Roma, 22 Mai. 15 / 05:16 pm (ACI).-Extremistas
muçulmanos sequestraram o sacerdote Jacques Mourad, Prior do Mosteiro
de Mar Elias, em Qaryatayn (Síria central), localizado aproximadamente
há cem quilômetros ao sudoeste de Palmira, a cidade invadida na
quarta-feira pelo Estado Islâmico (ISIS).
A notícia foi divulgada pela página “Os amigos de Mar Moussa” e
confirmada pela Arquidiocese siro-católica de Homs e pediu aos fiéis
rezarem ao Senhor pela liberação do sacerdote.
O Pe. Nawras Sammour, diretor do Serviço Jesuíta para os Refugiados no Oriente Médio, declarou à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja
que Sofre (AIS): “Somente sabemos que (o sacerdote) foi levado por
quatro homens, certamente membros de um grupo jihadista”. O Pe. Mourad
estava com seus colaboradores quando duas motos detiveram seu automóvel e
sequestraram o sacerdote jesuíta.
Segundo algumas informações, o diácono Boutros Hanna também foi
sequestrado junto ao Pe. Jacques Mourad, mas este dado ainda não foi
confirmado pela arquidiocese.
Seu último contato
Segundo informações da página “Os amigos de Mar Moussa”, o sacerdote
enviou um último correio eletrônico na quinta-feira ao meio dia,
expressando sua preocupação pelo avanço dos jihadistas.
“Estamos passando por um momento difícil, existe muita tensão porque os
extremistas, conhecidos como ISIS, se aproximaram da nossa cidade depois
de ter invadido Palmira…hoje estamos aqui, mas amanhã não sabemos…a vida se tornou complicada…rezem por nós”, escreveu o Pe. Mourad, que guiou durante doze anos a paróquia siro-católica nesta região.
Nesse sentido, o Pe. Sammour recordou: “No meu último encontro com o Pe.
Mourad, há dois meses, expressou sua grande preocupação pela presença
dos fundamentalistas em Qaryatayn”.
Entretanto, apesar do perigo o sacerdote decidiu não abandonar os fiéis e
os refugiados que eram acolhidos no mosteiro. Há algum tempo negociou
com membros da Frente islamista al-Nusra para que alguns sequestrados
fossem liberados.
“Quando perguntei ao Pe. Mourad se ele queria ir embora deste lugar, ele
me respondeu: ‘Somente sairia daqui à força, enquanto isso não aconteça
fico com o meu povo’. O sacerdote recebeu muitas pessoas que fugiam de
Palmira nos últimos dias. Ele sempre ajudou os sírios e acolheu
muitíssimos muçulmanos no monastério de São Elias”, recordou o Pe.
Sammour.
Segundo informou o jornal Avvenire: “O sequestro do sacerdote é
interpretado como um sinal da vontade que o ISIS tem de conquistar a
cidade de Homs, capital desta região da Síria localizada a 50
quilômetros ao noroeste do Qaryatayn.
Este temor foi declarado pelo Pe. Jacques Mourad há alguns dias. Segundo
fontes locais, citadas pela agência vaticana Fides acreditam que por
trás do sequestro estão os grupos salafistas presentes na zona e que se
sentem reforçados pelos recentes avanços militares do grupo terrorista
al-Nusra e do ISIS.
Conforme informaram, o sacerdote Mourad é membro da mesma comunidade do
Pe. Paolo Dall'Oglio, sequestrado em 29 de julho de 2013, enquanto se
encontrava em Raqqa, no norte da Síria, considerada capital do califado
do ISIS.
O Pe. Sammour recordou: “Este sequestro é acrescentado aos dos Bispos
de Aleppo, Dom Yohanna Ibrahim e Dom Bulos Yazigi. Além disso, estão os
assassinatos do Pe. François Mourad em 23 de junho de 2013 e do Pe.
Frans Van Der Lugt em 7 de abril de 2014.
“Nós sacerdotes temos consciência dos riscos que corremos, mas não
podemos fazer outra coisa senão permanecer ao lado dos sírios, quer
cristãos como muçulmanos. Em muitos casos, somos o único ponto de
referência”, declarou o jesuíta Nawras Sammour.
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