Infância...
Mário, filho de Luiz Monacelli e Adele Pásseri, nasceu no pequeno povoado de Grello, próximo de Assis na Itália, aos 17 de setembro de 1945. É o último de seis irmãos. Catarina, Pedro, Fulgêncio, Carlo, Ivana.
De Família pobre, humilde, trabalhadora e muito temente a Deus, logo fizeram-no cristão pelo batismo, 20 dias após o seu nascimento.
Durante a infância apascentava as ovelhas, ajudava freqüentava as aulas regularmente.
Recebeu a unção do Crisma em 1951 com 6 anos de idade e a primeira comunhão , três anos depois.
Educado na fé, desde tenra idade começou ajudar diariamente na celebração da Santa Missa, acompanhado e até mesmo carregado à Igreja, pelo próprio pároco, quando ainda não andava direito.
Capuchinho...
Aos doze anos, atraído pelo exemplo de um dos seus irmãos que já era frade capuchinho , Frei Fulgêncio, sente-se chamado e entra para o Seminário Seráfico. Com fé, constância, e incentivo dos familiares, supera inevitáveis dificuldades e permanece firme na perseverança.
Faz o noviciado em 1964 com 19 anos de idade, vindo professar os votos no ano seguinte. Durante seus estudos filosóficos em Foligno (Italia), fica órfão de pai, que falecera de câncer no esôfago em 1966. Emite sua profissão perpétua em 1969 com quase 24 anos de idade nas mãos de D. Adalberto Marzi, bispo prelado do Alto Solimões – Amazonas.
Em Assis no ano de 1972 conclui seus estudos teológicos, onde recebe também o Diaconato na Basílica Inferior de São Francisco.
Seu elogiado comportamento de frade Capuchinho, tinha seu alicerce numa vida cristã retirada e levada a sério tanto na vocação quanto nos estudos, vindo a ser Bacharel em teologia no ano de 1973.
Sacerdote....
Eis que no dia 29 de junho de 1973 recebe a tão esperada Ordenação Sacerdotal. Com uma vocação tão provada pelo dever e fazer crescer a beleza do seu Sacerdócio. “Toda a minha vida de estudante foi norteada pelo espírito missionário”, assim afirma.
Auxiliar fervoroso de círculos e campanhas missionárias para ajudar seus confrades que trabalhavam na Amazônia, inclusive seu irmão, Frei Fulgêncio. O testemunho de tais missionários eram um estímulo para ele.
Orientado par os desafios na missão, preparou-se estudando noções elementares de medicina, pois na Amazônia, tormar-se-ia enfermeiro, médico, cirurgião, parteiro e outros.
Parte da Itália aos 3 de setembro de 1974 rumo ao Alto Solimões. No Aeroporto, na hora da despedida, a mãe Adele, que não consegue conter as lágrimas responde a Dom Adalberto que lhe pergunta: porque choras? – “Que os meus filhos vão para longe de mim não reclamo, mas pelo menos me deixem chorar!”
Missionário...
Chega a São Paulo de Olivença aos 18 dias do mesmo mês em auxílio ao seu irmão que lá era pároco.
Muito entusiasmado, logo se joga nas desobrigas e prestando todo tipo de atendimento.
O jovem sacerdote percebe que precisa se preparar melhor para ajudar mais. Parte para Manaus e vai estudar a língua que falam os índios Tikuna, tribo indígena mais populosa do Brasil. Ajudar os simples e necessitados foi sempre um dos seus desejos e aspirações.
Em pleno exercício missionário, no mês de abril de 1979 recebe com profunda resignação a notícia da morte de sua genitora.
Trabalhou em São Paulo de Olivença e Benjamim Constant. No na de 1980 é transferido para Manaus como formador e logo em seguida volta par o interior do Amazonas, Tabatinga, como Mestre dos Noviços.
Vice-Provincial...
Em 1986, Frei Mário é eleito, pela primeira vez, vice-Provincial dos Capuchinhos do Amazonas e é confirmado no cargo em 1986. Após três anos de trégua, volta a ser eleito em 1995 e reeleito pelo 4º mandato, em 1998.
Isso é sina de uma responsabilidade, zelo e carinho por seus confrades, com seu jeito simples e espontâneo de dinamizar a vida comunitária.
Sua história nos indica a ação de Deus em nossa vida, de um Deus que se torna simples com o seu jeito de ser, converte-se em alegria com o seu sorriso, favorece soluções com sua persistência e ousadia, está sempre perto de nós com a sua serenidade. É alguém que sabe testemunhar a beleza de uma verdadeira vocação.
Periferias... Social
A Área Missionária “Santa Maria Goretti” no bairro Jorge Teixeira em Manaus, desde o início de sua fundação, Frei Mário tem dedicado sua vida sacerdotal de “corpo e alma”.
Para responder a uma população continental sedenta de condições essenciais para viver, Frei Mário montou uma estrutura que correspondesse aos anseios do povo. O alvo do seu apostolado foi atender o povo na sua totalidade: Evangelização, Formação de Comunidades, Educação, Promoção Social, Combate ao desemprego, Alimentação, Saúde... Para isso, procurou formar leigos que numerosos responderam generosamente às iniciativas.
O apoio e auxílio da Pastoral Social da Paróquia de São Sebastião, voluntários, leigos, religiosos, além das paróquias Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora Aparecida, Catedral e São Sebastião. Um grupo de voluntários de Sanfatucchio (Itália) e os Capuchinhos da Úmbria (Itália) também se empenharam com muito entusiasmo.
A dedicação e zelo de Frei Mário associado ao seu espírito incansável perfez uma história de luta e defesa dos mais pobres. As visitas domiciliares e o convite direto ao interlocutor para que o ajudem nos trabalhos são características fortes neste afetuoso missionário capuchinho. Não há registros de alguém que se opusesse ao seu trabalho, pois ainda que pensasse ao contrário, logo era cativado pelo seu sorriso e seu jeito de menino brincalhão. E, brincando, ele dizia as verdades que precisavam ser ouvidas. Seu jeito popular e querido por todos, até pelos evangélicos (protestantes), fez nascer um grupo de pessoas chamado “ Grupo Amigos de Frei Mário do Jorge Teixeira”. Este grupo o apoiava nos trabalhos sociais.
Diversas foram as parcerias que Frei Mário conseguiu para a perfuração de poços artesianos, sanando, assim, a falta do precioso líquido às famílias. Cursos profissionalizantes, junto com o SENAI, foi a alternativa para capacitar pessoas a conseguirem um trabalho e renda. Na ausência de escolas, o missionário Capuchinho organizou com lideranças locais Escolinhas de alfabetização nos barracões comunitários e, até mesmo nas Capelas. Na saúde, contou com a ajuda de diversos profissionais da saúde que doavam seu tempo atendendo gratuitamente o povo uma vez por semana. E, nesse projeto, chamou para participar, estagiários de universidades. Essa experiência configurou-se num grande mutirão pela vida: Serviço Social, Odontologia, Clínica Médica, etc. Se grande era a necessidade, maior era seu intento para captar recursos junto às autoridades públicas locais, iniciativa privada e até do estrangeiro. Pode-se dizer que seus métodos de pregar e viver o evangelho são plenos. Isto é, integral. Vai do anúncio profético às práticas reais do amor, da caridade, da misericórdia, da compaixão.
Uns o chamavam de “louco”, outros de um autêntico filho de São Francisco. Mas qualquer pessoa que o conhece há de concordar que seu jeito cativante, dedicado e sincero conquista a todos. Sua fé em Deus se traduz na fé que tem no povo. E, que os pobres superam desafios, com dignidade, quando se organizam e rezam juntos.
A partir do ano 2000, obedientemente Frei Mário é chamado pelo Arcebispo de Manaus para encabeçar um novo desafio. Pede para deixar a Área Missionária “Santa Maria Goretti” no Jorge Teixeira para assumir a mais nova “Área Missionária Cidade de Deus”. Frei Mário é mesmo incansável. Quando já está vivendo e visualizando os frutos de seu trabalho, tem que deixar tudo e recomeçar em outro lugar. E assim procedeu com a mesma alegria que lhe é característica, seja nessa nova missão quanto nas seguintes pelas estradas: São Pio de Pietrelcina na AM-010, km19 – por exemplo.
Mas em 2004, o novo superior eleito, Frei Paulo Xavier pede-lhe seus serviços como Pároco e guardião da Paróquia e Convento São Sebastião. Aparentemente uma realidade diferente da periferia. Mas, como diz o próprio Frei Mário, “aí é que encontramos os pobres mesmo. As diversas realidade de pobreza se manifestam, sejam as materiais, sejam as espirituais. O tempo é o que temos de mais precioso. E isso é totalmente dedicado ao atendimento das pessoas”. Sua versatilidade e jovialidade, encantamento de menino e zelo pastoral, associado ao seu jeito original de cativar as pessoas sempre fizeram dele um líder capaz de trabalhar e trabalhar bem em equipe. Hoje, é também Conselheiro da Vice-Província.
Mártir da Fidelidade...
Um fato que muito marcou a vida de Frei Mário, foi o martírio de sua irmã Ivana. Assassinada aos 54 anos de idade, no dia 14 de agosto de 1998. Foi vítima de uma perseguição por parte de seu sogro que por muitos anos enfrentou e guardou em silêncio, para não entristecer ninguém e preservar a paz familiar.
Mulher simples, de coração aberto, laboriosa, disponível, amável com todos e de uma alegria contagiante, teve uma vida, consagrada inteiramente à família.
A multidão incalculável que se fez presente para dar-lhe o extremo adeus, com profunda admiração, enaltece-a e apresenta-a como modelo cristão de mulher heróica que pagou com sangue o preço de sua fidelidade. Um nobre exemplo para este mundo tão pobre de verdadeiros ideais.
O povo, numa explosão de fé simples e sincera, proclama-a “Mártir”. “Tens uma irmã mártir!”dizem alguns; estamos diante de uma “Grande Santa Maria Goretti!”exclamam outros. Hoje, um anexo hospitalar na cidade de Tabatinga-Am leva o seu nome. Lá se cuida, especialmente, das mães gestantes dos beiradões que “não têm um lugar onde reclinar a cabeça”.
Na Glória...
No dia 30 de junho de 2008, às 4h30min (horário de Manaus) e (10h30min horário da Itália), no Hospital de Perúgia – Itália, faleceu Frei Mário Monacelli. A causa mortis foi “Metástase total dos órgãos”. Seu corpo foi velado no Convento Santo Antônio de Perúgia-IT e o sepultamento foi na quarta-feira na cidade de Gualdo Tadino, a cidade de seus familiares na região central da Úmbria.
Todos nos curvamos diante da figura ilustre do dedicado missionário e personificação do carisma franciscano,que nos deixa já saudades.
Vai em Paz homem de Deus! Que o Senhor te acolha em seus braços e te dê o descanso eterno. AMÉM!
Em Manaus, os Freis Capuchinhos com os amigos e o povo em geral fizeram uma celebração Eucarística na Igreja São Sebastião.
Mário, filho de Luiz Monacelli e Adele Pásseri, nasceu no pequeno povoado de Grello, próximo de Assis na Itália, aos 17 de setembro de 1945. É o último de seis irmãos. Catarina, Pedro, Fulgêncio, Carlo, Ivana.
De Família pobre, humilde, trabalhadora e muito temente a Deus, logo fizeram-no cristão pelo batismo, 20 dias após o seu nascimento.
Durante a infância apascentava as ovelhas, ajudava freqüentava as aulas regularmente.
Recebeu a unção do Crisma em 1951 com 6 anos de idade e a primeira comunhão , três anos depois.
Educado na fé, desde tenra idade começou ajudar diariamente na celebração da Santa Missa, acompanhado e até mesmo carregado à Igreja, pelo próprio pároco, quando ainda não andava direito.
Capuchinho...
Aos doze anos, atraído pelo exemplo de um dos seus irmãos que já era frade capuchinho , Frei Fulgêncio, sente-se chamado e entra para o Seminário Seráfico. Com fé, constância, e incentivo dos familiares, supera inevitáveis dificuldades e permanece firme na perseverança.
Faz o noviciado em 1964 com 19 anos de idade, vindo professar os votos no ano seguinte. Durante seus estudos filosóficos em Foligno (Italia), fica órfão de pai, que falecera de câncer no esôfago em 1966. Emite sua profissão perpétua em 1969 com quase 24 anos de idade nas mãos de D. Adalberto Marzi, bispo prelado do Alto Solimões – Amazonas.
Em Assis no ano de 1972 conclui seus estudos teológicos, onde recebe também o Diaconato na Basílica Inferior de São Francisco.
Seu elogiado comportamento de frade Capuchinho, tinha seu alicerce numa vida cristã retirada e levada a sério tanto na vocação quanto nos estudos, vindo a ser Bacharel em teologia no ano de 1973.
Sacerdote....
Eis que no dia 29 de junho de 1973 recebe a tão esperada Ordenação Sacerdotal. Com uma vocação tão provada pelo dever e fazer crescer a beleza do seu Sacerdócio. “Toda a minha vida de estudante foi norteada pelo espírito missionário”, assim afirma.
Auxiliar fervoroso de círculos e campanhas missionárias para ajudar seus confrades que trabalhavam na Amazônia, inclusive seu irmão, Frei Fulgêncio. O testemunho de tais missionários eram um estímulo para ele.
Orientado par os desafios na missão, preparou-se estudando noções elementares de medicina, pois na Amazônia, tormar-se-ia enfermeiro, médico, cirurgião, parteiro e outros.
Parte da Itália aos 3 de setembro de 1974 rumo ao Alto Solimões. No Aeroporto, na hora da despedida, a mãe Adele, que não consegue conter as lágrimas responde a Dom Adalberto que lhe pergunta: porque choras? – “Que os meus filhos vão para longe de mim não reclamo, mas pelo menos me deixem chorar!”
Missionário...
Chega a São Paulo de Olivença aos 18 dias do mesmo mês em auxílio ao seu irmão que lá era pároco.
Muito entusiasmado, logo se joga nas desobrigas e prestando todo tipo de atendimento.
O jovem sacerdote percebe que precisa se preparar melhor para ajudar mais. Parte para Manaus e vai estudar a língua que falam os índios Tikuna, tribo indígena mais populosa do Brasil. Ajudar os simples e necessitados foi sempre um dos seus desejos e aspirações.
Em pleno exercício missionário, no mês de abril de 1979 recebe com profunda resignação a notícia da morte de sua genitora.
Trabalhou em São Paulo de Olivença e Benjamim Constant. No na de 1980 é transferido para Manaus como formador e logo em seguida volta par o interior do Amazonas, Tabatinga, como Mestre dos Noviços.
Vice-Provincial...
Em 1986, Frei Mário é eleito, pela primeira vez, vice-Provincial dos Capuchinhos do Amazonas e é confirmado no cargo em 1986. Após três anos de trégua, volta a ser eleito em 1995 e reeleito pelo 4º mandato, em 1998.
Isso é sina de uma responsabilidade, zelo e carinho por seus confrades, com seu jeito simples e espontâneo de dinamizar a vida comunitária.
Sua história nos indica a ação de Deus em nossa vida, de um Deus que se torna simples com o seu jeito de ser, converte-se em alegria com o seu sorriso, favorece soluções com sua persistência e ousadia, está sempre perto de nós com a sua serenidade. É alguém que sabe testemunhar a beleza de uma verdadeira vocação.
Periferias... Social
A Área Missionária “Santa Maria Goretti” no bairro Jorge Teixeira em Manaus, desde o início de sua fundação, Frei Mário tem dedicado sua vida sacerdotal de “corpo e alma”.
Para responder a uma população continental sedenta de condições essenciais para viver, Frei Mário montou uma estrutura que correspondesse aos anseios do povo. O alvo do seu apostolado foi atender o povo na sua totalidade: Evangelização, Formação de Comunidades, Educação, Promoção Social, Combate ao desemprego, Alimentação, Saúde... Para isso, procurou formar leigos que numerosos responderam generosamente às iniciativas.
O apoio e auxílio da Pastoral Social da Paróquia de São Sebastião, voluntários, leigos, religiosos, além das paróquias Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora Aparecida, Catedral e São Sebastião. Um grupo de voluntários de Sanfatucchio (Itália) e os Capuchinhos da Úmbria (Itália) também se empenharam com muito entusiasmo.
A dedicação e zelo de Frei Mário associado ao seu espírito incansável perfez uma história de luta e defesa dos mais pobres. As visitas domiciliares e o convite direto ao interlocutor para que o ajudem nos trabalhos são características fortes neste afetuoso missionário capuchinho. Não há registros de alguém que se opusesse ao seu trabalho, pois ainda que pensasse ao contrário, logo era cativado pelo seu sorriso e seu jeito de menino brincalhão. E, brincando, ele dizia as verdades que precisavam ser ouvidas. Seu jeito popular e querido por todos, até pelos evangélicos (protestantes), fez nascer um grupo de pessoas chamado “ Grupo Amigos de Frei Mário do Jorge Teixeira”. Este grupo o apoiava nos trabalhos sociais.
Diversas foram as parcerias que Frei Mário conseguiu para a perfuração de poços artesianos, sanando, assim, a falta do precioso líquido às famílias. Cursos profissionalizantes, junto com o SENAI, foi a alternativa para capacitar pessoas a conseguirem um trabalho e renda. Na ausência de escolas, o missionário Capuchinho organizou com lideranças locais Escolinhas de alfabetização nos barracões comunitários e, até mesmo nas Capelas. Na saúde, contou com a ajuda de diversos profissionais da saúde que doavam seu tempo atendendo gratuitamente o povo uma vez por semana. E, nesse projeto, chamou para participar, estagiários de universidades. Essa experiência configurou-se num grande mutirão pela vida: Serviço Social, Odontologia, Clínica Médica, etc. Se grande era a necessidade, maior era seu intento para captar recursos junto às autoridades públicas locais, iniciativa privada e até do estrangeiro. Pode-se dizer que seus métodos de pregar e viver o evangelho são plenos. Isto é, integral. Vai do anúncio profético às práticas reais do amor, da caridade, da misericórdia, da compaixão.
Uns o chamavam de “louco”, outros de um autêntico filho de São Francisco. Mas qualquer pessoa que o conhece há de concordar que seu jeito cativante, dedicado e sincero conquista a todos. Sua fé em Deus se traduz na fé que tem no povo. E, que os pobres superam desafios, com dignidade, quando se organizam e rezam juntos.
A partir do ano 2000, obedientemente Frei Mário é chamado pelo Arcebispo de Manaus para encabeçar um novo desafio. Pede para deixar a Área Missionária “Santa Maria Goretti” no Jorge Teixeira para assumir a mais nova “Área Missionária Cidade de Deus”. Frei Mário é mesmo incansável. Quando já está vivendo e visualizando os frutos de seu trabalho, tem que deixar tudo e recomeçar em outro lugar. E assim procedeu com a mesma alegria que lhe é característica, seja nessa nova missão quanto nas seguintes pelas estradas: São Pio de Pietrelcina na AM-010, km19 – por exemplo.
Mas em 2004, o novo superior eleito, Frei Paulo Xavier pede-lhe seus serviços como Pároco e guardião da Paróquia e Convento São Sebastião. Aparentemente uma realidade diferente da periferia. Mas, como diz o próprio Frei Mário, “aí é que encontramos os pobres mesmo. As diversas realidade de pobreza se manifestam, sejam as materiais, sejam as espirituais. O tempo é o que temos de mais precioso. E isso é totalmente dedicado ao atendimento das pessoas”. Sua versatilidade e jovialidade, encantamento de menino e zelo pastoral, associado ao seu jeito original de cativar as pessoas sempre fizeram dele um líder capaz de trabalhar e trabalhar bem em equipe. Hoje, é também Conselheiro da Vice-Província.
Mártir da Fidelidade...
Um fato que muito marcou a vida de Frei Mário, foi o martírio de sua irmã Ivana. Assassinada aos 54 anos de idade, no dia 14 de agosto de 1998. Foi vítima de uma perseguição por parte de seu sogro que por muitos anos enfrentou e guardou em silêncio, para não entristecer ninguém e preservar a paz familiar.
Mulher simples, de coração aberto, laboriosa, disponível, amável com todos e de uma alegria contagiante, teve uma vida, consagrada inteiramente à família.
A multidão incalculável que se fez presente para dar-lhe o extremo adeus, com profunda admiração, enaltece-a e apresenta-a como modelo cristão de mulher heróica que pagou com sangue o preço de sua fidelidade. Um nobre exemplo para este mundo tão pobre de verdadeiros ideais.
O povo, numa explosão de fé simples e sincera, proclama-a “Mártir”. “Tens uma irmã mártir!”dizem alguns; estamos diante de uma “Grande Santa Maria Goretti!”exclamam outros. Hoje, um anexo hospitalar na cidade de Tabatinga-Am leva o seu nome. Lá se cuida, especialmente, das mães gestantes dos beiradões que “não têm um lugar onde reclinar a cabeça”.
Na Glória...
No dia 30 de junho de 2008, às 4h30min (horário de Manaus) e (10h30min horário da Itália), no Hospital de Perúgia – Itália, faleceu Frei Mário Monacelli. A causa mortis foi “Metástase total dos órgãos”. Seu corpo foi velado no Convento Santo Antônio de Perúgia-IT e o sepultamento foi na quarta-feira na cidade de Gualdo Tadino, a cidade de seus familiares na região central da Úmbria.
Todos nos curvamos diante da figura ilustre do dedicado missionário e personificação do carisma franciscano,que nos deixa já saudades.
Vai em Paz homem de Deus! Que o Senhor te acolha em seus braços e te dê o descanso eterno. AMÉM!
Em Manaus, os Freis Capuchinhos com os amigos e o povo em geral fizeram uma celebração Eucarística na Igreja São Sebastião.
Comentários
Prezado Pe.Edson,
trabalho no Jornal Mesorregional Alto Solimões e pergunto se posso publicar o artigo sobre a vida de frei Mario, OFM Cap., pois sabemos que a Amazônia perdeu um grande homem e mas talvez Deus precisou dele para outra missão. Certo de vossa compreensão. Cordialmente,
Edney da Cunha, OFS. Colaborador de Reportagens - JMAS.
Email: edney_cunha@hotmail.com