Não sou avesso a mídia. Devo confessar que gosto dela. É até triste
quando ouvimos um sacerdote ou um leigo atuante nas pastorais, criticar
ou rejeitar veementemente o que as novas tecnologias têm a nos propor.
Falta-nos talvez uma propriedade maior para lidar com elas para
melhor se usufruir dos seus recursos. Por mais que ainda queiramos
usufruir de todas as mídias para os trabalhos pastorais, somos ainda
amadores e, muitas vezes temos preguiça de aprender porque requer não só
vontade, mas determinação, investimento e profissionalismo. E nem
sempre esta é uma das maiores preocupações das nossas paróquias.
O Papa Bento XVI tem alertado e estimulado o uso das novas
tecnologias em seus pronunciamentos. A Igreja tem o aval daquele que
acredita que as novas tecnologias, em seu uso atento e ponderado, possa
contribuir intensamente para que a nossa mensagem chegue até aonde deve
chegar.
Em um primeiro instante, toda a paróquia precisa estar envolvida com
esse trabalho que não é um apêndice na vida pastoral, mas uma célula
importante que precisa ser usada, eu até diria, domesticada.
Infelizmente, ela ainda parece um animal selvagem pronto assumir de
vez ou nos fazer sumir de vez da vida dos nossos fiéis. É claro que não é
a internet que vai dar qualidade à vida da paróquia ou aos ensinamentos
do padre na homilia, mas ela pode ser veículo para que uma homilia
qualificada chegue aos ouvidos dos nossos fiéis.
As novas mídias ou tecnologias, como twitter, facebook, instagran,
entre outras, chegam a causar arrepios nos mais céticos. Ou porque não
sabem usar adequadamente os meios alegando não ter tempo ou porque
simplesmente ignoram. Ledo engano. Elas chegaram para ficar e causam,
principalmente entre os jovens, um fascínio interessante.
E a gente se pergunta: por que essas novidades estão invadindo um
espaço que antes era dominado pelos pombos-correio e máquina de
escrever? A resposta é bem assim, simples e objetiva: o mundo evolui. A
tecnologia hiperativa não para. Nesse caso, resta perguntar: nesses
novos espaços, onde fica a paróquia?
4 aspectos que devemos entender:
- A paróquia deve ficar onde sempre esteve;
- Os parâmetros precisam ser ampliados;
- A noção da agilidade da comunicação precisa ser assimilada na mesma velocidade que ela;
- Uma linguagem pastoral diferenciada com os novos meios podem e devem ser agregados aos de uso comum.
Temos pastorais que transitam facilmente no universo dos jovens e
adolescentes, e eles poderiam ajudar nesse processo de modernização dos
canais de comunicação. Primeiro entre eles, depois entre as pastorais e
assim envolvendo toda a comunidade.
Essas novas tecnologias criam espaços onde as pessoas se encontram,
trocam mensagens, avisos, notícias e em poucos segundos se conectam com o
mundo e com o vizinho do lado.
É muito raro um jovem das nossas paróquias, em qualquer lugar desse
país, não esteja vinculado à rede dessas novas mídias. Se não em sua
própria casa, há um espaço na escola, na prefeitura ou em minúsculos
ciberespaços nas pequenas cidades ou comunidades.
Os grandes portais favorecem a criação dos grupos de discussão,
debates e troca de experiências. Por que não pensar em um canal de
comunicação entre as pastorais? Os sites hoje são apenas canais de
informação, apresentação de datas, reuniões, fotos com os últimos
acontecimentos e param por aí. Nem sempre bem feitos com um layout
arrojado e agradável. Esse, que eu chamaria de canal paroquial, poderia
ser o centro de conteúdo e informações para o paroquiano e para os que
estão distantes geograficamente da paróquia.
Os fóruns de debate têm sido um grande meio de pesquisa para as
grandes redes de comunicação e para as grandes empresas. Por que não
criá-los? Seria bom criar fóruns de debate, dispor de informações,
orientações, cursos e um gerenciamento de atividades virtuais que
chegassem não só aos paroquianos conectados como aos que não frequentam a
paróquia.
Pois bem, a paróquia é formada por comunidades, sejam distintas,
distantes ou em suas pequenas células pastorais. São ativas, produtoras
de frutos e se beneficiam com isso. Por que não ampliar os beneficiados?
Não seria ocasião de oferecer pequenas orientações sacramentais,
bíblicas e catequéticas por meio da internet? Não seria importante criar
um vínculo, ainda que virtualmente entre o padre e o internauta?
3 passos para estender os recursos tecnológicos:
- Organize um grupo de reflexão (a Pascom pode ajudar nessa fase);
- Determine o público a ser atingido,
- Disponibilize as informações e atualize-as sobre as diversas áreas pastorais.
Com prudência, podemos colher bons frutos dessas novas tecnologias,
basta deixar o preconceito de lado e ligar o computador. Um novo mundo
certamente irá se abrir.
Pe. Air José de Mendonça, MSC é Presbítero da
Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, Pároco na Arquidiocese
de Campinas/SP e Apresentador na TV Século XXI.
fonte: https://catholicus.org.br/aconselhamento-pastoral-torne-sua-paroquia-um-exemplo-de-evangelizacao-virtual/
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