Matemático judeu: Ratzinger defendeu Galileu na Universidade «La Sapienza»Artigo de Giorgio Israel em «L’Osservatore Romano»
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 15 de janeiro de 2007 (ZENIT.org).- Diante dos protestos de professores e estudantes contra a visita de Bento XVI à universidade «La Sapienza», em que o Papa foi acusado de ser inimigo de Galileu, um matemático de origem judaica recordou que o próprio Joseph Ratzinger pronunciou nessa universidade uma conferência em 1990, em sua defesa.A intervenção de apoio ao Papa de Giorgio Israel, professor de Matemática nessa universidade romana, aparece em um artigo na primeira página de «L’Osservatore Romano».
O texto foi escrito antes que a Santa Sé anunciasse, após os protestos – inclusive a ocupação da reitoria –, que se decidiu adiar a visita papal, prevista para a quinta-feira, ainda que enviará o discurso que o pontífice havia preparado.
O matemático recorda um discurso pronunciado pelo cardeal Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em 15 de fevereiro de 1990, no qual explicou como mudou a atitude da Igreja em sua relação com a ciência, e em particular em relação ao caso Galileu.
A fé não cresce a partir do ressentimento e da rejeição da racionalidade, dizia o cardeal.
A fé não cresce a partir do ressentimento e da rejeição da racionalidade, dizia o cardeal.
Israel denuncia a contradição de quem se opôs à visita do Papa, teoricamente em defesa do valor da suposta laicidade da ciência, negando, contudo, o direito à palavra.
«É surpreendente que quem escolheu como lema a célebre frase atribuída a Voltaire – ‘lutarei até a morte para que tu possas dizer o contrário do que penso’ –, oponha-se a que o Papa pronuncie um discurso na universidade de Roma ‘La Sapienza’», constata o matemático.
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