“Um homem sem religião, é um peregrino sem meta, um questionado sem resposta, um lutador sem vitória, um moribundo sem nova vida”
(Santo Agostinho – Séc IV)
Esta é uma pergunta interessante: Precisamos de fato de uma religião?
Digo que é uma pegunta interessante por que hoje, ao nosso redor, vemos muitas pessoas que dizem não ser necessária uma religião. Existem pessoas que conhecemos, e certamente tem sempre alguém assim perto de você, que acaba dizendo que tem a sua religião pessoal. Adora a Deus do seu jeito. Reza do seu jeito. Faz seu próprio rito. Cada um tem sua própria religião. Por outro lado, vemos nas ruas um verdadeiro mercado da fé. A cada dia um galpão é alugado e vira Igreja. Os cartazes anunciam: Pare de sofrer! Como se o sofrimento humano fosse erradicado com 10% do seu salário. Veja seu futuro! Trabalhos para arranjar o homem e a mulher da sua vida! Assim são os diversos papeizinhos que recebemos nas ruas, prometendo um relacionamento sólido e duradouro apenas com uma visita ao Pai Fulano ou a Mãe sicrana, onde ali seus problemas serão resolvidos levando uma peça íntima do(a) dito(a) cuj(a), ou amarrando a boca de um pobre sapo, que não tem nada a ver com seus problemas afetivos e que por causa do seu amor descontrolado e insano, vai viver de boca costurada na lagoa até o fim da sua vida, para que você seja “feliz” com seu homem ou sua mulher…
Assim é a sociedade onde vivemos. De um lado pessoas que desprezam as religiões. Do outro, pessoas que criam religiões pessoais. E de um terceiro ângulo, vemos pessoas que na sexta feira vão ao candomblé, no sábado ao centro espírita e o no domingo coroam a sua espiritualidade com a missa. Uma salada religiosa…
Mas a questão é:
Isso é certo? Será que precisamos mesmo de uma religião? Por que não todas as religiões juntas? Será que as pessoas que tem uma religião são de fato atrasadas, arcaicas e superticiosas? Ou será que quem diz que cada um pode ter sua religião está errado? Ter religião ou ser religioso? Deus de fato existe? Todas as religiões são iguais? Porque não posso misturar tudo e fazer uma salada de religião? Será que você nunca fez perguntas assim?
Bom eu já fiz. E já pensei assim também. Sobretudo no tempo em que eu iniciei na Universidade.
Quando lhe convém, o homem esquece de ser cristão…
(Santo Agostinho – Séc IV)
Infelizmente o ambiente acadêmico é recheado de idéias assim. Se você é ou foi, um universitário, e já nesse tempo era cristão, sabe muito bem do que eu estou falando. Você também já deve ter sido metralhado com críticas por causa da sua fé. A cada momento surge uma nova teoria sobre Deus. A cada instante, uma nova maneira de provar que Deus não existe, ou se existe não é nada parecido com o Deus que a Igreja Católica prega, ensina e professa. A cada conversa sobre fé, pessoas emitem suas “verborreias” sobre como não precisamos de religião ou de Deus. E eu como não tinha convicção sobre a minha fé católica, me deixei levar pelo blá, blá, blá dos acadêmicos pagãos. Como diz Santo Agostinho, me deixei levar pelo deus da conveniência e acabei abrindo mão da minha Fé ao Deus verdadeiro. Felizmente o Senhor tem misericórdia de nós e nos aceita quando nos arrependemos de Coração.
Dizem que é velha essa idéia do Catolicismo, e portanto inaceitável?… – Mais antigo é o sol, e não perdeu a sua luz; mais arcaica é a água, e ainda mata a sede e refresca…
(São José Maria Escrivá – Séc XX)
Certa vez, há muito tempo atrás Karl Marx disse que: A religião é o ópio do povo. Dizia Marx que a religião servia meramente para entorpecer uma sociedade. Isso foi considerado avançado e ultra moderno na epóca, por incrível que pareça, até hoje, tem gente que idolatra essa frase, e sai dizendo pelas salas de aula das universidades. Tanto que tem até católico que se diz marxista. Como isso me deixa triste. Católicos exaltando um homem que detesta e abomina a Igreja Católica. É duro ver essas coisas, mas acredite: acontece. Hoje os universitários (professores e alunos) criticam a Igreja, esquecendo-se que as primeiras Universidades foram criadas pela Igreja. E frases como essa, acabam se transformando em jargões por parte do corpo docente das faculdades. Pessoas como CheGuevara, Fidel Castro e tantos outros, são colocados em pilares e enaltecidos como santos. Enquanto a verdadeira história desses homens, são recheadas de morte, dor, vingança e violência.
Agora, sabe por que isso acontece? Por que nós católicos não temos uma base catequética. Não conhecemos a nossa fé. Nem do B a Bá da nossa fé, nós sabemos. Essa frase de Karl Marx e muitas outras como essa, são ditas quase todos os dias nos ambientes universitários. E como não temos argumento para combatê-la, acabamos usando o velho jargão: Se não podemos vencer-los juntemo-nos pois a eles. E assim vamos abrindo mão da nossa fé. E acabamos muitas vezes nos deixando levar pela correnteza da descrença.
Eu estudei em uma Universidade Federal e em duas Universidades de Origem Católica (Obviamente que não citarei nomes aqui, mas na cidade em que você vive, o cenario é o mesmo. Qualquer semelhança infelizmente não é mera coincidência). Nelas o ateísmo rola solto entre alunos e professores. Cena triste de se ver. Deplorável, infelizmente.
É duro ver que essas realidades acontecem também nas Universidades Católicas. Enquanto os ateus desfilam seus discursos acadêmicos para provar que Deus não existe, muitas vezes, os católicos em nome do bom senso, ou até do respeito humano (que tantos já levou para o inferno), preferem fechar os olhos para esse ataque a qual os jovens cristãos vivem ao chegar no ambiente acadêmico. Não defendem a Fé que professam. E muitas vezes os padres e as irmãs que tomam conta dessas Faculdades ou Universidades, infelizmente não conseguem deter essa onda de ateísmo que assola nossos jovens, ou simplesmente acreditam que isso não lhes diz respeito. Muitas vezes se omitem atrás de uma coisa chamada “Liberdade de Expressão”. Despreparo? Acomodação? Medo de não ser aceito entre os amigos da sala de aula? Não sei dizer a resposta. Na verdade não cabe a mim respondê-las. Isso cabe a cada um dos que tem uma fé e se omitem ao defendê-la. Minha missão neste simples livro é tentar trazer algumas luzes para sua fé, para que vcê possa ter consciência da sua fé, e não se deixar levar nessa onda de ateísmo. Mas devo dizer que, na minha opinião, nessas horas a pior coisa é ser omisso. Não esqueça: Omissão é pecado!
O fato é que para responder a pergunta que nomeia esse capítulo, quero dar a você uma resposta curta e sem rodeios: precisamos sim de uma religião. Mas não de qualquer religião. E não podemos sair por ai inventando uma religião, ou achando que todas são iguais. Mas para que você encontre coerência na minha resposta, vamos aprofundar o assunto…
Se fora da Igreja Católica nada é íntegro, nada puro, conforme diz o Apóstolo:”Tudo que não procede da fé é pecado (Rm 14,23), não nos assemelhemos absolutamente aos que estão separados do corpo de Cristo, nem nos unamos em comunhão com eles…
(São Leão Magno – Séc IV).
Pax Domini - Cadú (Comunidade Canção Nova).
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