A Tradição da Igreja não é expressa apenas por meio de palavras ou ações e
gestos usados na adoração, mas também por arte — pelas linhas e cores
dos Ícones Sagrados.
Um ícone não é simplesmente uma figura religiosa desenhada para despertar os sentimentos adequados no observador; é uma das formas pelas quais Deus é revelado ao homem, pois através dos ícones o cristão ortodoxo recebe uma visão do mundo espiritual. Sendo o ícone parte da Tradição, o pintor não tem a liberdade de inovação e adaptação, já que o trabalho deve refletir, não o seu juízo estético e sim o espírito da Igreja. Não se exclui a inspiração artística, ela é exercida dentro de regras determinadas. É importante que o iconógrafo seja um bom artista e, mais importante ainda, que ele seja um cristão sincero e que viva dentro da tradição preparando-se para o trabalho através da Confissão e da Comunhão.
Um ícone não é simplesmente uma figura religiosa desenhada para despertar os sentimentos adequados no observador; é uma das formas pelas quais Deus é revelado ao homem, pois através dos ícones o cristão ortodoxo recebe uma visão do mundo espiritual. Sendo o ícone parte da Tradição, o pintor não tem a liberdade de inovação e adaptação, já que o trabalho deve refletir, não o seu juízo estético e sim o espírito da Igreja. Não se exclui a inspiração artística, ela é exercida dentro de regras determinadas. É importante que o iconógrafo seja um bom artista e, mais importante ainda, que ele seja um cristão sincero e que viva dentro da tradição preparando-se para o trabalho através da Confissão e da Comunhão.
A tradição da Igreja Ortodoxa é, sob um ponto de vista superficial, formada por elementos básicos, tais como as Escrituras, os Concílios, Padres, Liturgia, Cânones e Ícones. Esses elementos não podem ser separados ou comparados, pois é o mesmo Espírito Santo que fala através de todos eles que juntos formam um todo, devendo cada parte deve ser entendida a luz das outras partes.
Algumas vezes já foi dito que a principal causa
da separação do Cristianismo ocidental no século XVI foi a divisão
entre teologia e misticismo, liturgia e devoção pessoal que existiam no
fim da Idade Média. A Ortodoxia, por sua parte, sempre tentou evitar
esta divisão. A verdadeira teologia Ortodoxa é mística; assim o
misticismo separado da teologia torna-se subjetivo e herético, portanto a
teologia, não sendo mística, degenerasse a uma escolástica estéril e
acadêmica no mal sentido da palavra.
Teologia, misticismo, espiritualidade, regras
morais, adoração e arte não podem estar em compartimentos separados. A
doutrina não pode ser entendida a não ser através de oração: um teólogo,
disse Evagrius, é aquele que sabe rezar, que reza em espírito e em
verdade e é, por este ato, um teólogo (On Prayer, 60, P.G. 79, 1180B). E
a doutrina, entendida pela oração, deve também ser vivida: teologia sem
obra, como São Maximus já havia colocado, é a teologia de demônios
(Carta 20, P.G.91, 601C).
O Credo pertence apenas àqueles que nele vivem. Fé e amor, teologia e vida são inseparáveis.
Na Liturgia Bizantina, o credo é introduzido
com as palavras: «Amemo-nos uns aos outros para que, em comunhão de
espírito, possamos confessar... o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
Trindade consubstancial e indivisível.» Isto expressa exatamente a
atitude Ortodoxa perante a Tradição. Se não amamos uns aos outro, não
podemos amar a Deus e, se não podemos amá-Lo, não podemos confessar a
verdadeira fé e entrar no espírito da Tradição, pois não há outra forma
de caminhar com Deus além de amá-Lo. [...]
Comentários