paulo II, em sua segunda viagem ao Brasil.
Fiéis se despedem do corpo de Irmã Dulce e aguardam sua beatificação
Fonte: oglobo.globo.com
O corpo de Irmã Dulce, morta em 1992, foi sepultado em definitivo nesta quarta-feira na Capela das Relíquias, na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Salvador. Seguidores da religiosa, que teve uma vida de dedicação aos pobres, agora aguardam Irmã Dulce ser beatificada pelo Papa Bento XVI.
Nesta terça e quarta-feira, milhares de fiéis participaram de uma vigília diante das relíquias (como são chamados os restos mortais de beatos e santos) de Irmã Dulce. Logo após sua morte, há 18 anos, a religiosa foi sepultada na Igreja da Conceição da Praia. Em janeiro de 2000, quando começou o processo de beatificação, os restos mortais de Irmã Dulce foram transferidos para a Capela do Convento Santo Antônio, sede das Obras Sociais Irmã Dulce.
A exumação do corpo aconteceu na semana passada e foi acompanhada por representantes do Vaticano que se mostraram impressionados com a mumificação natural do corpo 18 anos após a morte de Irmã Dulce. A exumação é a penúltima etapa do processo de beatificação, que é finalizado pelo papa. Agora só falta mais um milagre atribuído à religiosa e reconhecido pelo Vaticano para que ela seja canonizada.
- A roupa estava conservada mesmo após 18 anos, apesar de um pouco escura. O semblante dela é muito sereno, não há odor - diz Maria Rita Pontes, superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce.
Chamada pelo escritor e devoto Jorge Amado de Santa Dulce da Bahia, a freira comoveu a Bahia em seus 77 anos de renúncias e dedicação aos pobres. Desde o dia 13 de março de 1992, data de sua morte, o número de graças concedidas pela intercessão de Irmã Dulce tem se multiplicado em todo Brasil.
Batizada de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a professora de história e geografia resolveu homenagear a mãe, que morreu quando ela tinha apenas 6 anos, ao se ordenar freira da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe, aos 20 anos. Dali em diante, ela seria conhecida, e cultuada, como Irmã Dulce.
A dedicação aos necessitados começou bem antes de seu ingresso na vida religiosa. Aos 13 anos, após conhecer uma comunidade carente na companhia de uma tia, Irmã Dulce começou a ajudar aos necessitados na porta de sua casa, em Salvador.
Nas duas primeiras visitas que fez ao Brasil, o Papa João Paulo II desviou seu percurso para visitar a Mãe dos Pobres na Bahia. Em outubro de 1991, Irmã Dulce já não dormia mais na cadeira de madeira onde passara as noites dos últimos 30 anos de sua vida.
Com 70% da capacidade respiratória comprometida, a freira baiana recebeu o Santo Padre em sua cama de enferma no Convento Santo Antônio (inaugurado por ela em 1947), onde cinco meses depois viria a falecer.
Foi no galinheiro desse mesmo convento que, em 1949, ela instalou os 70 doentes carentes que cuidava, dando origem ao Hospital Santo Antônio, hoje reconhecido pelo Ministério da Saúde como o maior hospital beneficente do Brasil.
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