ROMA, 13 Abr. 10 (ACI) .- Um grupo de peritos conformado por três italianos e um inglês publicaram um estudo na revista da Sociedade Italiana de Estatística (SIS) no qual precisam que os estudos realizados em 1988 aplicando o Carbono 14 ao Santo Sudário de Turim e que assinalavam que este manto corresponde ao século XIII ou XIV, não são confiáveis, devem ser revisados e não podem ser considerados como "conclusivos".
Marco Riani, da Universidade de Parma; Giulio Fanti, da Universidade de Udine; Fabio Crosilla, da Universidade de Udine; e Anthony Atkinson, da London School of Economics, escreveram um extenso artigo na revista da SIS no último 31 de março no qual deram a conhecer várias inconsistências do estudo realizado em 1988 por Damon e outros, publicado na revista Nature há mais de 20 anos.
O estudo dos quatro peritos europeus explica que os dados do estudo de 1988, obtidos a partir de 12 provas com o Santo Sudário, muito provavelmente são incorretos ao constatar a presença de elementos poluentes que teriam alterado a correta datação da Síndone.
Sem aventurar-se a precisar a fonte exata da contaminação, os peritos propõem que poderia ser uma tendência nos números que mostra uma variação "não desprezível".
Todas as amostras de 1988 foram tiradas de uma única seção do manto que media menos de um centímetro.
Os cientistas explicam ademais que se as "inconsistências sistemáticas presentes nas estatísticas se aplicassem aos quatro metros do Santo Sudário, os resultados da datação poderiam variar até em 20 mil anos".
Também explicam que segundo Willard Libby, que realizou a prova do Carbono 14 com alguns colegas na Universidade de Chicago em 1949, esta técnica não pode dar um resultado confiável com materiais orgânicos que foram afetados por fatores ambientais que poderiam ter influenciado a datação.
No caso do Santo Sudário, esta foi exposta a uma grande dose de calor durante um incêndio em 1532 e a outros aspectos em exibições prévias ao ar livre.
Atualmente o Manto do Turim é exposto na Catedral desta cidade italiana até em 23 de maio. O Papa Bento XVI chegará em 2 de maio para presidir uma Solene Eucaristia na Praça de São Carlos.
Há 100 anos, em 1898, um devoto do Santo Sudário, o advogado italiano Secondo Pia, não imaginava que um simples e despretensioso gesto seu iria mudar substancialmente a história daquela sagrada relíquia.
Sendo fotógrafo amador, foi ele quem pela primeira vez fotografou o venerável tecido durante uma exposição pública, no período de 25 a 28 de maio daquele ano.
Qual não foi sua surpresa ao constatar, quando revelou o filme, ter aparecido no negativo a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, imperceptível na observação direta do pano.
Diante desse acontecimento, o Santo Sudário saiu do quase anonimato, a que estava reduzido, para a glória. A descoberta foi considerada como "a revelação de fim de século", reacendendo o antigo fervor na devoção ao Sagrado Linho.
Esta devoção, até então apenas popular, passou a ser um verdadeiro desafio à ciência. Pesquisadores dos mais diversos países acorreram a Turim e debruçaram-se sobre o misterioso lençol para tentar decifrar o seu enigma.
Afinal, qual a origem daquele tecido? O que ele representava? Como foi estampada aquela figura na foto?
Para a piedade católica, porém, não havia dúvidas. Aquela imagem impressa no negativo era a prova mais evidente da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. E por isso a relíquia era digna de toda veneração.
O primeiro estudo sobre o Sudário que se tornou público foi a análise médico-científica feita pelo Dr. Pierre Barbet, em 1932. As conclusões, descritas no livro A paixão de Cristo segundo o cirurgião (Ed. Loyola, São Paulo, 1976), foram impressionantes:
■na face havia sinais de contusões, o nariz estava fraturado e a cartilagem descolada do osso;
■no corpo foram contados 120 sinais de golpes de açoite, produzidos por dois flageladores, um de cada lado da vítima;
■o flagelo utilizado foi o que se usava no Império Romano, composto de duas ou três correias de couro, terminando em pequenos ossos de pontas agudas, ou em pequenas travas de chumbo com duas bolas nas extremidades;
■duas chagas marcavam o ombro direito e o omoplata esquerdo;
■o peito muito saliente denotava a terrível asfixia suportada durante a agonia;
■os pulsos apareciam perfurados, tendo o prego perfurante secionado em parte o nervo mediano, fazendo contrair o polegar para dentro da palma da mão;
■pela curvatura das pernas e as perfurações nos pés, tem-se a nítida impressão de que o esquerdo foi sobreposto ao direito e presos ao madeiro por um único prego;
■os dois joelhos estavam chagados;
■havia um sinal de sangramento, produzido por grande ferida, no lado direito do tórax;
■por fim, havia 50 perfurações na fronte, cabeça e nuca, compatíveis com uma coroação de espinhos...
Era uma constatação científica, totalmente coerente com a descrição evangélica da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tratava-se realmente do Santo Sudário que envolvera o corpo do Redentor, quando este foi descido da cruz para ser sepultado.
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