O mês de agosto nos coloca novamente diante das vocações sacerdotais, religiosas e leigas. Ocasião propícia para estarmos refletindo sobre a sua importância e necessidade para a Igreja e o mundo.Cada um de nós nasceu com uma vocação insubstituível. Descobrir e atuar essa vocação, eis a tarefa primeira de nossa vida.No seguimento de Jesus Cristo somos interpelados sobre o que procuramos na vida, e no encontro e comunhão com Ele descobrimos a nossa identidade e a nossa vocação fundamental: Ser perfeitos como o Pai celeste é perfeito (cf. Mt 5, 48).O convite à santidade é dirigido a todos. Os caminhos da santidade são os mais diversos possíveis e apropriados à vocação de cada ser humano... Toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar na direção da santidade (cf. NMI, 31).
Esta, aliás, é a vocação fundamental: “Todos os fiéis, seja qual for o seu estado ou classe, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (LG, 40).Concentrando em si todas as vocações que Deus suscita entre seus filhos e filhas, a Igreja tem o dever de dar o acompanhamento aos cristãos pelos caminhos da santidade.Sendo “casa da santidade”, a Igreja quer ajudar todos os cristãos a descobrirem e a realizarem a própria vocação na escuta e prática da Palavra de Deus, na oração, na assídua participação aos Sacramentos e na busca constante do Rosto de Cristo em cada ser humano.
“Toda vocação na Igreja, afirma o Papa, está a serviço da santidade; todavia algumas, como a vocação ao ministério ordenado e à vida consagrada, o fazem de modo todo singular. É para essas vocações que eu convido todos a olhar com particular atenção, intensificando sua oração por elas” (n. 2).Jesus chama os Apóstolos “para que ficassem com ele” (Mc 13, 14). A busca da íntima proximidade com Deus é para cada cristão, mas a vocação ao ministério ordenado “é essencialmente um chamado à santidade” (PDV, 33), bem como a vocação à vida consagrada, através da profissão dos conselhos evangélicos.Sabemos como são necessárias as vocações para a vida, o testemunho e a ação pastoral de nossas comunidades eclesiais. Sabemos igualmente que a diminuição das vocações muitas vezes é, numa diocese, conseqüência do esfriamento na fé e no fervor espiritual.Por isso, não devemos aceitar facilmente a explicação segundo a qual a escassez das vocações sacerdotais e religiosas seria compensada com o crescimento do engajamento pastoral e missionário dos leigos e leigas, ou até querida pela Providência, a fim de favorecer o crescimento do laicato.
Ao contrário, quanto mais numerosos são os leigos e leigas que desejam viver com generosidade a própria vocação batismal, tanto mais se tornam necessárias a presença e a obra específica de ministros ordenados (cf. João Paulo II, Discurso aos Párocos e ao Clero da Diocese de Roma, 14/02/02).Na base do empenho da Igreja pelas vocações deve estar um grande esforço comum, que chama à razão tanto os leigos e leigas como os sacerdotes, diáconos e as pessoas consagradas.Enfim, é preciso pôr em prática todos os meios para que as vocações ao sacerdócio e à vida consagrada, essenciais para a vida e a santidade do Povo de Deus, estejam continuamente no centro da espiritualidade, da ação pastoral e da oração dos fiéis.
Dom Nelson Westrupp, scjBis po Diocesano.
Comentários