Onde está a Igreja aí está o Espírito Santo.Pela vida da Igreja, e sua história,
podemos ver com clareza a sua transcendência e divindade. Nenhuma
instituição humana sobreviveu a tantos golpes, perseguições, martírios e
massacres. A sua divindade provém, antes de tudo, d’Aquele que é a sua
Cabeça, Jesus Cristo. Ele fez da Igreja o Seu próprio Corpo (cf. Cl
1,18).
Podemos dizer que, humanamente falando, a Igreja, como começou, tinha tudo para não dar certo. Em vez de escolher os “melhores” homens do Seu tempo: generais, filósofos gregos e romanos, entre outros, Jesus preferiu escolher doze homens simples da Galileia, naquela região desacreditada pelos próprios judeus. “Será que pode sair alguma coisa boa da Galileia?” (Jo 1,46).
Para deixar claro a todos os homens de todos os tempos e lugares, o Senhor preferiu “escolher os fracos para confundir os fortes” (I Cor 1, 27), e também para mostrar que “todo este poder extraordinário provém de Deus e não de nós” (II Cor 4,7); para que ninguém se vanglorie do serviço de Deus.
Aqueles doze homens simples, pescadores na maioria, “ganharam o mundo para Deus” na força do Espírito Santo, que o Senhor lhes deu no dia de Pentecostes. “Sereis minhas testemunhas… até os confins do mundo”(At 1, 8). Pedro e Paulo, depois de levarem a Boa Nova da salvação aos judeus e aos gentios da Ásia e Oriente Próximo, chegaram a Roma, a capital do mundo na época, e ali implantaram o Cristianismo. Pagaram com suas vidas sob a mão criminosa de Nero, no ano 64, juntamente com tantos outros mártires, que fizeram o escritor cristão Tertuliano (220) dizer que: “o sangue dos mártires era semente de novos cristãos”. Estimam os historiadores da Igreja em cem mil mártires nos três primeiros séculos. Talvez isso tenha feito os Padres da Igreja dizerem que “christianus alter Christus” (o cristão é um outro Cristo).
Mas esses homens simples venceram o maior império que até hoje o mundo já conheceu. Aquele que conquistou todo o mundo civilizado da época, não conseguiu dominar a força da fé. As perseguições se sucederam com os Césares romanos, até que Constantino, cuja mãe se tornara cristã, Santa Helena, se converteu ao Cristianismo. No ano 313 ele assinava o edito de Milão, proibindo a perseguição aos cristãos, depois de três séculos de sangue.
Mesmo depois disso surgiu um outro imperador que quis acabar com o Cristianismo, Juliano, mas deu-se por vencido, e no leito de morte exclamou: “Tu venceste, ó galileu!”. Por fim, por volta do ano 380, o imperador Teodósio tornava o Cristianismo a religião do Império. Roma fora vencida pela força da fé.
“Tu és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja [...] e as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). Depois da perseguição romana, vieram as terríveis heresias. Já que o demônio não conseguiu destruir a Igreja, a partir de fora, tentava agora fazê-lo a partir de dentro. De alguns patriarcas das grandes sedes da Igreja, Constantinopla, Alexandria, etc., surgiam as falsas doutrinas, ameaçando dilacerar a Igreja por dentro. Mas, ao mesmo tempo, o Espírito Santo suscitava os grandes defensores da fé e da sã doutrina, os Padres da Igreja: Inácio de Antioquia (†107), Clemente de Roma (102), Ireneu de Lião (202), Cipriano de Cartago (258), Hilário de Poitiers (367), Cirilo de Jerusalém (386), Anastácio de Alexandria (373), Basílio (379), Gregório de Nazianzo (394), Gregório de Nissa (394), João Crisóstomo de Constantinopla (407), Ambrósio de Milão (397), Agostinho de Hipona (430), Jerônimo (420), Éfrem (373), Paulino de Nola (431), Cirilo de Alexandria (444), Leão Magno (461) e tantos outros que o Espírito Santo usou para derrotar as heresias nos diversos Concílios dos primeiros séculos.
Assim, foi vencido o perigo do arianismo de Ário, o macedonismo de Macedônio, o monofisismo de Êutiques, o monotelitismo de Sérgio, o novacionismo de Novaciano, o nestorianismo de Nestório, além de muitos erros de doutrina.
E assim, guiada pelo Espírito da Verdade (cf. Jo 16,13), que haveria de conduzi-la “a toda a verdade”, infalível e invencível, a Igreja foi caminhando até nossos dias. Entre tantos outros combates, venceu a própria miséria dos seus filhos, muitas vezes, mergulhados nas trevas do pecado; venceu os bárbaros que queriam destruir Roma e a fé; venceu os iconoclastas que queriam suprimir as imagens sagradas; venceu os déspotas e reis que queriam tomar as suas rédeas sagradas; venceu o nazismo, venceu a força diabólica do comunismo que fez tantos mártires; enfim, venceu… venceu… e venceu…., não com a força das armas e do ódio, mas com a força invencível da fé e do amor.
Certa vez Stalin, ditador soviético, para desafiar a Igreja, perguntou quantas legiões de soldados tinha o Papa; é pena que não sobrevivesse até hoje para ver o que aconteceu com o comunismo. Jesus deixou a Sua Igreja na terra, como “Lumen Gentium”, a luz do mundo, até que Ele volte. Todas as outras igrejas cristãs são derivadas da Igreja Católica; as ortodoxas romperam com ela em 1050; as protestantes em 1517; a anglicana, em 1534, entre outras. Só a Igreja Católica existia no século I, no século V, no século X, no século XX; só ela tem uma história ininterrupta de 20 séculos; ensinando, sem erro, o que Cristo entregou aos Apóstolos, sem omitir nada. A sucessão dos Papas é ininterrupta desde São Pedro. Isso é um fato inigualado por qualquer outra instituição humana em toda a história. Por isso, nenhuma outra igreja pode pretender ser a Igreja que Jesus fundou. Só ela é como Jesus quis: una, santa, católica e apostólica.
A Igreja, portanto, é mais do que uma simples instituição humana, é divina; por isso, ela é como afirmou São Paulo: “A coluna e o sustentáculo da verdade” (cf. I Tm 3, 15). Assim como aquela coluna de fogo guiou os israelitas no deserto, a Igreja nos guia até o céu. Os Padres da Igreja cunharam aquela frase que ficou marcada: “Ubi Petrus, ibi ecclesia; ubi ecclesia ibi Christus” (Onde está Pedro, está a Igreja; onde está a Igreja está Cristo).
Santo Ireneu (140-202) dizia que “onde está a Igreja aí está o Espírito Santo”. E Santo Inácio de Antioquia (†107), já no primeiro século, ensinava: “Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja Católica”. No século IV, Santo Agostinho repetia que: “Onde está a Igreja, aí está o Espírito de Deus. Na medida que alguém ama a Igreja é que possui o Espírito Santo [...]. Fazei-vos Corpo de Cristo se quereis viver do Espírito de Cristo. Somente o Corpo de Cristo vive do seu Espírito”.
Podemos dizer que, humanamente falando, a Igreja, como começou, tinha tudo para não dar certo. Em vez de escolher os “melhores” homens do Seu tempo: generais, filósofos gregos e romanos, entre outros, Jesus preferiu escolher doze homens simples da Galileia, naquela região desacreditada pelos próprios judeus. “Será que pode sair alguma coisa boa da Galileia?” (Jo 1,46).
Para deixar claro a todos os homens de todos os tempos e lugares, o Senhor preferiu “escolher os fracos para confundir os fortes” (I Cor 1, 27), e também para mostrar que “todo este poder extraordinário provém de Deus e não de nós” (II Cor 4,7); para que ninguém se vanglorie do serviço de Deus.
Aqueles doze homens simples, pescadores na maioria, “ganharam o mundo para Deus” na força do Espírito Santo, que o Senhor lhes deu no dia de Pentecostes. “Sereis minhas testemunhas… até os confins do mundo”(At 1, 8). Pedro e Paulo, depois de levarem a Boa Nova da salvação aos judeus e aos gentios da Ásia e Oriente Próximo, chegaram a Roma, a capital do mundo na época, e ali implantaram o Cristianismo. Pagaram com suas vidas sob a mão criminosa de Nero, no ano 64, juntamente com tantos outros mártires, que fizeram o escritor cristão Tertuliano (220) dizer que: “o sangue dos mártires era semente de novos cristãos”. Estimam os historiadores da Igreja em cem mil mártires nos três primeiros séculos. Talvez isso tenha feito os Padres da Igreja dizerem que “christianus alter Christus” (o cristão é um outro Cristo).
Mas esses homens simples venceram o maior império que até hoje o mundo já conheceu. Aquele que conquistou todo o mundo civilizado da época, não conseguiu dominar a força da fé. As perseguições se sucederam com os Césares romanos, até que Constantino, cuja mãe se tornara cristã, Santa Helena, se converteu ao Cristianismo. No ano 313 ele assinava o edito de Milão, proibindo a perseguição aos cristãos, depois de três séculos de sangue.
Mesmo depois disso surgiu um outro imperador que quis acabar com o Cristianismo, Juliano, mas deu-se por vencido, e no leito de morte exclamou: “Tu venceste, ó galileu!”. Por fim, por volta do ano 380, o imperador Teodósio tornava o Cristianismo a religião do Império. Roma fora vencida pela força da fé.
“Tu és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja [...] e as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). Depois da perseguição romana, vieram as terríveis heresias. Já que o demônio não conseguiu destruir a Igreja, a partir de fora, tentava agora fazê-lo a partir de dentro. De alguns patriarcas das grandes sedes da Igreja, Constantinopla, Alexandria, etc., surgiam as falsas doutrinas, ameaçando dilacerar a Igreja por dentro. Mas, ao mesmo tempo, o Espírito Santo suscitava os grandes defensores da fé e da sã doutrina, os Padres da Igreja: Inácio de Antioquia (†107), Clemente de Roma (102), Ireneu de Lião (202), Cipriano de Cartago (258), Hilário de Poitiers (367), Cirilo de Jerusalém (386), Anastácio de Alexandria (373), Basílio (379), Gregório de Nazianzo (394), Gregório de Nissa (394), João Crisóstomo de Constantinopla (407), Ambrósio de Milão (397), Agostinho de Hipona (430), Jerônimo (420), Éfrem (373), Paulino de Nola (431), Cirilo de Alexandria (444), Leão Magno (461) e tantos outros que o Espírito Santo usou para derrotar as heresias nos diversos Concílios dos primeiros séculos.
Assim, foi vencido o perigo do arianismo de Ário, o macedonismo de Macedônio, o monofisismo de Êutiques, o monotelitismo de Sérgio, o novacionismo de Novaciano, o nestorianismo de Nestório, além de muitos erros de doutrina.
E assim, guiada pelo Espírito da Verdade (cf. Jo 16,13), que haveria de conduzi-la “a toda a verdade”, infalível e invencível, a Igreja foi caminhando até nossos dias. Entre tantos outros combates, venceu a própria miséria dos seus filhos, muitas vezes, mergulhados nas trevas do pecado; venceu os bárbaros que queriam destruir Roma e a fé; venceu os iconoclastas que queriam suprimir as imagens sagradas; venceu os déspotas e reis que queriam tomar as suas rédeas sagradas; venceu o nazismo, venceu a força diabólica do comunismo que fez tantos mártires; enfim, venceu… venceu… e venceu…., não com a força das armas e do ódio, mas com a força invencível da fé e do amor.
Certa vez Stalin, ditador soviético, para desafiar a Igreja, perguntou quantas legiões de soldados tinha o Papa; é pena que não sobrevivesse até hoje para ver o que aconteceu com o comunismo. Jesus deixou a Sua Igreja na terra, como “Lumen Gentium”, a luz do mundo, até que Ele volte. Todas as outras igrejas cristãs são derivadas da Igreja Católica; as ortodoxas romperam com ela em 1050; as protestantes em 1517; a anglicana, em 1534, entre outras. Só a Igreja Católica existia no século I, no século V, no século X, no século XX; só ela tem uma história ininterrupta de 20 séculos; ensinando, sem erro, o que Cristo entregou aos Apóstolos, sem omitir nada. A sucessão dos Papas é ininterrupta desde São Pedro. Isso é um fato inigualado por qualquer outra instituição humana em toda a história. Por isso, nenhuma outra igreja pode pretender ser a Igreja que Jesus fundou. Só ela é como Jesus quis: una, santa, católica e apostólica.
A Igreja, portanto, é mais do que uma simples instituição humana, é divina; por isso, ela é como afirmou São Paulo: “A coluna e o sustentáculo da verdade” (cf. I Tm 3, 15). Assim como aquela coluna de fogo guiou os israelitas no deserto, a Igreja nos guia até o céu. Os Padres da Igreja cunharam aquela frase que ficou marcada: “Ubi Petrus, ibi ecclesia; ubi ecclesia ibi Christus” (Onde está Pedro, está a Igreja; onde está a Igreja está Cristo).
Santo Ireneu (140-202) dizia que “onde está a Igreja aí está o Espírito Santo”. E Santo Inácio de Antioquia (†107), já no primeiro século, ensinava: “Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja Católica”. No século IV, Santo Agostinho repetia que: “Onde está a Igreja, aí está o Espírito de Deus. Na medida que alguém ama a Igreja é que possui o Espírito Santo [...]. Fazei-vos Corpo de Cristo se quereis viver do Espírito de Cristo. Somente o Corpo de Cristo vive do seu Espírito”.
Prof. Felipe Aquino
Missionários destruíram as culturas locais?
O valor e a igualdade de toda pessoa nos foram dados por Cristo.
Em 1970, visitei, no México e na
Guatemala, os lugares em que floresceu a civilização dos Maias, um dos
povos que a conquista colonial de 1500 submeteu à Coroa da Espanha e
depois converteu ao Cristianismo.
Com o supervisor dos Combonianos Mexicanos, que estava procurando uma missão entre os indígenas,
visitamos algumas dioceses dos Estados de Yucatán e Chiapas, e as ruínas
e pirâmides Maias em Chicen-Itza, Uxmal, Palenque e Tikal, na selva
tropical; admirei os restos da arte Maia nos museus de Mérida e de
Campeche. Fiquei positivamente impressionado com esta grande
civilização, já desaparecida.
Não sei se já viram o filme “Apocalypto”,
produzido pelo famoso ator Mel Gibson (o do filme “A Paixão de
Cristo”), que explica como era a civilização dos Maias antes do encontro
com os conquistadores Espanhóis.
Acho que ele dá uma ideia muito precisa
de como era a vida cotidiana na civilização Maia, considerada a mais
refinada das culturas Americanas pré-hispânicas.
Os críticos coincidem ao dizer que o
filme é exagerado na descrição de corpos estripados, cadáveres rodando
pelas escadarias das pirâmides ou dos templos, corações extraídos dos
corpos recém-assassinados e devorados ou oferecidos às divindades, cenas
de violência e de crueldade cotidiana, comumente aceita como costume
tradicional.
No entanto, esta era a realidade de uma
civilização ainda não suavizada pelo encontro com a mensagem do
Evangelho e do exemplo de Cristo.
Nestes dias, chegou às minhas mãos o
fascículo de uma revista Católica que explica brevemente a evangelização
dos povos latino-americanos e condena os missionários que destruíram as
culturas locais, citando e quase sentindo saudade das culturas Inca, Maia e Asteca.
A cultura moderna idealizou as “culturas”
tradicionais dos povos, imaginando um mundo paradisíaco, antes que a
conquista européia levasse a guerra, a violência, a escravidão e o
massacre de populações indefesas.
A realidade é bem diferente desse clichê comum do “politicamente correto”.
Como documentam numerosas investigações
históricas recentes (nas quais se baseia o filme “Apocalypto”), estas
culturas pré-hispânicas da América Latina praticavam religiões que
prescreviam sacrifícios humanos aos deuses do seu Olimpo e em suas
sociedades a vida cotidiana se expressava em numerosas formas de
violência inumana contra o homem e a mulher. Por outro lado, os
sacrifícios humanos estavam muito difundidos na civilização pré-cristã
em qualquer continente.
Civilizações que alcançaram altos níveis
de arte, filosofia, poesia, arquitetura, pintura, artesanato,
engenharia, mas nas quais a pessoa humana individual não tinha em si
valor algum, era simplesmente um entre tantos elementos do mundo criado.
Na civilização pré-cristã, existiam
várias formas de solidariedade familiar, tribal, nacional, mas a
solidariedade como próximo, com todo o próximo, não era jamais
universal. Na própria grande civilização romana, reconhecia-se a
dignidade do civis romanus (cidadão romano), mas não era a mesma que a
da mulher, dos escravos e dos inimigos de Roma.
No Coliseu, para divertir a plebe romana,
os gladiadores combatiam e se matavam, os cristãos eram devorados pelas
feras e as crianças deficientes eram lançadas ao precipício. Estes
conceitos, isto é, o valor absoluto de toda pessoa humana (do qual se
derivam os direitos do homem e da mulher) e a igualdade de todas as
pessoas, dos quais nasceu a civilização moderna e a “Carta dos Direitos
Humanos” da ONU, na história da humanidade nos foram trazidos somente
por Cristo.
O Cristianismo conferiu dignidade e valor
absoluto a toda pessoa humana e foi o grande motor do verdadeiro
“humanismo”. E se o cristianismo retrocede em nossa sociedade
“pós-cristã”, como desejam nossos laicistas, isso nos leva a um estado
de barbárie, que acreditávamos ter superado.
Em resumo, nossa história, depois de dois mil anos de Cristianismo, parece estar dando marcha a ré!
Pe. Piero Gheddo.
O MUNDO INTEIRO ESPERA A RESPOSTA DE MARIA
Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.
Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes,
seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na
morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados
à vida.
Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua
mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a
implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a
região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a
espera, prostrado a teus pés.
E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos
infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a
salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.
Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao
Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma
palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de
Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.
Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua
humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum
convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste
encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se
tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora
mostrar tua piedade pela palavra.
Abre, ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento,
teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua
porta. Ah! Se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com
lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te
pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38).
(Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, Hom. 4,8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4, [1966], 53-54)
São Bernardo, abade e doutor da Igreja, séc. XII.
Vaticano abre arquivos de julgamento dos Templários
O Vaticano mantém um arquivo secreto que é disponível apenas aos estudiosos da história tendo em vista a preciosidade dos documentos e seu difícil manuseio; os documentos não são divulgados amplamente também para que haja primeiro o entendimento correto dos mesmos. Aos poucos o Vaticano está disponibilizando essa riqueza histórica aos pesquisdores.Desta vez abriu seus arquivos e publicará um inédito e exclusivo volume que reúne todos os documentos de um dos grandes julgamentos da história, o que representou o fim da “Ordem dos Templários”.
No dia 25 de outubro, o Arquivo do Vaticano apresentará a 799 fiéis
reproduções do “Processus contra Templarios”, as atas do processo da
Inquisição contra os Cavaleiros do Templo no início do século XIV.
A publicação da obra faz parte da iniciativa “Exemplaria Praetiosa”,
que consiste na produção de exemplares com tiragem limitada de obras
exclusivas conservadas nos Arquivos Vaticanos. O projeto prevê a
publicação de reproduções fiéis, com todos os detalhes, desde o uso do
pergaminho aos selos dourados, de documentos de grande importância
histórica.
Participarão da apresentação o Arquivista e Bibliotecário da Santa
Igreja Romana, Raffaele Farina, o prefeito regional do Arquivo Secreto
Vaticano, Sergio Pagano, e especialistas como o historiador Franco
Cardini e o arqueólogo e escritor Valerio Massimo Manfredi.Fonte:
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1960477-EI312,00.html
A ordem religiosa dos Templários teve sua origem em Jerusalém, por
volta de 1119, e foi suprimida por Clemente V em 1314 após um longo
julgamento. Quem foram os Templários? Com base no
texto de D. Estevão Bettencourt sobre o assunto, do seu volume de
História da Igreja, vamos responder esta pergunta.
Os Templários (Milites ou Equites
Templi) constituíam uma Ordem de Cavaleiros militantes, sendo a mais
antiga de todas. Foi fundada em 1119 por Hugo de Payens e oito
cavaleiros franceses, que se uniram numa família religiosa, ligada pelos
votos habituais de pobreza, castidade e obediência, além do voto
especial de defender com as armas e proteger os peregrinos que se
dirigissem a Jerusalém.
O seu nome se deve ao fato de que o rei Balduíno
II de Jerusalém colocou à disposição dos cavaleiros uma habitação no
palácio real, que se achava na esplanada do Templo de Salomão. A Ordem
dos Templários foi inicialmente muito pobre, mas cresceu rapidamente,
especialmente depois que S. Bernardo, doutor da Igreja, a apoiou
escreveu a sua Regra. Isto mostra sem dúvida a usa dignidade. Um dos
grandes ideais dos jovens da Idade Média era ser Cavaleiro; S. Francisco
de Assis a isto aspirava.
Os Cavaleiros foram favorecidos pelo Papa
Inocêncio II, e altamente beneficiados por doações, que tornaram a Ordem
rica. O seu hábito era um manto branco sobre o qual estava traçada uma
cruz vermelha. Juntamente com os Joanitas ou Cavaleiros Hospitaleiros
(porque tinham um hospital em Jerusalém dedicado a S. João Batista), os
Templários se dedicaram com suma abnegação coragem a defesa da Terra
Santa; mais tarde, porém, foram vítimas de discórdias entre si.
Filipe IV o Belo, da França, movido pela cobiça do
poder e dos bens dos Templários, queria provocar a extinção dos mesmos.
Em vista disto, desde 1305 começou a propagar terríveis acusações
falsas contra eles. Em 1307, Clemente V, instado por Filipe, prometeu
fazer um inquérito a respeito dos pretensos crimes dos Templários. O
rei, porém, não esperou o procedimento papal, e mandou prender aos
13/10/1307 todos os Templários da França, inclusive o seu grão-mestre
Jaime ou Tiago de Molay (cerca de 2000 homens), confiscando todos os
seus bens (fora da França ficavam uns 1000 ou 2000 Templários ainda).
Filipe IV exortou outros reis a seguir o seu
exemplo, e mandou aplicar a tortura aos irmãos para extorquir deles
todas as confissões de interesse do rei. O próprio grão-mestre,
alquebrado, e talvez sob a pressão da tortura, exortava por carta os
seus súditos a confessar logo. Filipe dava a crer que essas medidas eram
tomadas de acordo com o Papa, quando na verdade eram todas de
iniciativa e responsabilidade do rei.
A princípio, Clemente V protestou e exigiu a
libertação dos encarcerados. O próprio Papa em Poitiers (1308) ouviu o
depoimento de 72 Templários, que Filipe IV Ihe mandara. A
decisão última foi confiada a um Concílio Ecumênico, que se reuniu em
Viena (França) de outubro 1311 a maio 1312 (15º Concílio Ecumênico). O
Papa Clemente, houve por bem abolir a Ordem mediante a Bula “Vox in
excelso” de 22/03/1312, “não em sentença judiciária, mas como medida de
prudência administrativa baseada nas faculdades da Sé Apostólica”.
O Papa não quis julgar os Templários do ponto de
vista ético ou disciplinar; julgou, porém, que a existência dos
Templários era um foco de distúrbios no mundo cristão da época. Esta
distinção obteve o consentimento da maioria dos conciliares. Os bens dos
Templários foram, em parte, atribuídos a outras Ordens Religiosas, em
parte caíram nas mãos dos príncipes.
Embora tenha havido historiadores desfavoráveis à
dignidade dos Templários, hoje em dia entende-se que foram vitimas de
graves calúnias. Certas sociedades em nossos tempos dizem-se herdeiras
dos Templários medievais, com os quais teriam uma vinculação secreta;
teriam uma gnose ou conhecimentos esotéricos reservados aos iniciados,
mas estas afirmações são fantasiosas e alheias à verdade.
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