Os sábios de Israel afirmam que toda a Torá (o Pentateuco) tem um significado; cada livro da Torá tem um significado; cada frase da Torá tem um significado; cada palavra da Torá tem um significado; cada letra da Torá tem um significado. Com essa convicção, os sábios querem manifestar a insondável profundidade da Palavra de Deus que, quanto mais entendida, mais falta entender, pois a Palavra de Deus é o próprio Deus. E, quem pode dizer que o domina pelo conhecimento? Pedimos na Liturgia das Horas: “Fazei que todos aqueles que se dedicam à busca da verdade possam encontrá-la, e, encontrando-a, se esforcem por buscá-la sempre mais” (III Semana,Vésperas da Segunda-feira). É fonte inesgotável.
Com o mesmo espírito devemos procurar descobrir as riquezas dos símbolos bíblicos, vencendo a tentação racional de breves e definitivas definições. Em si, os símbolos são sempre ricos e passíveis de muitas explicações; maior ainda a riqueza se forem encontrados nas Escrituras. E se manifestarem na Liturgia.
Com o mesmo espírito devemos procurar descobrir as riquezas dos símbolos bíblicos, vencendo a tentação racional de breves e definitivas definições. Em si, os símbolos são sempre ricos e passíveis de muitas explicações; maior ainda a riqueza se forem encontrados nas Escrituras. E se manifestarem na Liturgia.
Dito isso, gostaria de levar o leitor a explorar, para seu alimento espiritual, um símbolo que hoje está presente em Israel, em nossas igrejas, em ilustrações e imagens: a Menorá, o Candelabro de sete braços com sete lâmpadas (Menorá significa lâmpada, candelabro). Sua descrição está no livro do Êxodo (25, 31-40), no momento em que o Senhor descreve a Moisés o modo de construir o Santuário onde serão guardadas as Tábuas da Lei: “O candelabro será polido, tanto a base como a haste. Seus cálices, botões e flores formarão uma só peça. Seis braços sairão de seus lados, três de um e três de outro”.
Moisés fez como o Senhor lhe ordenou e, na Terra prometida, a Menorá foi guardada no Templo de Jerusalém, sempre acesa com óleo puríssimo. Após o ano 70, quando o Templo foi destruído pelos romanos e Israel deixou de existir como Estado, foi levada a Roma pelos soldados e ficou exposta no Templo da Paz de Vespasiano. Depois, perdem-se as notícias e surgem mitos. Hoje, a Menorá é o símbolo do Estado de Israel.
O que significa a Menorá?
O Senhor não explicou o significado da Menorá, mas deu seu Espírito para que busquemos as riquezas de seu simbolismo, tanto judeu como cristão. Alguns significados:
O que significa a Menorá?
O Senhor não explicou o significado da Menorá, mas deu seu Espírito para que busquemos as riquezas de seu simbolismo, tanto judeu como cristão. Alguns significados:
Sábado e os outros dias da Criação – o Shabat – Sábado, o Sétimo Dia é sagrado porque celebra a conclusão da obra criadora de Deus. É o dia reservado para o repouso e para o louvor à obra que o Senhor viu que “era muito boa”. O Sábado é o último dia da semana: Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, pois nesse dia Deus repousou de toda a obra da criação (Gn 2, 1-3). A Menorá simboliza a semana: a lâmpada central é o Sábado, e os seis braços os seis dias da Criação.
Ao entrar no Templo e, hoje, nas Sinagogas, contemplando a Menorá o povo judeu nele vê a obra do Senhor e louva sua sabedoria e beleza.
Árvore da Vida – “E o Senhor Deus fez brotar do solo toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso, e, no meio do jardim, a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 2, 8-9). Comer desse fruto é a decisão de querer ser igual a Deus, decidir por conta própria o que seja bom ou mal. A Árvore da Vida, em algumas ilustrações, finca as raízes nos céus e seus ramos cheios de frutos se estendem generosamente pela terra. Unidos ao Senhor teremos sempre o alimento que dá a vida.
Árvore da Vida – “E o Senhor Deus fez brotar do solo toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso, e, no meio do jardim, a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 2, 8-9). Comer desse fruto é a decisão de querer ser igual a Deus, decidir por conta própria o que seja bom ou mal. A Árvore da Vida, em algumas ilustrações, finca as raízes nos céus e seus ramos cheios de frutos se estendem generosamente pela terra. Unidos ao Senhor teremos sempre o alimento que dá a vida.
A Menorá também significa a Árvore da Vida. Ela recorda ao crente que não viverá separando-se do Criador.
Menorah – sua mais antiga representação, no Arco de Tito em Roma. Após o incêndio do Templo de Jerusalém no ano 70, foi levada pelos soldados romanos.
Sarça ardente – a descrição da Sarça ardente que Moisés contemplou no Monte Horeb é uma das mais ricas de toda a vida mística, vida em comunhão com Deus: o Senhor é o Fogo que tudo consome mas não é consumido, é fogo que atrai irresistivelmente mas não pode ser tocado; do Senhor somente podemos nos aproximar com os pés descalços, em profunda adoração. Apareceu a Moisés o anjo do Senhor numa chama de fogo, do meio de uma sarça. Moisés notou que a sarça estava em chamas, mas não se consumia (Ex 3, 1-6) e recebe a ordem do Senhor para libertar seu povo.
A Menorá, Árvore da Vida, é também a Sarça ardente, a Vida que arde de amor pelo povo em busca da libertação. Mas, o povo somente terá a liberdade enquanto ficar descalço diante do Senhor, enquanto adorá-lo em espírito e vida.
A Menorá, Árvore da Vida, é também a Sarça ardente, a Vida que arde de amor pelo povo em busca da libertação. Mas, o povo somente terá a liberdade enquanto ficar descalço diante do Senhor, enquanto adorá-lo em espírito e vida.
Símbolo cósmico – o candelabro tem sete braços simboliza os sete dias da Criação e também simboliza a autoridade do Criador sobre os cosmos, expressa a totalidade. Desse modo, contando o último braço à esquerda e o último à direita e seguindo para o centro, a Menorá contempla o céu e a terra – o norte e o sul – o oriente/leste e o ocidente/oeste. Na lâmpada ao centro o Espírito de Deus pairando sobre o universo.
Corpos celestes – os estudiosos de astronomia, no tempo da Antiga Aliança, contemplaram na Menorá os corpos celestes deles conhecidos: ao centro, o Sol e, nos braços laterais: a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.
Corpos celestes – os estudiosos de astronomia, no tempo da Antiga Aliança, contemplaram na Menorá os corpos celestes deles conhecidos: ao centro, o Sol e, nos braços laterais: a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.
O Espírito do Senhor e seus dons – por sua vez, outros rabinos afirmam que, sem sombra de dúvida, a Menorá conduz à visão de Isaías (11, 2), completando a revelação do Senhor a Moisés, nessa ordem: 1 – O Espírito do Senhor (braço central) – 2 e 3 – Espírito de Sabedoria e Inteligência (a cada lado do braço central) – 4 e 5 – Espírito de Conselho e de Fortaleza – 6 e 7 – Espírito de Conhecimento e de Temor de Deus.
Nós cristãos, seguindo essa revelação, contemplamos na Menorá os sete Dons do Espírito Santo.
Menorá – Paixão e Glória do Senhor – Jesus Cristo é a plenitude da Aliança, tudo nele encontra a plenitude no mistério da Redenção, tudo foi feito por ele, com ele e nele. A Profissão de Fé paulina, num dos mais antigos textos no Novo Testamento (Fl 2, 5-11), explicita a Paixão e Glória do Senhor com os termos de descida e subida.
Nós cristãos, seguindo essa revelação, contemplamos na Menorá os sete Dons do Espírito Santo.
Menorá – Paixão e Glória do Senhor – Jesus Cristo é a plenitude da Aliança, tudo nele encontra a plenitude no mistério da Redenção, tudo foi feito por ele, com ele e nele. A Profissão de Fé paulina, num dos mais antigos textos no Novo Testamento (Fl 2, 5-11), explicita a Paixão e Glória do Senhor com os termos de descida e subida.
Com esse entendimento, os braços da Menorá nos trazem a história da Redenção da Nova Aliança. Ao centro contemplamos a Glória de Deus e, a partir da esquerda, o mistério da descida (kênosis): despojou-se da condição divina – assumiu a forma humana de escravo – humilhou-se até a morte de cruz. E, da direita para o centro, o mistério da subida (glória): por isso Deus o exaltou acima de tudo – deu-lhe um Nome diante do qual todos se prostrem – e proclamem Jesus Cristo é o Senhor.
No livro do Apocalipse (1, 16), João contempla o Filho do Homem que “na mão direita tinha sete estrelas … e seu rosto era como o sol no seu brilho mais forte”: Jesus carrega a Menorá, e Jesus é a Menorá, unindo numa só as duas Alianças.
E com isso, apenas iniciamos a meditar o símbolo da Menorá, do Candelabro dos setes braços! Nele contemplamos a plenitude do Ser divino, do ser humano e da Criação. E ainda falta muito para nos aprofundarmos em sua riqueza. A vida é breve para tirarmos toda a água desse poço que mata nossa sede.
Pe. José Artulino Besen
No livro do Apocalipse (1, 16), João contempla o Filho do Homem que “na mão direita tinha sete estrelas … e seu rosto era como o sol no seu brilho mais forte”: Jesus carrega a Menorá, e Jesus é a Menorá, unindo numa só as duas Alianças.
E com isso, apenas iniciamos a meditar o símbolo da Menorá, do Candelabro dos setes braços! Nele contemplamos a plenitude do Ser divino, do ser humano e da Criação. E ainda falta muito para nos aprofundarmos em sua riqueza. A vida é breve para tirarmos toda a água desse poço que mata nossa sede.
Pe. José Artulino Besen
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