Pular para o conteúdo principal

RETIRO DO CLERO 2012

De 27 de fevereiro a 1 de março
Casa de Retiros Maromba.

Pregador: D. Mário Antônio, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Manaus - AM.

Programação Diária:
7:15h.: Oração das Laudes
7:45h.: café da manhã
8:15h.: Meditação
10h.:    Merenda
10:15h.: Meditação
12h.: Almoço
14:30.: Hora Média e Meditação
15:30h.: Merenda
17:30h.: Missa / Vésperas
18:30h.: Jantar
19:45h.: Atividade Litúrgica (via-sacra, adoração, terço).

Terça-feira, 28 de fevereiro de 2012.

Primeira Meditação - 8:15h.
 
"Rasgai o coração e não as vestes". Êxodo 33,7ss.

Vamos armar nossa tenda para a oração, para falar com Deus, para ouvi-lo.


Preparemos o nosso coração para sentir a presença de Deus, o seu amor. Retiremos as máscaras que nos impedem de sentir Deus. Temos de nos desprender de nossas máscaras. Talvez não dê ainda para arrancar as máscaras, mas temos de buscar nos desprender delas.
Moisés, após seu encontro com Deus, retorna para o acampamento. Nós tambem iremos retornar para nosso acampamento, voltar para nossas casas, nossas comunidades. O acampamento, talvez, não tenha mudado, mas nós temos de voltar diferentes. Reconheçamos a nossa tenda, o nosso lugar de comunhão com o divino, com Deus. Vamos armar uma tenda espiritual. No primeiro momento, vamos partir de uma espiritualidade a partir de si mesmo. Vamos dar nome a nossa tenda.

Espiritualidade a partir de si mesmo. Deus nos fala através da Bíblia, mas não só através dela. Até mesmo nos sonhos, Deus nos fala. Nos fala nas pessoas, nas frustrações. O subir a Deus, implica em conhecer nossas profundezas.

O caminho para Deus está repleto de acertos, mas mais ainda de fracassos, de decepções. Temos de aprender com os erros e não permanecer nos lamentando por termos passado por eles. Na verdade temos de ser gratos a Deus por termos passado pelos erros, pelos fracassos, pois passamos, superamos porque aprendemos. Ter confiança sempre em Deus e nos dons que Ele nos deu. Vejamos mais da espiritualidade de baixo:

Mas o que fazer quando tudo parece dar errado? Quando as coisas estão despedaçadas?
Fragmentadas?
A humildade é a chave para nos reconstruir. Sabe-se que a humildade é como humilhação, pois nos ferimos em nosso orgulho. Mas é assim que nos reconstruímos. A humildade é a coragem de aceitar a verdade sobre si mesmo. É uma atitude religiosa. Daí vamos ao encontro do Deus verdadeiro. A verdadeira oração se faz com a humildade. É com a graça de Deus, a partir de nós, que vivemos.

Os sentimentos são muito importantes, não podem ser negligenciados. Quais os sentimentos que mais forte vibram em nós?
Das fraquezas e dos sofrimentos de todo o dia, a pessoa toma consciência do caminho que leva a Deus. Jesus mesmo nos ensina a ser abertos a misericórdia do Pai. Ter sensibilidade para com o próximo, descobrindo também no outro, a graça de Deus. Mas antes, tenho de entender que a graça de Deus está em mim, pois só assim terei o que partilhar. Não somos vazios, pois estamos repletos da graça de Deus. Só temos de nos despertar para a graça de Deus.

Nem sempre são as virtudes que nos abrem para a graça de Deus, mas também as fraquezas. O arrependimento implica a vivência do pecado. Não a vivência no pecado, mas do pecado. Ou seja, quando temos consciência de que pecamos e com humildade reconhecemos que pecamos, abrimos caminho para a graça da misericórdia de Deus.

Tudo isso, que aqui colocamos, não quer dizer que temos de ser depressivos, não. Não é isso. O que temos de fazer, em se tratando da espiritualidade de baixo, é um olhar para nossa vida, para o passado, o presente e uma perspectiva do futuro.

Ter um olhar de amor e compaixão para com a própria vida. Só assim entenderemos a nós e aos outros.
Qual a visão que eu tenho da vida? É um dom de Deus? É visão de fé, física, financeira?
Como estou orientando a minha vida? Para que rumo vou?

(ver indicações de textos bíblicos)

Então, que tipo de retirantes nós somos?

• Discípulos de Emaús: Lucas 24,13-25;
• Zaqueu: Lucas 19,2-10;
• Cananeia: Mateus 15,21-28;
• Pedro: João 18,25-27;
• Nicodemos: João 3,1-12;
• Nossa Senhora: Lucas 2,15-19;
• Maria Madalena: João 12,1ss
• Marta e Maria: Lucas 10,38-42;
• Cristo, meu viver: Filipenses 1,21.

Com qual destas figuras bíblicas, acima, eu me comparo?
(reflexão).

Segunda Meditação – 10:15h. Jeremias 18,1-6 "Nossa vida nas mãos de Deus"

Podemos fazer muitas coisas com nossas mãos. Construir ou destruir. Quem ama resgata. Quem não ama, amassa. Recordemos do oleiro. Com as mãos ele constrói. A partir do barro, molda e faz vasos, bonecos, jarras. Deus, do barro fez o homem e lhe deu vida, nos diz o Gêneses. "Do pó vieste e ao pó voltarás". Deus não nos despreza nunca. Mas faz nos passar por experiências que ele sabe ser conveniente. Temos de buscar perceber o trabalho de Deus em nossa vida.

O oleiro, antes de trabalhar uma nova obra, prepara o barro. Procura e retira impurezas: pedaços de madeira, de pedra, de folhas, de ar. Depois molda com as próprias mãos o vaso. Tudo se conclui com o fogo. O vaso de barro precisa passar pelo fogo para estar terminado.
Nós também passamos pelo fogo, por provações de fé! Passamos por crises e carregamos algumas cruzes para crescermos e amadurecermos na fé.
Deus intervém!.Deus intervém quando mais precisamos e quando suplicamos. Mas permite que amadureçamos e aprendamos com nossos erros. Muitos foram aqueles que, mesmo após ter pecado, resgataram-se, pois se deixaram transformar por Deus em modelos de fé e de obediência. Os passos da conversão!

Pensemos em Moisés que matou o egípcio; em Davi que dormiu com a mulher de Urias; Pedro também é esse modelo de conversão.

Pedro não compreende Jesus. Pretende tirar Jesus do caminho de Jerusalém, quando Jesus revela que sua missão é nos libertar, mas para isso terá de morrer. A ressurreição só ocorre após a morte. Pedro nega Jesus depois que ele foi preso. O Pedro o negou por três vezes. Num dos relatos sobre a negação de Pedro, após a terceira vez em que Pedro nega, Jesus o olha. O olhar de Jesus não é de condenação, mas de compaixão e de misericórdia.

Tomé, por sua vez, parecia gostar de faltar a uma reunião, de chegar atrasado. Daí perdeu a primeira aparição de Jesus ressuscitado e desacreditou. Os outros creram, pois testemunharam. Tomé não acreditou no testemunho deles e perdeu a oportunidade da fé. Só a obteve após ele mesmo testemunhar Jesus ressuscitado.

Judas Iscariotes, que cuidava da bolsa, das finanças, já demonstrava falta de fé, assim, foi ele o traidor.

Paulo, que só conheceu Jesus ressuscitado, caiu por terra, cego, experimentando a espiritualidade de baixo, quando Jesus se dirige a ele perguntando: Saulo, Saulo, por que me persegues?. A conversão de Paulo não acabou aí, mas começou aí. Ele voltou a enxergar na casa de um cristão. Ele tinha planos, projetos, ía para Damasco para capturar cristãos. Mas, e agora? Onde está Damasco? Cristo o transforma. Paulo é exemplo para nós de alguém que é transformado.

Observando suas cartas, entendemos que Paulo é aquele que vive buscando ser missionário, mesmo com fraquezas. Paulo só é forte em Deus, em Jesus. Ele foi mal interpretado em vida, na sua pastoral, sofreu calúnias, foi mal interpretado teologicamente
também. Mas quantos valores da vida cristã encontramos nas Cartas de Paulo. Ele era forte na graça. Pois a graça fortalece na fraqueza. Somos chamados a percorrer o caminho.

O fariseu acredita que pode cumprir os mandamentos de Deus por suas próprias forças.Ele faz tudo pelo nome de Deus, mas não as coisas de Deus.
O Cristão que percorre o caminho de Deus (Jesus), arrepende-se e aproxima-se de Deus.

É chamado a acolher a misericórdia, mais do que mostrar os sacrifícios. Jesus é exemplo de que Deus percorre os mais difíceis caminhos para alcançar o ser humano.

Veja o exemplo da pérola:

A pérola é encontrada nas ostras. Mas nem toda ostra produz pérola. A ostra que produz pérola é a ostra ferida e machucada. A pérola preciosa é fruto de uma ferida, de uma frustração, de um machucado, de uma decepção. Após a dor e sofrimento, o resultado é a pérola. Mas isso só ocorrerá se o caminho for percorrido.

Diante disso, você já se sentiu ferido? Seu amigo já lhe feriu? Você já sofreu algum golpe de preconceito, de injustiças? Já foi acusado de ter dito coisa que não disse? De ter feito coisa que não fez?. Então, está na hora de produzir uma pérola.

O rico avarento e o pobre Lázaro:

O rico é o que muitos querem ser. Ter tudo. Este vai para o fogo eterno. Lázaro é o que nós rejeitamos. Mas é ele que vai para o céu.

O que temos para apresentar a Deus?
Deus quer morar em nós. Mas o que Ele vai encontrar?
Jesus entra na fila dos pecadores. Estava indo batizar-se nas águas do Rio Jordão. João o batiza, como fez com todos que foram a sua procura. Jesus mergulha nas águas, saindo da fila do pecador e sai das águas revelado: "Tu és o meu filho amado, em ti pus todo o meu agrado".
Jesus mergulha em nós!
É preciso ir aos infernos, onde existe a dor, o sofrimento, a morte. Jesus desce aos infernos. A Cruz da morte transformou-se em Cruz redentora. Nos infernos, Jesus encontra o ser humano excluído de toda a graça. Muitos percorreram pelos caminhos de
exclusão pessoal em lugar de sair das situações de Cruz libertos, amadurecidos, renovados, fortalecidos.

Quando rezamos, encontramos distrações. Mas o que fazer? Vamos rezar as distrações. Que busquemos administrar nossas distrações. Identifiquemos nossas "bombinhas caseiras" e as desativemos.
(ler o texto: Navio no Estaleiro, sobre Santo Isidoro e também sobre o Urso Faminto)


Terceira Meditação - 14:45h.Marcos 1,16-20;João 1,35-37.

Marcos:

Marcos nos apresenta um texto de seguimento a Jesus Cristo.
O livro "O Monge e o Executivo" nos fala a respeito desse seguimento, como envolvimento e compromisso. Todos os dias encontramos pessoas disponíveis que nos dizem que estão sempre prontas para atender a qualquer necessidade pastoral. Mas encontramos muitas outras pessoas que só dizem, mas não querem compromisso com nenhuma comunidade ou pastoral. Nos dizem que fazem qualquer coisas, menos assumir um serviço numa pastoral. Com diáconos, padres e até bispos isso pode ocorrer.

Precisamos fazer uma reflexão acerca disso. Quanto mais conhecemos os textos bíblicos, mais somos comprometidos. "A quem muito foi dado, muito mais será cobrado".
Simão e André cuidavam das redes para a pescaria. Jesus os chamou e estes deixaram
tudo para o seguir. Consertavam as redes. O retiro é um tempo de consertar, de olhar e avaliar os passos até aqui e vislumbrar os próximos passos. Mas precisamos incluir nesse
vislumbramento o desejo de comprometer-se mais com aquele que nos chama. Os sentimentos devem ser levados em conta, sim. Mas com discernimento, com cuidado.

João: No texto de João, vimos os discípulos de João Batista que, ao ouvirem de João que Jesus era o Cordeiro de Deus, o deixaram para seguirem Jesus. André, nesse texto, vai buscar Simão, seu irmão, a quem Jesus chamou de Pedro. Escutar a voz de Deus nas suas imediações.

João Batista escutou a voz de Deus e se comprometeu em anunciar o Reino de Deus e a necessidade de nos converter para viver nesse Reino. Reino que, concretamente, João Batista identifica na pessoa de Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus". Não podemos ser possessivos em nossa vida e em nossa ação pastoral. João não foi possessivo. Quando percebeu que era Jesus aquele de quem ele falava e que fora enviado por Deus, renunciou aos seus discípulos, deixando-os seguir a Jesus. E os discípulos vão.

Em nossa pastoral costumamos ser possessivos:
"não vão para outra paróquia, não ultrapassem os limites". Isso é reflexo da possessividade pastoral. "Meus agentes, meus jovens, meus casais". Temos de nos libertar disso. Temos de lançar e consertar as redes. Jesus é um mestre diferente. Ele armou a sua tenda entre nós! Ele amou muito, morando entre nós, sendo próximo de nós, querendo ser íntimo.

Há um provérbio latino que diz: "O homem não está onde mora, mas está onde ama".

Assim é Jesus. Ele nos ama e está no meio de nós.

O nome André é sinônimo de quem conduz os outros a Jesus. Aí Jesus vai sendo
conhecido. O texto continua com o chamado de Filipe e Natanael.

Em João, o único diretamente chamado por Jesus é Filipe. Os outros foram chamados por
intermediários. André chamou seu irmão Simão. Mas Jesus continua chamando até hoje.
E ainda há muitos intermediários. Muitos eram chamados a seguir coisas maiores, propostas maiores.

Temos de refletir sobre nosso chamado. Como fomos chamados? Como estamos ainda respondendo a esse chamado? Com comprometimento?

Alguns já até nos deixaram e seguiram outra proposta de caminhada. Nós estamos ainda
firmes nessa proposta de caminhada, pois nos entendemos como que chamados para esse seguimento.
(ver texto de reflexão sobre João: Chamados ao Encontro Pessoal com Jesus Cristo).


Quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012. Primeira Meditação - 8:15h.

Não abandonemos a tenda. Nos voltemos à misericórdia. O pé indica a presença. Desenhe o seu pé...

O pé indica ainda a consciência de nosso corpo. Sabemos da importância que o nosso pé tem para nós? Cada passo que damos depende de nossos pés.

O filho que dá os primeiros passos. A mãe o vê e nunca esquece esse dia.
Falamos do pé para dizer do valor que nosso corpo tem para nós. Deus nos criou assim: com pés, mãos e cabeça, além todo um complexo que forma o meu ser.

Mas voltemos a falar dos passos. Um casal poderia fazer juntos um resgate e recordar os
primeiros passos para a vida a dois e deixar na consciência esse resgate. Isso os fortalece, os une. A memória dos primeiros passos é fundamental. Os primeiros passos para a vida Presbiteral. Pensar naqueles primeiros momentos em que você se lançou na caminhada com Cristo, buscando servi-lo na vida sacerdotal, Presbiteral. Então, como estou nos meus passos?

Volte ao seu desenho do seu pé e escreva o que seu coração está ditando nesse momento. Sinta os próximos passos. Ande passo a passo na direção daquilo que seu seu
coração apontou. Agora temos pé e coração.

Lucas 19,1-10 (Zaqueu)

O texto é um chamado à Salvação. O homem de Jericó converteu-se e tornou-se discípulo de Jesus. Zaqueu se deixa ser procurado por Jesus. Zaqueu está sobre o galho
de uma árvore. Jesus o vê. Mas Zaqueu, antes, foi ver Jesus, subindo na árvore. Ele quer saber quem é Jesus. Porém, Jesus o viu primeiro. Jesus foi à casa de Zaqueu. Lucas cita dois encontros de Jesus na cidade de Jericó. O outro encontro foi com o cego. Jesus o cura de sua cegueira. O homem de Jericó volta a enxergar. Mas Zaqueu também era cego. Seu coração não estava "enxergando" a necessidade da partilha, do desapego, da
justiça. Sua libertação se deu no encontro com Jesus.

Deixemo-nos procurar por Jesus. Deixemo-nos ser vistos por Jesus. Jesus na casa de Zaqueu, o pecador. Jesus na minha casa. Zaqueu desce da árvore. Desce do poder, da prepotência, da presunção, do pecado.

Descer aqui significa desapegar-se, libertar-se, enxergar. A casa de Zaqueu mudou. Da casa do pecador, tornou-se ante sala do paraíso. Fruto daquele almoço: Zaqueu descobre a generosidade. Metade dos bens foram dados aos pobres. "Se prejudiquei alguém..." - Zaqueu toma consciência de sua situação de pecado e deixa-se salvar-se por Jesus. "Hoje a Salvação entrou nessa casa" – Jesus entra na casa do pecador e o salva, mas é preciso que o pecador se permita ser salvo.

Como está meu senso de partilha? Damos o dízimo? Como eu lido com meu dinheiro?
O dinheiro não pode ser mestre, tem de ser servo. O dinheiro tem de nos servir e não nós
a ele. Zaqueu deixou Jesus passar na sua vida. Deixou-se evangelizar.

Cante a canção do Pe. Zezinho: "Quando Jesus passar (3x) eu quero estar no meu lugar".
Jesus entra na nossa vida, em nosso coração e, quando permitimos, nos propõe a direção certa. A obediência aqui, no faz felizes. Obedecer à direção que Jesus nos propõe no leva à vida em plenitude.

Em tudo isso está o amor. Jesus entrou na casa de Zaqueu com amor. Com amor permaneceu naquela casa e o amor contagiou Zaqueu. A atitude de Zaqueu, de subir na árvore, o apresentou ao amor.
Várias são as situações em nossa vida que nos pede essa atitude de subir na árvore.


Segunda Meditação – 10:15h. João 4,1-16
A samaritana era uma mulher sem nome e pobre. Uma comunidade extremamente machista. A mulher não era ouvida. Ainda por cima quando era samaritana, era mais discriminada. Outras mulheres não aceitavam a samaritana, ainda mais quando era reconhecida como pecadora, adúltera. Aquela mulher samaritana já teve cinco maridos e o último não era dela. Aquela mulher só tinha um balde a oferecer. Mas onde ela está, Jesus vai passar. A missão de Jesus é soteriológica, ou seja, de salvação. Vai ao encontro da mulher para salvá-la. A samaritana também precisa de salvação.

Jesus estava cansado e com sede, mas aproximou-se da mulher samaritana. Na Cruz, Jesus também teve sede. Pediu água e lhe deram vinagre. Por volta do meio dia, um soldado golpeia com a lança o lado de Jesus.

Ainda sobre o encontro com a samaritana. Jesus sente a necessidade de superar a barreira entre ele e ela. Ele diz: "se você conhecesse aquele que fala contigo / se você conhecesse a água que tenho para oferecer, nunca mais terias sede" - chamando a atenção da mulher, usando da curiosidade feminina para manter a conversa. Aquela mulher teve seis maridos. Número simbólico na Bíblia. Pois na verdade se refere a sete. Jesus toma o lugar do sétimo marido, não para viver de forma carnal com a mulher, mas
para salvá-la. Aquela mulher passa a pertencer a Jesus, como discípula. Ela percebe que
Ele é um profeta. Quando ela para de tirar água para ouvir Jesus, consegue ir além e ver
a verdade de Deus.

Em Êxodo, Deus pede que ele tire a sandália, para dar espaço a Salvação. Aqui, Jesus pede da mulher a verdade, para que Ele revele a ela a Salvação. O balde já não é a única coisa, a única verdade. Ela não tem muito o que transmitir, mas o pouco que tem ela não guarda. Vai até a cidade e diz o que sabe e ouviu. Anuncia o seu encontro com o messias.
"Ele disse tudo o que eu fiz. Não seria ele o Messias?"

Na missão Jesus pede a mim algo para beber. Ele sempre vai pedir algo que eu possa dar. Nunca vai pedir o que eu não posso. Pode ser algo difícil, mas não impossível.
Como está o jarro na minha vida? Estou interessado a servir a Deus que não tem um balde, não tem onde reclinar a cabeça?

Quando a samaritana disse a verdade para Jesus, sua vida mudou. Qual a minha verdade?
Quem diz a verdade, merece o perdão. Quem diz a verdade, merece a salvação.
No fim, todos creram não mais porque a mulher falou, mas porque viram e ouviram por si mesmos.
Reflitamos o motivo do nosso celibato. Está ligado a Jesus Cristo. É a entrega ao Reino de Deus. A missão de edificar o Reino de Deus é tão urgente, tão necessária, que vale a pena investir todas as energias, até mesmo afetivas. Jesus, porém, não castra ninguém, não rejeita. Faz parte de nós a função sexual. Mas esta precisa ser controlada, disciplinada, para que esta dimensão não desequilibre as outras.

O celibato é uma graça especial. Sem o auxílio de Deus não vamos longe. É uma graça preciosa. No nosso celibato carregamos vazios e ambigüidades. Vazio de mulher, íntima e constante, de companhia feminina, vazio de família própria. Não é banho de água fria ou
somente as devoções que servirão para nos manter no celibato. Há uma solidão existencial no celibato. É fato. Ninguém irá lhe chamar de papai, de vovô. Mas a amizade com as famílias nos ajudam, não superam a falta, mas ajudam. Temos de buscar ter qualidade em nossos vínculos. Com pessoas que nos ajudem a usar nossa afetividade para a amizade e o companheirismo na caminhada. Mas, evidentemente, o celibato em nós não será algo 100% realizado, pois somos criados para a afetividade, também sexual. Assim, o nosso trabalho em buscar nos aceitar como celibatários é maior e constante. Já aceitamos o celibato desde o nosso diaconato. A direção espiritual também nos ajuda. Ter um confessor nos ajuda a partilhar nossas limitações e superá-las.

Mas, então, para que o celibato? Para construir o Reino de Deus com todas as nossas energias e para nos sentirmos livres. É uma renúncia dolorosa para aderir a algo grande,maior que nós mesmos.

Sobre o perdão:

Perdão não é esquecimento. Mas quem perdoa, de verdade, com o tempo relembra, mas sempre de maneira diferente. O perdão é a virtude e o remédio para a raiva. A raiva é a dor do presente. É reação orgânica. É emoção que, com o tempo, vai se transformando em sentimento. É aí que temos que trabalhar a raiva, pois senão, se transforma em mágoa. Tem muita gente doente porque não perdoa. Contudo, o perdão é um processo que pede muito amor. Só perdoa quem tem amor. Alguém deve dar o primeiro passo. Perdoa quem ama mais. Jesus nos desafia e nos alerta: "Amai os vossos inimigos", ou seja, perdoa os vossos inimigos.

Terceira Meditação - 14:45h.

Momento Penitencial - Confissões e celebração do perdão.

Quinta-feira, 1 de março de 2012.
Primeira Meditação - 8:15h.João 2,1-12


Meditemos sobre as bodas de Caná da Galileia. A família não tinha mais vinho e a Mãe de Jesus é aquela que apresenta a dificuldade daquela família a Jesus. Maria se dirige a seu Filho e diz: Filho, eles não tem mais vinho. Maria não se dirige ao mordomo, ao mestre sala, mas ao seu Filho. Maria dá seu testemunho de fé em Jesus. Ela sabe que ele tudo pode. Maria confia no amor do Filho, pois sabe que é amor que transforma. Outra reflexão é sobre apresenta de Jesus. Sua presença satisfaz, alegra, conforta. Como é bom ter Jesus presente naquela festa, em nossa festa, em nossa vida.

Jesus sabia da importância de sua presença na festa daquele casamento. Nós também somos convidados para muitas festas e, em muitas delas, é importante que nos façamos presentes. Nossa presença alegra e satisfaz as pessoas. Nos levamos a presença de Jesus conosco. Temos de pensar sobre isso. Levamos a presença de Jesus. Quando somos transferidos de paróquia ou de diocese, muitas vezes somos tentados a ficar apreensivos, temerosos, pois vamos recomeçar nossa caminhada. Continuamos sendo missionários, mas agora em outro lugar. Porém, temos de pensar que Cristo também está nesses lugares diferentes, lugares novos para nós. Cristo também está lá. Nossa expectativa não pode ser de medo, mas de fé e alegria por sabermos que também podemos colaborar com a edificação do Reino de Deus em outros lugares.

As seis talhas foram trazidas a Jesus. A sétima, não aparece no texto, pois esta é cada um de nós. As talhas estavam vazias e Jesus pede que sejam enchidas. Depois pede que tirem e levem as talhas ao mordomo, mestre sala. Os verbos tirar e levar indicam ação. Jesus age. Na passagem das talhas, a água se torna vinho. E nós, que tipo de talhas nós somos: talhas vazias ou cheias? Depois, se estamos cheios, será se é com água ou vinho? Se for com água, temos de nos movimentar, pois água parada não serve. Se é de vinho, que seja de vinho novo, saboroso. Os serventes são os menos visíveis.

Mas são eles que enchem as talhas. E é na mão deles que a água se torna vinho. "Façam o que Ele vos disser", lhes disse Maria. E eles atendem. Eles são os primeiros a saber. Os servos sabem. Também entre nós há aqueles que se dispõem a servir ou são chamados para servir. E eles sabem dos detalhes de seu serviço que outros não conhecem. Aqueles que trabalham conosco, sabem muito de nós, da comunidade e nós não os ouvimos. Temos de ouvi-los. Ouvir os servos para servir melhor. Maria comprometeu os serventes com Jesus. Ela lhes apresenta seu Filho e lhes pede fé Nele. Eles acreditam e o milagre acontece.

Cada um é chamado a colaborar, a ser parceiros. Os servos colaboram muito. Precisamos ter a atitude de servos. Prontos para atender Jesus. E hoje? Falta vinho na minha vida? Falta se eu não empolgo os outros na caminhada pastoral, se me isolo, se não partilho, se vejo os outros com olhar de interesse no que possuem materialmente, se olho a carteira e não o coração, se não creio em Jesus, aí falta vinho. O vinho é sinal de alegria, de verdade, de justiça, de misericórdia.

Maria é o olhar consciente da missão. Ela sabe em quem crê e porque crê. Tenhamos esse olhar.

Viver com Cristo! É assim que nos encheremos de vinho novo. Cabe agora a nós para que a festa continue. Temos de agir em favor da grande festa da vida, que Jesus nos propõe.

Segunda Meditação - 10:15h.João 13,1-15.

Jesus lavou os pés dos discípulos. "Se eu vos lavei os pés, vós também deveis lavar os pés uns dos outros".

Pedro quis ser todo lavado por Jesus. O discípulado é serviço. É servir os irmãos. O diabo é o contrário disso. Que se opõe a isso. "Nem todos" estão limpos. Jesus se referia a Judas. Judas é o círculo da maldade, do fechamento, símbolo da traição.

Rezar de qualquer jeito, "missinha", é trair Jesus. É enganar-se e enganar os outros que buscam a Deus. Deve-se ter consciência do que se celebra. Fazer por fazer não combina
com o verdadeiro cristão. É diferente quando estamos, de fato, cansados. Mesmo assim, deve-se buscar forças para rezar bem com a comunidade, permitindo-se ser o primeiro a ser tocado pelas palavras da sagrada Eucaristia.

"Sacerdote, celebra a tua missa, como se fosse a primeira, a última, a única missa". Não podemos viver e nem passar a insegurança interior, a falta de fé, o desânimo. Temos de compreender o mistério e buscar viver o mistério. Já por isto, todos perceberão e também viverão a alegria de estar com Jesus. Para isto, nós servimos. Reanimando os desanimados.

"Quem não vive para servir, não serve para viver".
Voltemos ao texto: Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, vestiu o manto. Não diz o texto
que Ele tirou o avental. Qual é o nosso avental, símbolo do serviço e não do poder?. A estola. Jesus não tirou a "estola" para servir. O presbítero se reconhece como servidor da
Igreja, da comunidade de fé, mas antes de tudo, de Jesus Cristo. Temos de sempre voltar ao Pai .Como eu voltarei para o Pai?

O exemplo de Jesus requer de nós o comprometimento.
"Eu dei-vos o exemplo, para que também vós laveis os pés uns dos outros".
Vale recordar que Jesus não lava os pés da multidão, mas sim dos discípulos. "Laveis os
pés uns dos outros". Jesus pede de nós o exercício de nosso sacerdócio e que motivemos os irmãos e irmãs leigos a fazerem o mesmo entre si. Se essa corrente surgir e permanecer, o caminho de volta para o Pai será conhecido por todos.

O nosso testemunho é um convite para a mudança. Convite e não imposição, pois, apriori, nós só podemos mudar a nós mesmos. Os outros mudam, mediante nosso testemunho e convite.

A missão do fiel em Cristo é produzir frutos para a vida do mundo. Não só para a vida da
Igreja. A vida de fraternidade é caminho para essa realização.

Terceira Meditação – 14:45h. João 21,1-13

Este texto nos fala da fraternidade. Fraternidade entre os discípulos de Jesus. Jesus aparece junto ao lago. O homem busca a Deus, mas é mais procurado por Deus. Estavam 7 discípulos, mas sempre falta alguém. Não é fácil fazer e manter comunidade. Mesmo quando não estão todos, os sete não ficaram lamentando, foram à luta. Pedro disse: "eu vou pescar". Pedro não está bem. Ele está mal, pois ele negou Jesus. Houve um mal estar entre ele e Jesus. Os outros responderam a Pedro: "nós vamos contigo". O grupo não o isola, não o ignora, mas o acompanham, zelam por Pedro, por sua imagem, por sua pessoa. Ele sabem o que houve, mas não o desprezaram, não o difamaram. Não espalham a noticia a respeito dele, mesmo tendo motivos. Uma vez um padre disse: "nós somos tão poucos, precisamos nos amar mais".

A boa imagem da comunidade passa pela imagem da pessoa.
Há quem diga que não é fofoqueiro, mas sempre vai atrás de fofocas. Isso não constrói comunidade, mas a fere. Mas falemos sobre o bom humor na nossa vida. O bom humor não nasce da nossa vontade, mas de comportamento correto. Os mal humorados desviam-se do caminho do bem. Não tem rosto alegre. O humorado tem a alegria estampada no rosto. O homem é a única criatura que ri. Há os sorrisos irônicos. Na televisão, o órgão mais citado entre os humoristas, são os órgãos genitais.

O humorismo é conveniente quando não precisa usar de meios ofensivos e de humilhações. Sejamos pessoas dispostas a viver e a transmitir alegria, mas com respeito
e amor aos outros.

Há quem olhe para o jardim e só enxergue os espinhos. Mas há quem olhe e enxergue as mais belas flores. O humor me abre possibilidades. Possibilidades de ter vida física saudável (com alimentação saudável, exercícios físicos, não substituir água por álcool – o álcool desidrata, pode causar dor na cabeça - é só beber água). Rir é o melhor remédio.
Leve o bom humor para o campo de trabalho e missão. Bom humor, atrai bom ambiente de trabalho e melhor qualidade de vida. Não usar de pessimismo. Ser sério, evidentemente, nas coisas sérias da vida.
 Não é de relaxamento que estamos falando, mas de descontração. Atrair novos amigos. A gente sente falta de alguns amigos que estão longe. Se pode, entre em contato com eles, mas esteja aberto a novos amigos. O  a m i g o   a j u d a , alerta quando precisa.

Longe de nós a ironia. A ironia é a maneira elegante de ser mau. Uma de nossas grandes lutas deve ser para expurgar o que não é bom em nós. Ao levantar temos duas opções: levantar pelo bom humor ou pelo mal humor. Sorria sempre que puder. Se puder, dê aquela gargalhada. Essa atitude cura e previne muitas doenças. O bom humor amplia nosso apostolado. Facilita a acolhida. Facilita a comunicação.

O retiro teve fim, com a santa Eucaristia, na homilia, foi enfocado o modelo de Esther, mulher de oração, que se colocou diante de Deus, para estar diante do Leão, visando salvar o seu povo. Hoje precisamos ter a mesma coragem, e colocarmo-nos diante de Deus e depois irmos ao encontro dos Leões de hoje, para salvar o nosso povo.



Texto digitado por: Pe Alcione Maia, Diocesano da Arquidiocese de Manaus.

Comentários

Pensemos...

ORAÇÃO DE EXORCISMO DO PAPA LEÃO XIII

ANTES DE INICIAR A ORAÇÃO 1.Todo aquele que recita este exorcismo, pondo em fuga o demônio, pode preservar de grandes desgraças a si mesmo, a família e a sociedade. Privadamente, pode ser rezado por todos os simples fiéis. 2. Aconselha-se rezá-lo em casos de discórdia de família, de partidos, de cidades; nas casas dos ateus, dos blasfemadores, para sua conversão; onde se praticou o ocultismo; para obter uma boa solução nos negócios; para a escolha do próprio estado de vida; pela conservação da fé na família ou paróquia; pela santificação de si mesmo e dos entes queridos. 3. É poderoso nos casos de intempéries, de doenças, para obter uma boa colheita, para destruição dos insetos nocivos aos campos, etc. 4. Satanás é um cão furioso que ronda em volta de nós para nos devorar, como nos escreve Pedro, em sua primeira carta: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (5,8). 5. O Pa

Maria busca um lar

Maria é a Mãe do Senhor, a Mãe de Deus. Esta é uma verdade de fé. Isabel, diante de Maria já grávida do Filho de Deus, exclamou: Donde me vem que a Mãe do meu Senhor me visite? (Lc 1,43). Ser Mãe do Filho de Deus feito homem para que os homens pudessem ser filhos de Deus, eis a grandeza de Maria! O mistério escondido do amor de Deus tornou-se visível no Filho de Maria. Sem Maria, não teríamos Jesus Cristo, a última palavra do Pai, nem a Redenção operada por Ele. Por Maria, o Pai deu tudo e disse tudo. O Tudo é o Jesus de Maria. Este é meu Filho amado: escutai-o! A vida de Maria foi uma longa caminhada e uma longa experiência de fé. Meditava e conservava no coração o que via e o que ouvia acerca do seu Filho e de si mesma. Maria foi a porta e a casa da primeira morada do Filho de Deus na terra. Em tudo semelhante ao homem, sua chegada foi velada e desapercebida, mas naquele corpo escondia-se o maior mistério de amor. O primeiro passo, em seu caminho de vinda, foi dado com o auxílio

Irmã Dulce será Beatificada.

SALVADOR, quarta-feira, 27 de outubro de 2010 ( ZENIT.org ) – O arcebispo de Salvador (nordeste do Brasil), cardeal Geraldo Majella Agnelo, anunciou na manhã desta quarta-feira que a Irmã Dulce será beatificada em breve. Segundo informa a arquidiocese, o pronunciamento foi feito na sede das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador. O cardeal informou que até o fim do ano encerra o processo e será conhecida a data da cerimônia de beatificação. De acordo com o arcebispo, uma comissão científica da Santa Sé aprovou esta semana um milagre atribuído à religiosa, fato decisivo no processo de beatificação. Segundo Dom Geraldo, a religiosa é exemplo para os cristãos e a sua história de vida é o que justifica a beatificação e o processo de canonização. “Todo santo é um exemplo de Cristo, como foi o caso dela [Irmã Dulce]; aquela dedicação diuturna durante toda a vida aos pobres e sofredores.” A causa da beatificação da religiosa brasileira foi iniciada em janeiro do ano 2000 pelo pró

A SANTA IGREJA CATÓLICA APOSTOLICA

A Igreja Católica, chamada também de Igreja Católica Romana e Igreja Católica Apostólica Romana , é uma Igreja cristã colocada sob a autoridade suprema do Papa, Bispo de Roma e sucessor do apóstolo Pedro, sendo considerada pelos católicos como o autêntico representante de Deus na Terra e por isso o verdadeiro Chefe da Igreja Universal (Igreja Cristã ou união de todos os cristãos). Seu objectivo é a conversão ao ensinamento e à pessoa de Jesus Cristo em vista do Reino de Deus. Para este fim, ela administra os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus Cristo. Ela não pensa como uma Igreja entre outras mas como a Igreja estabelecida por Deus para salvar todos os homens. Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa universal em grego. Ela elaborou sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos Pais e pelos doutores da Igreja. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definidas de man

O que quer dizer “Completo em minha carne o que falta às tribulações de Cristo”?

Os dizeres do Apóstolo se explicam sem dificuldade, desde que se tenham em vista os seguintes tópicos:   Origem do texto São Paulo estava detido no cárcere em Roma, durante o biênio de 61 a 63. Sofria naturalmente com isto, pois, cheio de ardor pela salvação das almas, desejaria continuar a percorrer o mundo e pregar, como havia feito até então. Prisioneiro, São Paulo mantinha, não obstante, vivo intercâmbio com os fiéis das mais distantes regiões, procurando dar a todos uma palavra de orientação oportuna. Foi o que o levou a escrever aos cristãos de Colossas (Ásia menor) uma carta, na qual se encontra o trecho que nos interessa. Aproximemo-nos, pois, de tal passagem. No inicio da missiva, São Paulo se refere ao Evangelho e à sua vocação de ministro do Evangelho: aludindo a isso, verifica que toda a sua vida, seus trabalhos, sua liberdade e seu cativeiro, estão consagrados ao ministério apostólico; em consequência, nada lhe pode parecer inútil ou vão, nem mes

Dom Luiz Soares Vieira recebe a Medalha de Ouro Cidade de Manaus

A Câmara Municipal de Manaus realizou sessão solene, 16/12, às 10h (horário local) para entregar a Medalha de Ouro Cidade de Manaus ao arcebispo metropolitano de Manaus e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Luiz Soares Vieira, pelo trabalho realizado durante quase duas décadas a frente da arquidiocese.A medalha é a mais alta comenda concedida pelo Poder Legislativo Municipal a um cidadão. A homenagem deve-se a dedicação de dom Luiz ao Estado, realizando trabalhos missionários e levando a palavra de Deus a toda a população. O arcebispo de Manaus nasceu na cidade de Conchas (SP). Cursou Filosofia no Seminário Central do Ipiranga, de São Paulo, e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Foi ordenado aos 22 anos, antes da idade permitida, precisando, portanto, de uma licença especial do Papa para poder exercer o Ministério. Completou os estudos em Filosofia na Universidade de Mogi das Cruzes (SP), trabalho

As Sagradas Imagens são Idolatria? São João Damasceno adversus Calvino

São João Damasceno (676-749 d.C) defendeu a prática cristã tradicional da exibição e veneração das imagens e seus ensinamentos foram afirmados no Sétimo Concílio Ecumênico (Nicéia, 787 d.C). Quase oito séculos mais tarde, este debate foi reacendido pela Reforma Protestante, com muitos dos reformadores (com a notável exceção de Martinho Lutero) abraçando iconoclastia radical, a ponto de destruírem imagens ativamente.  João Calvino (1509-1564) incluiu um capítulo sobre as imagens em seu trabalho histórico as “ Institutas da Religião Cristã ”, onde ele expôs uma forte posição iconoclasta, seguido de um capítulo sobre a veneração de santos. São estes capítulos que serão analisados e criticados neste ensaio, em contraposição à sabedoria patrística de São João Damasceno. Todas as citações bíblicas serão tomadas a partir da versão da Bíblia João Ferreira de Almeida. O PRIMEIRO E SEGUNDO MANDAMENTO (ÊXODO 20, 2-6) “ [1º] Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tire