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Ao longo do discurso que durou cerca de
45 minutos, Papa Francisco detalhou três atitudes que podem fazer
fracassar “o processo de Conversão Pastoral”: a ideologização da
mensagem evangélica, o funcionalismo e o clericalismo, que são
“tentações atuais”.
O Pontífice deixou algumas orientações
aos bispos do comitê. A primeira delas foi sobre o caráter missionário
que se espera do discípulo de Cristo. “O discípulo missionário não pode
possuir-se a si mesmo; a sua imanência está em tensão para a
transcendência do discipulado e para a transcendência da missão. Não
admite a auto-referencialidade: ou refere-se a Jesus Cristo ou refere-se
às pessoas a quem deve levar o anúncio dele”, disse o Papa.
Em seguida, citou o documento de
Aparecida para elucidar a Igreja como ‘Instituição’ e não como ‘Obra’:
“A Igreja é instituição, mas, quando se erige em “centro”, se
funcionaliza e, pouco a pouco, se transforma em uma ONG. Então, a Igreja
pretende ter luz própria e deixa de ser aquele “mysterium lunae ” de
que nos falavam os Santos Padres. Torna-se cada vez mais
auto-referencial, e se enfraquece a sua necessidade de ser missionária.
De “Instituição” se transforma em “Obra”. Deixa de ser Esposa, para
acabar sendo Administradora; de Servidora se transforma em
“Controladora”. Aparecida quer uma Igreja Esposa, Mãe, Servidora,
facilitadora da fé e não controladora da fé”.
Em sua terceira orientação, o Papa referiu-se ao distanciamento entre a Igreja e o povo na América Latina:
“Na América Latina e no Caribe, existe m
pastorais “distantes”, pastor ais disciplinares que privilegiam os
princípios, as condutas, os procedimentos organizacionais… obviamente
sem proximidade, sem ternura, nem carinho. Ignora-se a “revolução da
ternura”, que provocou a encarnação do Verbo. Há pastorais posicionadas
com tal dose de distância que são incapazes de conseguir o encontro:
encontro com Jesus Cristo, encontro com os irmãos”.
Por fim, o Santo Padre recordou aos
bispos que o caráter principal de suas funções deve ser o de ‘guiar’ e
não ‘comandar’, sendo um exemplo para os demais. “Os Bispos devem ser
Pastores, próximos das pessoas, pais e irmãos, com grande mansidão:
pacientes e misericordiosos. Homens que amem a pobreza, quer a pobreza
interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como
simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham ‘psicologia
de príncipes’. Homens que não sejam ambiciosos e que sejam esposos de
uma Igreja sem viver na expectativa de outra”, finalizou o Santo Padre,
pedindo-lhes que sejam “servidores do Povo de Deus” .
Informações: Assessoria de Imprensa JMJ
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