Pedro e as origens do Papado
Referências ao papado na Bíblia
50 Provas do Primado Petrino e do papado tiradas do Novo Testamento
A doutrina católica sobre o papado é bíblica e decorre do primado de São Pedro entre os Apóstolos. Como todas as doutrinas cristãs, desenvolveu-se ao longo dos séculos mas não se afastou dos seus elementos essenciais, presentes na liderança e nas prerrogativas do Apóstolo São Pedro. Tais prerrogativas foram dadas a São Pedro por Nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecidas por seus contemporâneos e aceitas pela Igreja Primitiva. Os dados bíblicos sobre o Primado Petrino são muito fortes e inelutáveis em virtude de seu peso cumulativo. Tal peso fica especialmente claro com o auxílio de comentários bíblicos. A evidência da Sagrada Escritura se segue logo abaixo:
1.Mt 16,18: “E eu te digo, tu és Pedro, e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja, e os poderes da morte não prevalecerão contra ela”.
A pedra (em grego, petra) aqui mencionada é o próprio São Pedro e não a sua fé ou Jesus Cristo {a}. Cristo não aparece aqui como a fundação, mas como o arquiteto que “constrói”. A Igreja é edificada, não sobre confissões, mas sobre confessores – pessoas vivas (ver, por exemplo, 1Pd 2,5).
Hoje o consenso da grande maioria dos eruditos e comentadores bíblicos se encontra a favor da interpretação católica. Aqui é dito que São Pedro é a pedra de fundação da Igreja, a cabeça e o superior da família de Deus (vemos aí a “semente” da doutrina do papado). Além disso, a palavra “pedra” expressa uma metáfora análoga à usada por São Pedro para designar o Messias sofredor e desprezado (1Pd 2,4-8; cf. Mt 21,42). Sem uma fundação sólida qualquer casa desaba. São Pedro é o fundamento, mas não o fundador da Igreja; administrador, mas não o Senhor da Igreja. O Bom Pastor (Jo 10,11) nos dá também outros pastores (Ef 4,11).
{a} – N. do T.: Alguns protestantes objetam que o nome de Pedro em grego, petros, significa “pequena pedra”, e que, portanto, Cristo refere-se a si próprio como rocha fundamental da Igreja, petra, “grande pedra”. Tal objeção não se sustenta porque: I – No grego koiné do NT as palavras petros e petra não possuem significados distintos [ver as seguintes fontes protestantes que confirmam este fato: Joseph H. Thayer, Thayer's Greek-English Lexicon of the New Testament (Peabody: Hendrickson, 1996), 507; D.A. Carson, "Matthew," in Frank E. Gaebelein, ed., The Expositor's Bible Commentary (Grand Rapids: Zondervan, 1984), vol. 8, 368]. II – A palavra grega para designar “pequena pedra” é lithos. Por exemplo, em Mt 4,3, o demônio tenta o Senhor a operar um milagre transformando algumas pedras, lithoi, em pães; em Jo 10,31, os judeus apanham pedras, lithoi, para apedrejar Jesus. III – Jesus falava aramaico, não grego, e em aramaico ele usou a mesma palavra para designar Pedro e pedra: kefa (cfr. Jo 1,42). Se o Senhor tencionasse chamar o Apóstolo de “pequena pedra”, teria usado o termo aramaico correspondente, evna. IV – O evangelista usou petros enquanto forma masculina de petra, para evitar uma impropriedade de gênero, a designação de um sujeito masculino – o Apóstolo – com um nome feminino – petra. V -Especialistas em grego reconhecem que petros = petra na sentença de Mt 16,18. A sintaxe da frase não deixa lugar para dúvidas. Petros é o mesmo sujeito que é designado sob o nome de petra, ou seja, São Pedro.
2.Mt 16,19: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus…”
O “poder das chaves” tem a ver com a disciplina eclesiástica e a autoridade administrativa com respeito às exigências da fé, como em Is 22,2 (cf. Is 9,6; Jó 12,14. Ap 3,7). É deste poder que derivam o uso de censuras, a excomunhão, a absolvição, a disciplina batismal, a imposição de penitências e os poderes legislativos. No AT um mordomo, ou primeiro ministro, é o “maior da casa”, o homem que ficava acima da assembléia (Gn 41,40; 43,19; 44,4; 1Rs 4,6; 16,9; 18,3; 2Rs 10,5; 15,5; 18,18; Is 22,15.20-21).
3.Mt 16,19: “…o que tu ligares sobre a terra será ligado no Céu, e o que desligares sobre a terra será desligado no Céu”.
“Ligar” e “desligar” eram termos técnicos usados pelos rabinos, que significavam “proibir” e “permitir” com referência à interpretação da Lei. Secundariamente significavam o poder de condenar ou absolver. Portanto, a São Pedro e a seus sucessores, os papas, foi dada a autoridade de estabelecer as leis para a doutrina e a vida, em virtude da Revelação e da assistência do Espírito Santo (Jo 16,13), e de receber a obediência da Igreja. “Ligar” e “desligar” representam os poderes judiciais e legislativos do papa e do bispos (Mt 18,17-18; Jo 20,23). São Pedro, no entanto, é o único Apóstolo que recebeu esses poderes individualmente, o que o põe em lugar de preeminência no Colégio Apostólico.
4.O nome de Pedro ocorre em primeiro lugar em todas as listas dos Apóstolos (Mt 10,2; Mc 3,16; Lc 6,14; At 1,13). Mateus chega a chamá-lo de “primeiro” (10,2). Judas Iscariotes é invariavelmente mencionado em último lugar.
5.Pedro é quase sempre mencionado primeiro, quando seu nome aparece junto de outros. Em um exemplo que contradiz esta regra (o único), Gl 2,9, no qual “Cefas” é listado depois de Tiago e antes de João, Pedro aparece claramente em destaque, levando-se em conta o contexto do versículo (p. ex., 1,18-19; 2,7-8). Alguns códices registram variações nas quais Pedro aparece em primeiro lugar.
6.Apenas Pedro, entre todos os Apóstolos, recebe um novo nome, “pedra”, solenemente conferido (Jo 1,42; Mt 16,18).
7.Da mesma forma, Pedro é colocado por Jesus como o Pastor Chefe depois dele mesmo (Jo 21,15-17) sobre a Igreja Universal, embora outros possuam um papel parecido mas subordinado (At 20,28; 1Pd 5,2).
8.Jesus ora apenas por Pedro, dentre todos os Apóstolos, para que a sua fé não desfaleça (Lc 22,32).
9.Apenas Pedro, entre todos os Apóstolos, é exortado por Jesus: “fortalece teus irmãos” (Lc 22,32).
10.Pedro é o primeiro a confessar a divindade de Cristo (Mt 16,16).
11.Apenas de Pedro se diz que recebeu conhecimento divino através de uma revelação especial (Mt 16,17).
12.Pedro é considerado pelos Judeus (At 4,1-13) como o líder e porta-voz dos cristãos.
13.Pedro é considerado pelo povo da mesma forma (At 2,37-41; 5,15).
14.Jesus Cristo paga o imposto para si mesmo e para Pedro (Mt 17,24-27).
15.Cristo ensina da barca de Pedro, e a pesca milagrosa que se segue (Lc 5,1-11) é talvez uma metáfora sobre o papa como “pescador de homens” (cf. Mt 4,19).
16.Pedro foi o primeiro Apóstolo a partir para, e a entrar em, o sepulcro vazio (Lc 24,12; Jo 20,6).
17.Um anjo destaca Pedro entre os discípulos como líder e representante dos Apóstolos (Mc 16,7).
18.Pedro lidera os Apóstolos na pesca (Jo 21,2-3.11). A “barca” de Pedro tem sido considerada pelos católicos como uma figura da Igreja, com Pedro no leme.
19.Apenas Pedro anda sobre as águas para encontrar-se com Jesus (Jo 21,7).
20.As palavras de Pedro são as primeiras a serem registradas e as mais importantes no Cenáculo, antes de Pentecostes (At 1,15-22).
21.Pedro toma a liderança na convocação para a escolha de um substituto para Judas (At 1,22).
22.Pedro é a primeira pessoa a falar (e a única registrada) depois de Pentecostes, de modo que ele foi o primeiro cristão a “pregar o Evangelho” no tempo da Igreja (At 2,14-36).
23.Pedro opera o primeiro milagre do tempo da Igreja, curando um aleijado de nascença (At 3,6-12).
24.Pedro lança o primeiro anátema (sobre Ananias e Safira), enfaticamente confirmado por Deus (At 5,2-11)!
25.A sombra de Pedro opera milagres (At 5,15).
26.Pedro é o primeiro depois de Cristo a ressuscitar uma pessoa morta (At 9,40).
27.Um anjo instrui Cornélio a procurar Pedro para conhecer a fé cristã (At 10,1-6).
28.Pedro é o primeiro a receber os gentios, após uma revelação de Deus (At 10,9-48).
29.Pedro ensina aos outros Apóstolos sobre a catolicidade (universalidade) da Igreja (At 11,5-17).
30.Pedro é o objeto da primeira intervenção divina em favor de um indivíduo no tempo da Igreja (um anjo o liberta da prisão – At 12,1-17).
31.A Igreja inteira ora por Pedro enquanto o mesmo está preso (At 12,5).
32.Pedro preside e abre o primeiro Concílio da História da Igreja, e lança vários princípios que serão adotados por todos os cristãos (At 15,7-11).
33.Paulo distingue as aparições do Senhor a Pedro após a ressurreição das aparições realizadas diante dos demais Apóstolos (1Cor 15,4-8). Os dois discípulos na estrada de Emaús fazem a mesma distinção (Lc 24,34), na ocasião mencionando apenas Pedro (“Simão”), mesmo tendo eles mesmos acabado de ver o Cristo ressuscitado (Lc 24,33).
34.Pedro é muitas vezes distinguido entre os apóstolos (Mc 1,36; Lc 9,28.32; At 2,37; At 5,29; 1Cor 9,5).
35.Pedro é quase sempre o porta-voz dos outros Apóstolos, especialmente nos momentos mais importantes (Mc 8,29; Mt 18,21; Lc 9,5; Lc 12,41; Jo 6,67ss).
36.O nome de Pedro é sempre o primeiro a ser listado dentro do “círculo íntimo” dos discípulos (Pedro, Tiago e João – Mt 17,1; Mt 26,37.40; Mc 5,37; Mc 14,37).
37.Pedro é muitas vezes figura central junto a Jesus em cenas dramáticas do Evangelho, como a caminhada sobre as águas (Mt 14,28-32; Lc 5,1ss; Mc 10,28; Mt 17,24ss).
38.Pedro é o primeiro a reconhecer e refutar a heresia, contra Simão o Mago (At 8,14-24).
39.O nome de Pedro é mais citado do que todos os discípulos juntos: 191 vezes (162 como Pedro ou Simão Pedro, 23 como Simão e 6 como Cefas). João é o segundo colocado com apenas 48 referências. Pedro está presente em 50% das vezes em que João é mencionado na Bíblia! O arcebispo Fulton Sheen calculou que todos os outros discípulos combinados somam 130 referências. Se isto é correto, 60% das referências a discípulos são referências a São Pedro.
40.O discurso de Pedro em Pentecostes (At 2,14-41) contém uma interpretação da Escritura feita com autoridade, uma decisão doutrinal e um decreto disciplinar referente aos membros da “Casa de Israel” (2,36) – um exemplo do poder de “ligar e desligar”.
41.Pedro foi o primeiro “carismático”, tendo julgado com autoridade a primeira manifestação do dom de línguas como genuína (At 2,14-21).
42.Pedro é o primeiro a pregar o arrependimento cristão e o batismo (At 2,38).
43.Pedro (presume-se) esteve à frente do primeiro batismo em massa registrado (At 2,41).
44.Pedro ordenou o batismo do primeiro cristão vindo da gentilidade (At 10,44-48).
45.Pedro foi o primeiro missionário itinerante, e o primeiro a exercer o que seria chamado de “visita às igrejas” (At 9,32-38.43). Paulo pregou em Damasco imediatamente após a sua conversão (At 9,20), mas não tinha viajado até aquela cidade com esse propósito (Deus alterou seus planos!). Suas jornadas missionárias começam apenas em At 13,2.
46.Paulo partiu para Jerusalém especialmente para ver Pedro, por quinze dias, no começo de seu ministério (Gl 1,18), e foi encarregado por Pedro, Tiago e João (Gl 2,9) de pregar para os gentios.
47.Pedro age (fortemente indicado) como o bispo/pastor chefe da Igreja (1Pd 5,1), uma vez que ele exorta todos os demais bispos, ou “anciãos”.
48.Pedro interpreta profecia (2Pd 1,16-21).
49.Pedro corrige aqueles que interpretam mal os escritos paulinos (2Pd 3,15-16).
50.Pedro escreve sua primeira epístola da cidade de Roma, de acordo com muitos estudiosos, sendo seu bispo, e como bispo universal (ou papa) da Igreja primitiva. “Babilônia” (1Pd 5,13) é uma espécie de codinome para Roma.
Em conclusão, é necessário muita credulidade para achar que Deus colocaria São Pedro em tal posição de preeminência na Bíblia sem que esta preeminência tenha algum significado ou importância para a história cristã posterior; em particular para o governo da Igreja. A doutrina sobre o papado é, de longe, a que melhor se ajusta ao dado bíblico. Considerando a Tradição e a História, a conclusão por sua veracidade é inescapável.
Traduzido e adaptado do inglês por Ewerton Wagner Santos Caetano. “50 NEW TESTAMENT PROOFS FOR PETRINE PRIMACY AND THE PAPACY”, Copyright 1994 by Dave Armstrong. All rights reserved.
O Apóstolo Pedro foi o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma (a Santa Sé), sendo o primeiro Bispo de Roma. Pedro afirma em I Pe 5,13 que fundou "A [Igreja] que está em Babilônia", termo pejorativo para referir-se à Roma pagã. O Papa Pio XII inicou escavações arqueológicas na Basílica de São Pedro, em Roma, para determinar se o túmulo de São Pedro estava realmente lá, sendo que na celebração do Ano Santo em 1950, ele confirmou que o túmulo de São Pedro havia sido encontrado debaixo da basílica.
Desde a Reforma Protestante alguns teólogos protestantes afirmaram que Pedro nunca teria ido à Roma, e portanto os Bispos daquela cidade não poderiam ser seus sucessores, esta tese foi defendida mais proeminentemente por Ferdinand Christian Baur da Escola Tübingen. Outros, como Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em Alexandria, no Egito ou em Antioquia.. Hoje, porém os historiadores concordam que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador luterano Adolf Harnack afirmou, que as teses anteriores foram feitas por "tendenciosos-protestantes" e que estas "tendenciosas-críticas" prejudicaram o estudo sobre a vida de São Pedro em Roma, Sua vida continua sendo objeto de investigação, mas o seu túmulo está localizado na Basílica de São Pedro no Vaticano, ao qual foi descoberto em 1950 após anos de meticulosa investigação.
Referências ao papado na Bíblia
Embora as origens históricas do papado e as circunstâncias da vida de Pedro em Roma não são totalmente documentadas, as afirmações bíblicas no Novo Testamento sobre Pedro nos dá uma imagem mais clara. Em todos os evangelhos do Novo Testamento, Pedro encabeça os apóstolos (Mt 10,1-4; Mc 3,16-19; Lc 6,14-16; At 1,13); em alguns casos é dito "Pedro e aqueles que estavam com ele" (Lc 9,32). Pedro era o primeiro que geralmente falava em nome dos apóstolos (Mt 18,21; Mc 8,29; Lc 12,41; Jo 6,69), e preside muitas cenas notáveis (Mt 14,28-32; Mt 17,24, Mc 10,28). "Em cada Evangelho, ele é o primeiro discípulo, à ser chamado por Jesus."
O dogma e a tradição da Igreja ensinam que a instituição do papado foi feita por Jesus, conforme pode ser observado nas passagens do Evangelho de Mateus: "E eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra, será desligado nos céus" (Mt 16, 18-19). Em Mateus, a centralidade de Pedro não é apenas manifestada nesta citação. Depois da ressurreição, Jesus repete o seu mandato de Pedro (Jo, 21,15), Lucas cita um mandato de Jesus a Pedro, pois ele devia "reforçar seus irmãos" (Lc, 22,31).
Igreja Primitiva (30 - 325 d.C.)
No início da história do cristianismo, cinco cidades surgiram como importantes centros desta religião: Roma, Jerusalém, Antioquia, Alexandria e Constantinopla. Desde o século I Roma ocupou o primeiro lugar como centro cristão.[8] Em 107 Santo Inácio de Antioquia diz que Roma "preside a irmandade de amor"[9] ("prokathemene tes agapes"), ou seja, preside a Igreja. Também nos últimos anos do século I d.C, o Bispo de Roma Clemente I usou sua autoridade para intervir nos assuntos de Corinto para ajudar a resolver suas disputas internas, afirmando que estava "falando em nome do Espírito Santo", embora nessa época em Éfeso ainda vivesse o apóstolo João, e outras comunidades possuíssem relações mais freqüentes e fáceis com Corinto. Em diversas outras situações na Igreja Primitiva o Bispo de Roma interveio em outras comunidades para ajudar a resolver conflitos. Porém o poder do Bispo de Roma nesta época era apenas espiritual.
Mais tarde, no século II e III, houve mais manifestações da autoridade de Roma. Em 189, Ireneu de Lyon afirma em Contra as heresias: "[A Igreja de Roma] em razão de sua poderosa autoridade de fundação, que deve necessariamente concordar toda Igreja, isto é, que devem concordar os fiéis procedentes de qualquer parte, ela, (…) conservou a tradição que vem dos apóstolos". E, em 195 d.C, o Bispo de Roma Vítor I, ameaça de excomunhão os bispos que continuarem praticando o Quartodecimanismo (o costume de celebrar-se a Páscoa no início da véspera do 14º dia de Nissan).
Não se sabe exatamente quando o termo "Pontifex" ou "Pontífice" para referir-se ao papa entrou em uso (o termo é utilizado na Bíblia para descrever sacerdotes (Hebreus 5, 1-4). No cristianismo primitivo, o título de "Pontifex" parece ter sido aplicado para qualquer bispo, ainda em 220, Tertuliano utilizou o termo para referir-se ao papa Calixto I, chamando-o também de "bispo dos bispos", embora Tertuliano utilizou os títulos de maneira irônica, pois era inimigo de Calixto na questão das penitências, sua citação indica que os demais cristãos já o usavam.
Em 251 cristãos do Norte da África que aderiram ao Antipapa Novaciano, que desejava substituir o Papa Cornélio, mas que voltariam posteriormente à obedecer Cornélio, falariam:
"Sabemos que Cornélio é Bispo da Santíssima Igreja Católica, escolhido por Deus todo-poderoso e por Cristo Nosso Senhor.. Confessamos o nosso erro… Todavia nosso coração sempre esteve na Igreja; não ignoramos que há um só Deus e Senhor todo-poderoso, também sabemos que Cristo é o Senhor…; há um só Espírito Santo; por isto deve haver um só Bispo à frente da Igreja Católica"
Na metade do ano 200, São Cipriano, bispo de Cartago afirma que "Estar em comunhão com o Papa é estar em comunhão com a Igreja Católica." Escrevendo também sobre a autoridade de Pedro em "Sobre a Unidade da Igreja":
"O Senhor diz a Pedro: "Eu te digo que és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. (…) O Senhor edifica a sua Igreja sobre um só, embora conceda igual poder a todos os apóstolos (…) No entanto, para manifestar a unidade, dispõe por sua autoridade a origem desta mesma unidade partindo de um só. Sem dúvida, os demais apóstolos eram, como Pedro, dotados de igual participação na honra e no poder; mas o princípio parte da unidade para que se demonstre ser única a Igreja de Cristo (…) Julga conservar a fé quem não conserva esta unidade da Igreja? Confia estar na Igreja quem se opõe e resiste à Igreja? Confia estar na Igreja, quem abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja?".
Os bispos de Roma no cristianismo primitivo ajudaram a espalhar a doutrina cristã e resolver conflitos. [16] Os livros da vida dos santos de Roma afirmam que foram mártires todos os Papas anteriores a Silvestre I (315-335) por causa da perseguição romana que só terminou em 313 com o Édito de Milão.[15]
O título Papa
O título de "Papa" foi, desde o início do século III uma designação honorífica utilizada tanto para o Bispo de Roma, quanto para os outros bispos do Ocidente. [6] No Oriente era usado apenas para o bispo de Alexandria.[6] A partir do século VI, o título era normalmente reservado apenas para o Bispo de Roma, desde então passou à ser utilizado somente por ele, tornando-se um de seus nomes oficiais no século XI. [6]
Primeiro Concílio de Niceia e Grande Cisma do Oriente (325 - 1054)
Após a publicação da Édito de Milão em 313 que permitiu aos cristãos ter liberdade para praticar sua religião, iniciando-se a Paz na Igreja e a realização do Primeiro Concílio de Niceia em 325, o papado foi reconfirmado. Com o estabelecimento da Pentarquia, em que a Igreja foi organizada sob cinco patriarcas, os bispos de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma, o Bispo de Roma é considerado o "primus" (primeiro) entre os patriarcas, embora muitos interpretem esse título como o "primus inter pares" (primeiro entre iguais). Ao Papa é concedido o direito de convocar concílios ecumênicos. Porém, quando a capital imperial foi transferida para Constantinopla (em 330 d.C), o papado por consequência perdeu influência e especialmente o Bispo de Constantinopla, teve sua autoridade aumentada consideravelmente sobre as igrejas orientais, embora Roma continuasse tendo uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.[17]
O Primeiro Concílio de Constantinopla (381 d.C.) confirma as condições do primado romano anteriores, no entanto, o papa não compareceu pessoalmente a este concílio, que se realizou na zona leste da capital do império romano, e não em Roma. Em torno de 400 São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla e doutor da Igreja, dizia que: "No interesse da paz e da fé não podemos discutir sobre questões relativas à fé sem o consentimento do Bispo de Roma.".[15] Santo Agostinho, após a condenação do Pelagianismo (heresia que dizia que o homem podia salvar-se sem Deus), no sínodo de 416, com a concordância do Papa Inocêncio I, disse: "Roma locuta, causa finita!" ("Roma falou, encerrada a questão!").[18] Em 446 o Papa Leão I declarou que "o cuidado da Igreja universal, deve convergir para a cadeira de Pedro, e nada (...) deve ser separado de sua cabeça"[19]. Esta doutrina foi reafirmada no Concílio de Calcedónia em 451 por Leão I (através de seus emissários). O primeiro Papa a mudar de nome após eleito, foi o papa Mercúrio, que escolheu o nome de João II (533-535).
Durante o Grande Cisma do Oriente, a separação entre a Igreja Católica do Ocidente) e a do Oriente no século XI, que originou a Igreja Ortodoxa por questãos teológicas sob o Espírito Santo, a autoridade papal estava bem definida, porém, a igreja do Oriente, distante de Roma, e sob maior influência do bispo de Constantinopla, então Miguel Cerulário, seria excomungado por um emissário do Papa Leão IX, o bispo de Constantinopla rejeitaria a excomunhão e excomungaria Leão IX, ocorrendo então a divisão (cisma) entre as duas igrejas, a partir daí, embora reconhecessem o papel espiritual do papa, as igrejas orientais não aceitavam sua interferência. Houve várias tentativas de reunificação, principalmente no Concílio de Lyon (1274) e Florença (1439), mas as reuniões mostraram-se efêmeras.
Os Papas foram autoridades respeitadas ao longo da história, especialmente na Idade Média, e muitas vezes sua opinião era convocada por líderes temporais, por exemplo, a bula Laudabiliter de 1155 (que autoriza Henrique II de Inglaterra a invadir a Irlanda), a bula Manifestus Probatum que reconhece a independência de Portugal, a bula Inter Caeteras em 1493 (que conduz ao Tratado de Tordesilhas no ano seguinte, dividindo o mundo entre Portugal e Espanha) ou a bula Inter Gravissimas de 1582 (que estabelece o calendário gregoriano, atualmente em uso).
Em 754, o líder dos francos Pepino, o Breve, por ter sido recohecido pelo Papa como legítimo rei dos francos, lutaria contra os lombardos no Reino da Itália, inimigos da Igreja Católica, doando o território conquistado ao Papa Estêvão II, que formaria os Estados Papais, que se tornou o Estado da Igreja, administrado pelo Papa.[20] Porém realmente a maior parte dos Estados Papais era controlado por príncipes menores, somente no século XVI o Papa passou à ter verdadeiro controle sobre todos os seus territórios. Em 1866, com a unificação da Itália, os Estados papais, foram anexados à Itália e Roma foi proclamada a capital do reino. Iniciou-se então a Questão Romana, em que o Papa reivindicava os territórios perdidos; somente com o Tratado de Latrão, em 1929, o Papa obteve a soberania do Estado do Vaticano, que se tornou uma entidade autônoma dentro das fronteiras italianas.
No ano 800, o Papa Leão III coroou Carlos Magno como Imperador, passo decisivo no caminho para o Sacro Império Romano-Germânico, do qual, o Papa foi considerado líder espiritual. Desde essa data tornou-se uma tradição a coroação dos Imperadores pelo Papa, até Carlos V. Napoleão Bonaparte fez reviver essa tradição fazendo-se coroar do mesmo modo. Até 1059 a eleição do Papa era feito pelo clero de Roma (os cardeais), com a aprovação popular. Posteriormente as autoridades temporais, como imperadores, desejavam intervir na igreja, por exemplo, nomeando bispos, motivo pelo qual iniciou-se a Questão das Investiduras (ou nomeações), em que o Papa reivindicava ser seu direito nomear os bispos, então foi iniciada a chamada Reforma Gregoriana, que pretendia combater a corrupção da Igreja e do clero e declarar que o poder temporal não poderia intervir no poder espiritual da Igreja, para evitar qualquer interferência temporal na eleição do papa, foi estabelecido que a eleição do pontífice se realizaria através de votação pelo Colégio dos Cardeais (secreta desde 1274) reunidos num conclave, em 1075 Gregório VII foi proclamado papa dessa maneira. Nesta época foi anunciado o Dictatus Papae, um conjunto de 27 proposições eclesiológicas tratando da autoridade do papado (sendo a base ideológica do período de supremacia da Igreja na Alta Idade Média). A partir do século XII os Papas passaram a ter seus próprios brasões pessoais, além dos simbolismos próprios da Santa Sé.[21] A partir do século XVII foram atribuídas brasões aos papas anteriores que não o possuíam.
Entre 1309 e 1377, a residência do papado foi alterada de Roma para Avignon, na França. O Papa Clemente V, foi levado (sem possibilidade de debate) pelo rei francês para residir em Avignon, no episódio conhecido como "Crise de Avignon". Em 1378 o Papa Gregório XI voltaria para Roma, onde faleceria, a população italiana desejava que o papado fosse restabelecido em Roma e então seria eleito o Papa Urbano VI, de origem italiana, porém Urbano VI se demonstraria muito autoritário, então uma quantidade considerável da alta hierarquia católica, anularia sua votação e um novo conclave foi realizado, elegendo o Clemente VII, que voltaria à residir em Avignon, iniciando-se então o Grande Cisma do Ocidente, em que o Papa residia em Roma e o Antipapa residia em Avignon, reclamando para si o poder sobre a Igreja Católica. Posteriormente em 1409 a fim de tentar terminar com o cisma, se reuniria o Concílio de Pisa, que estabeleceria outro Antipapa residente em Pisa. O cisma terminou no Concílio de Constança em 1414, com o papado estabelecido definitivamente em Roma e os outros antipapados declarados ilegítimos.
Renascimento
Durante o Renascimento ou Renascença os papas mostraram-se favoráveis à nova cultura e às artes, tornando-se mecenas de artistas como Michelangelo, Rafael e Bernini. O Papa Nicolau V (1447-1455) transformou a pequena biblioteca pontifícia em uma grande coleção de manuscritos gregos e latinos, montando galerias e museus no Vaticano. Iniciou a reconstrução da Basílica de São Pedro e da cidade de Roma, bem como aumentou os Estados Papais, seus sucessores continuaram seus projetos, embora com modificações.
O Papado no presente
O Concílio Vaticano I realizado em 1869 e 1870 definiu as competências atuais do papado na Igreja. Por meio de bases bíblicas, este concílio reconheceu que o Papa quando fala em doutrina e sobre as verdades da fé são infaliveis.
50 Provas do Primado Petrino e do papado tiradas do Novo Testamento
A doutrina católica sobre o papado é bíblica e decorre do primado de São Pedro entre os Apóstolos. Como todas as doutrinas cristãs, desenvolveu-se ao longo dos séculos mas não se afastou dos seus elementos essenciais, presentes na liderança e nas prerrogativas do Apóstolo São Pedro. Tais prerrogativas foram dadas a São Pedro por Nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecidas por seus contemporâneos e aceitas pela Igreja Primitiva. Os dados bíblicos sobre o Primado Petrino são muito fortes e inelutáveis em virtude de seu peso cumulativo. Tal peso fica especialmente claro com o auxílio de comentários bíblicos. A evidência da Sagrada Escritura se segue logo abaixo:
1.Mt 16,18: “E eu te digo, tu és Pedro, e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja, e os poderes da morte não prevalecerão contra ela”.
A pedra (em grego, petra) aqui mencionada é o próprio São Pedro e não a sua fé ou Jesus Cristo {a}. Cristo não aparece aqui como a fundação, mas como o arquiteto que “constrói”. A Igreja é edificada, não sobre confissões, mas sobre confessores – pessoas vivas (ver, por exemplo, 1Pd 2,5).
Hoje o consenso da grande maioria dos eruditos e comentadores bíblicos se encontra a favor da interpretação católica. Aqui é dito que São Pedro é a pedra de fundação da Igreja, a cabeça e o superior da família de Deus (vemos aí a “semente” da doutrina do papado). Além disso, a palavra “pedra” expressa uma metáfora análoga à usada por São Pedro para designar o Messias sofredor e desprezado (1Pd 2,4-8; cf. Mt 21,42). Sem uma fundação sólida qualquer casa desaba. São Pedro é o fundamento, mas não o fundador da Igreja; administrador, mas não o Senhor da Igreja. O Bom Pastor (Jo 10,11) nos dá também outros pastores (Ef 4,11).
{a} – N. do T.: Alguns protestantes objetam que o nome de Pedro em grego, petros, significa “pequena pedra”, e que, portanto, Cristo refere-se a si próprio como rocha fundamental da Igreja, petra, “grande pedra”. Tal objeção não se sustenta porque: I – No grego koiné do NT as palavras petros e petra não possuem significados distintos [ver as seguintes fontes protestantes que confirmam este fato: Joseph H. Thayer, Thayer's Greek-English Lexicon of the New Testament (Peabody: Hendrickson, 1996), 507; D.A. Carson, "Matthew," in Frank E. Gaebelein, ed., The Expositor's Bible Commentary (Grand Rapids: Zondervan, 1984), vol. 8, 368]. II – A palavra grega para designar “pequena pedra” é lithos. Por exemplo, em Mt 4,3, o demônio tenta o Senhor a operar um milagre transformando algumas pedras, lithoi, em pães; em Jo 10,31, os judeus apanham pedras, lithoi, para apedrejar Jesus. III – Jesus falava aramaico, não grego, e em aramaico ele usou a mesma palavra para designar Pedro e pedra: kefa (cfr. Jo 1,42). Se o Senhor tencionasse chamar o Apóstolo de “pequena pedra”, teria usado o termo aramaico correspondente, evna. IV – O evangelista usou petros enquanto forma masculina de petra, para evitar uma impropriedade de gênero, a designação de um sujeito masculino – o Apóstolo – com um nome feminino – petra. V -Especialistas em grego reconhecem que petros = petra na sentença de Mt 16,18. A sintaxe da frase não deixa lugar para dúvidas. Petros é o mesmo sujeito que é designado sob o nome de petra, ou seja, São Pedro.
2.Mt 16,19: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus…”
O “poder das chaves” tem a ver com a disciplina eclesiástica e a autoridade administrativa com respeito às exigências da fé, como em Is 22,2 (cf. Is 9,6; Jó 12,14. Ap 3,7). É deste poder que derivam o uso de censuras, a excomunhão, a absolvição, a disciplina batismal, a imposição de penitências e os poderes legislativos. No AT um mordomo, ou primeiro ministro, é o “maior da casa”, o homem que ficava acima da assembléia (Gn 41,40; 43,19; 44,4; 1Rs 4,6; 16,9; 18,3; 2Rs 10,5; 15,5; 18,18; Is 22,15.20-21).
3.Mt 16,19: “…o que tu ligares sobre a terra será ligado no Céu, e o que desligares sobre a terra será desligado no Céu”.
“Ligar” e “desligar” eram termos técnicos usados pelos rabinos, que significavam “proibir” e “permitir” com referência à interpretação da Lei. Secundariamente significavam o poder de condenar ou absolver. Portanto, a São Pedro e a seus sucessores, os papas, foi dada a autoridade de estabelecer as leis para a doutrina e a vida, em virtude da Revelação e da assistência do Espírito Santo (Jo 16,13), e de receber a obediência da Igreja. “Ligar” e “desligar” representam os poderes judiciais e legislativos do papa e do bispos (Mt 18,17-18; Jo 20,23). São Pedro, no entanto, é o único Apóstolo que recebeu esses poderes individualmente, o que o põe em lugar de preeminência no Colégio Apostólico.
4.O nome de Pedro ocorre em primeiro lugar em todas as listas dos Apóstolos (Mt 10,2; Mc 3,16; Lc 6,14; At 1,13). Mateus chega a chamá-lo de “primeiro” (10,2). Judas Iscariotes é invariavelmente mencionado em último lugar.
5.Pedro é quase sempre mencionado primeiro, quando seu nome aparece junto de outros. Em um exemplo que contradiz esta regra (o único), Gl 2,9, no qual “Cefas” é listado depois de Tiago e antes de João, Pedro aparece claramente em destaque, levando-se em conta o contexto do versículo (p. ex., 1,18-19; 2,7-8). Alguns códices registram variações nas quais Pedro aparece em primeiro lugar.
6.Apenas Pedro, entre todos os Apóstolos, recebe um novo nome, “pedra”, solenemente conferido (Jo 1,42; Mt 16,18).
7.Da mesma forma, Pedro é colocado por Jesus como o Pastor Chefe depois dele mesmo (Jo 21,15-17) sobre a Igreja Universal, embora outros possuam um papel parecido mas subordinado (At 20,28; 1Pd 5,2).
8.Jesus ora apenas por Pedro, dentre todos os Apóstolos, para que a sua fé não desfaleça (Lc 22,32).
9.Apenas Pedro, entre todos os Apóstolos, é exortado por Jesus: “fortalece teus irmãos” (Lc 22,32).
10.Pedro é o primeiro a confessar a divindade de Cristo (Mt 16,16).
11.Apenas de Pedro se diz que recebeu conhecimento divino através de uma revelação especial (Mt 16,17).
12.Pedro é considerado pelos Judeus (At 4,1-13) como o líder e porta-voz dos cristãos.
13.Pedro é considerado pelo povo da mesma forma (At 2,37-41; 5,15).
14.Jesus Cristo paga o imposto para si mesmo e para Pedro (Mt 17,24-27).
15.Cristo ensina da barca de Pedro, e a pesca milagrosa que se segue (Lc 5,1-11) é talvez uma metáfora sobre o papa como “pescador de homens” (cf. Mt 4,19).
16.Pedro foi o primeiro Apóstolo a partir para, e a entrar em, o sepulcro vazio (Lc 24,12; Jo 20,6).
17.Um anjo destaca Pedro entre os discípulos como líder e representante dos Apóstolos (Mc 16,7).
18.Pedro lidera os Apóstolos na pesca (Jo 21,2-3.11). A “barca” de Pedro tem sido considerada pelos católicos como uma figura da Igreja, com Pedro no leme.
19.Apenas Pedro anda sobre as águas para encontrar-se com Jesus (Jo 21,7).
20.As palavras de Pedro são as primeiras a serem registradas e as mais importantes no Cenáculo, antes de Pentecostes (At 1,15-22).
21.Pedro toma a liderança na convocação para a escolha de um substituto para Judas (At 1,22).
22.Pedro é a primeira pessoa a falar (e a única registrada) depois de Pentecostes, de modo que ele foi o primeiro cristão a “pregar o Evangelho” no tempo da Igreja (At 2,14-36).
23.Pedro opera o primeiro milagre do tempo da Igreja, curando um aleijado de nascença (At 3,6-12).
24.Pedro lança o primeiro anátema (sobre Ananias e Safira), enfaticamente confirmado por Deus (At 5,2-11)!
25.A sombra de Pedro opera milagres (At 5,15).
26.Pedro é o primeiro depois de Cristo a ressuscitar uma pessoa morta (At 9,40).
27.Um anjo instrui Cornélio a procurar Pedro para conhecer a fé cristã (At 10,1-6).
28.Pedro é o primeiro a receber os gentios, após uma revelação de Deus (At 10,9-48).
29.Pedro ensina aos outros Apóstolos sobre a catolicidade (universalidade) da Igreja (At 11,5-17).
30.Pedro é o objeto da primeira intervenção divina em favor de um indivíduo no tempo da Igreja (um anjo o liberta da prisão – At 12,1-17).
31.A Igreja inteira ora por Pedro enquanto o mesmo está preso (At 12,5).
32.Pedro preside e abre o primeiro Concílio da História da Igreja, e lança vários princípios que serão adotados por todos os cristãos (At 15,7-11).
33.Paulo distingue as aparições do Senhor a Pedro após a ressurreição das aparições realizadas diante dos demais Apóstolos (1Cor 15,4-8). Os dois discípulos na estrada de Emaús fazem a mesma distinção (Lc 24,34), na ocasião mencionando apenas Pedro (“Simão”), mesmo tendo eles mesmos acabado de ver o Cristo ressuscitado (Lc 24,33).
34.Pedro é muitas vezes distinguido entre os apóstolos (Mc 1,36; Lc 9,28.32; At 2,37; At 5,29; 1Cor 9,5).
35.Pedro é quase sempre o porta-voz dos outros Apóstolos, especialmente nos momentos mais importantes (Mc 8,29; Mt 18,21; Lc 9,5; Lc 12,41; Jo 6,67ss).
36.O nome de Pedro é sempre o primeiro a ser listado dentro do “círculo íntimo” dos discípulos (Pedro, Tiago e João – Mt 17,1; Mt 26,37.40; Mc 5,37; Mc 14,37).
37.Pedro é muitas vezes figura central junto a Jesus em cenas dramáticas do Evangelho, como a caminhada sobre as águas (Mt 14,28-32; Lc 5,1ss; Mc 10,28; Mt 17,24ss).
38.Pedro é o primeiro a reconhecer e refutar a heresia, contra Simão o Mago (At 8,14-24).
39.O nome de Pedro é mais citado do que todos os discípulos juntos: 191 vezes (162 como Pedro ou Simão Pedro, 23 como Simão e 6 como Cefas). João é o segundo colocado com apenas 48 referências. Pedro está presente em 50% das vezes em que João é mencionado na Bíblia! O arcebispo Fulton Sheen calculou que todos os outros discípulos combinados somam 130 referências. Se isto é correto, 60% das referências a discípulos são referências a São Pedro.
40.O discurso de Pedro em Pentecostes (At 2,14-41) contém uma interpretação da Escritura feita com autoridade, uma decisão doutrinal e um decreto disciplinar referente aos membros da “Casa de Israel” (2,36) – um exemplo do poder de “ligar e desligar”.
41.Pedro foi o primeiro “carismático”, tendo julgado com autoridade a primeira manifestação do dom de línguas como genuína (At 2,14-21).
42.Pedro é o primeiro a pregar o arrependimento cristão e o batismo (At 2,38).
43.Pedro (presume-se) esteve à frente do primeiro batismo em massa registrado (At 2,41).
44.Pedro ordenou o batismo do primeiro cristão vindo da gentilidade (At 10,44-48).
45.Pedro foi o primeiro missionário itinerante, e o primeiro a exercer o que seria chamado de “visita às igrejas” (At 9,32-38.43). Paulo pregou em Damasco imediatamente após a sua conversão (At 9,20), mas não tinha viajado até aquela cidade com esse propósito (Deus alterou seus planos!). Suas jornadas missionárias começam apenas em At 13,2.
46.Paulo partiu para Jerusalém especialmente para ver Pedro, por quinze dias, no começo de seu ministério (Gl 1,18), e foi encarregado por Pedro, Tiago e João (Gl 2,9) de pregar para os gentios.
47.Pedro age (fortemente indicado) como o bispo/pastor chefe da Igreja (1Pd 5,1), uma vez que ele exorta todos os demais bispos, ou “anciãos”.
48.Pedro interpreta profecia (2Pd 1,16-21).
49.Pedro corrige aqueles que interpretam mal os escritos paulinos (2Pd 3,15-16).
50.Pedro escreve sua primeira epístola da cidade de Roma, de acordo com muitos estudiosos, sendo seu bispo, e como bispo universal (ou papa) da Igreja primitiva. “Babilônia” (1Pd 5,13) é uma espécie de codinome para Roma.
Em conclusão, é necessário muita credulidade para achar que Deus colocaria São Pedro em tal posição de preeminência na Bíblia sem que esta preeminência tenha algum significado ou importância para a história cristã posterior; em particular para o governo da Igreja. A doutrina sobre o papado é, de longe, a que melhor se ajusta ao dado bíblico. Considerando a Tradição e a História, a conclusão por sua veracidade é inescapável.
Traduzido e adaptado do inglês por Ewerton Wagner Santos Caetano. “50 NEW TESTAMENT PROOFS FOR PETRINE PRIMACY AND THE PAPACY”, Copyright 1994 by Dave Armstrong. All rights reserved.
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