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Homilias de qualidade para a nova evangelização

Em sintonia com a nova evangelização suscitada por Bento XVI, parece importante refletir sobre o papel das homilias na Missa dominical ou em outras festas e o modo de melhorá-las. Milhões de discípulos de Cristo escutam-nas em todo o mundo. Muitos fiéis se interrogam acerca da sua qualidade, especialmente enquanto ao seu conteúdo: às vezes ouvem temas distantes das leituras da Santa ou opiniões pessoais do celebrante; em outras ocasiões recebem quase uma simples repetição dos textos proclamados. Com freqüência alguns fiéis – fora da Missa – trocam suas impressões ou críticas de modos mais ou menos adequados sobre os defeitos que advertem.
Mas, às vezes, algumas falhas na pregação escutada nem sempre são fáceis de detectar. Por exemplo, alguém pode ouvir uma homilia muito bonita em uma tarde de Sexta-Feira Santa comentando as partes do rito e apresentando a morte de Cristo como um acompanhamento, a cada um de nós, nos sofrimentos da vida e especialmente na morte. No silêncio da meditação sucessiva à homilia, alguém se pergunta: bem, o Senhor me acompanha e consola não só com palavras, mas com obras, mas me salva, me redime e me outorga uma vida nova dirigida à Vida e à Ressurreição depois da minha morte? Ouvi algo sobre Jesus morto como vítima propiciatória pelos pecados de todos os homens? Os exemplos poderiam se multiplicar. Por isso, em sua recente Exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini [I], Bento XVI menciona a “atenção particular que, no Sínodo, foi dispensada ao tema da homilia”[II] e também recorda como na Exortação posterior ao Sínodo imediatamente anterior, dedicada ao sacramento da Eucaristia, havia indicado “a necessidade de melhorar a qualidade da homilia”[III]. A preocupação do Magistério[IV] pelas homilias não é nova, porém agora se sublinha a necessidade de contar com homilias de qualidade.
A homilia, parte da celebração eucarística
Façamos uma releitura com calma do ensinamento do Romano Pontífice no n. 59 da Verbum Domini: “Já na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum caritatis, recordei como, ‘pensando na importância da palavra de Deus, surge a necessidade de melhorar a qualidade da homilia; de fato, <>, cuja função é favorecer uma compreensão e eficácia mais ampla da Palavra de Deus na vida dos fiéis’”.
A homilia não é uma ocasião para dirigir-se aos fiéis e comunicá-los algo distinto dos textos sagrados lidos. É “parte da ação litúrgica”, não um acréscimo opcional. Sua finalidade é “favorecer uma compreensão e eficácia mais ampla da Palavra de Deus na vida dos fiéis”.
A Santa Missa é ação de Deus em sua Trindade de Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. É ação de Cristo – o único Sacerdote -, por meio de instrumentos humanos, os sacerdotes. Eles emprestam seu próprio ser – palavras, gestos, inteligência, coração – para atuar in Persona Christi Capitis, em nome de Jesus Cristo Cabeça da Igreja, não em seu nome. Trata-se portanto de ajudar os fiéis – também o mesmo celebrante – a compreender, sob a ação do Espírito Santo, a Palavra de Deus e que esta seja cada vez mais eficaz em suas vidas.
Atualizar a Palavra de Deus dentro da celebração eucarística
“A homilia – segue dizendo o Santo Padre – constitui uma atualização da mensagem da Sagrada Escritura, de tal modo que os fiéis sejam levados a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de Deus no momento atual da sua vida”[V].
A situação fundamental dos homens e mulheres de hoje com respeito a Deus segue sendo e será a mesma: somos obras sua, criados a sua imagem e semelhança, filhas e filhos muito queridos de Deus. No entanto as circunstâncias atuais da vida humana, especialmente em relação com os demais e com o mundo – o trabalho e tantos aspectos da cultura -, foram mudando. Por isso é necessária essa “atualização da mensagem da Sagrada Escritura”. A todos nós faz falta “descobrir a presença e a eficácia da Palavra de Deus no momento atual da sua vida”. Convém facilitar a escuta da Palavra de Deus, como realmente é: isto é, como Palavra eterna, sempre atual, sempre jovem, dirigida a cada um de nós: a mim, em primeira pessoa, e no peculiar momento de minha biografia hoje.
Quando estamos imersos em um tipo de trabalho com horários exigentes e vivemos rodeados de uma cultura midiática que não é fácil decifrar, a simples leitura da Palavra de Deus poderia incidir na própria existência e tornar-se como um piso superior sem escada de comunicação com a planta sob a casa de Deus que é cada Cristão.
A homilia não é uma aula ou uma conferência pronunciada em uma sala ou inclusive em um templo fora da Missa ou de outra ação litúrgica. Forma parte de uma ação divina, da celebração da Eucaristia, na qual se faz novamente presente o único Sacrifício de Jesus no Calvário. Por isso, a homilia tem um caráter peculiar, ao formar parte de um todo mais amplo. Escreve o Papa: “deve levar à compreensão do mistério que se celebra; convidar para a missão, preparando a assembléia para a profissão de fé, a oração universal e a liturgia eucarística”[VI
]. Isto é, vamos renovar a nossa fé na Trindade, recitado o Credo, pedir pelas necessidade de todos e entrar na parte da liturgia eucarística com o oferecimento de tudo o que é nosso, para que o Senhor o una ao seu fazer presente novamente o Sacrifício da Cruz, seguido de sua Ressurreição e de sua Ascensão junto ao Pai.
A orientação da homilia é esta: prepararmo-nos e introduzirmos-nos nesta ação divina oferecendo-nos também a nós com Cristo. Esta nossa inserção adquire, portanto, acentos distintos segundo os textos propostos pela Igreja para cada celebração da Missa e segundo as circunstâncias dos participantes. A homilia haverá de facilitar deixarmos-nos tomar por Cristo e empaparmos-nos com seu Sangue em suas mãos chagadas para lançarmos como boa semente de trigo ao campo do nosso mundo, da família, do trabalho diário, da participação ativa da vida pública[VII].
Cristo, centro da homilia
O Romano Pontífice desenvolve algumas consequências do papel singular da homilia: “aqueles que, por ministério específico, estão incumbidos da pregação tenham verdadeiramente a peito esta tarefa. Devem-se evitar tanto homilias genéricas e abstratas que ocultam a simplicidade da Palavra de Deus, como inúteis divagações que ameaçam atrair a atenção mais para o pregador do que para o coração da mensagem evangélica. Deve resultar claramente aos fies que aquilo que o pregador tem a peito é mostrar Cristo, que deve estar no centro de cada homilia”. O sacerdote, enamorado de Cristo, prega com gosto, com alegria, porque Jesus atrai todas as almas e não deixa indiferente a nada.
Cristo é o centro de toda a homilia. O é como conteúdo, pois se trata de “mostrar a Cristo”. Para isso contamos uns relatos inspirados pelo Espírito Santo, narrações humana e divinas ao mesmo tempo: os quatro Evangelhos, acompanhados de outros escritos também da Palavra de Deus. Cristo é o conteúdo, é o Caminho, a Verdade e a Vida, a Luz que ilumina a todos os homens. Em sua maioria, pertencem ao gênero narrativo tão adequado às circunstâncias atuais e às de todos os tempos. As parábolas interpelam, movem a pensar. Em ocasiões deixam ao ouvinte a tarefa de tirar a conclusão.
Mas também a forma de mostrar o amável rosto de Jesus Cristo tem – então, agora e sempre – uma pauta dada por Deus mesmo e uma luz e um fogo do Espírito Santo na inteligência e no coração do pregador e dos demais fiéis participantes da Missa.
Segundo Bento XVI, “deve resultar claramente aos fies que aquilo que o pregador tem a peito é mostrar Cristo, que deve estar no centro de cada homilia”.[VIII]. Como é natural, isso leva consigo a dar mais importância aos parágrafos do Evangelho lidos na Missa que aos outros textos.
Os fiéis percebem o amor do celebrante a Cristo no tom, nas expressões, na alegria, na sensibilidade, no entusiasmo. Daí deriva o tipo peculiar de preparação requerida para a homilia: um estudo meditativo, intimamente unido à oração pessoal. “Por isso, é preciso que os pregadores tenham familiaridade e contato assíduo com o texto sagrado; preparem-se para a homilia na meditação e na oração, a fim de pregarem com convicção e paixão”[IX]. Requer-se ter uma boa preparação teológica, mas nunca separada da meditação.
Como é lógico, os fiéis também olham o comportamento do pastor. Recordando a São Jerônimo[X], o Romano Pontífice recorda que a pregação será acompanhada do testemunho da própria vida: “No sacerdote de Cristo, devem estar de acordo a mente e a palavra”[XI].
Três perguntas para a preparação da homilia
Bento XVI faz suas as sugestões do Sínodo dos Bispos de 2008 de que se tenham presentes as seguintes perguntas ao preparar a homilia: O que dizem as leituras proclamadas? O que dizem a mim pessoalmente? O que devo dizer à comunidade, tendo em conta sua situação concreta?[XII]. Estas três perguntas são uma grande ajuda para melhorar as homilias.
1. O que dizem as leituras proclamadas?
Antes de tudo, é necessário conhecer o que dizem as leituras. Normalmente o celebrante necessita atualizar sua compreensão do texto e recorrer aos instrumentos oportunos. Para isso serve-se dos textos paralelos dos evangelhos, e das referências implícitas ou explícitas das passagens do Antigo Testamento. Como é lógico, esta leitura se faz à luz da Tradição e com a ajuda do Magistério precedente e atual, organicamente sintetizado no Catecismo da Igreja Católica. Todos os fiéis, sacerdotes e leigos, agradecemos a luz irradiada pelo livro de Bento XVI Jesus de Nazaré, por suas homilias, assim como pelas de seu predecessor João Paulo II e pelas do Ordinário da própria circunscrição eclesiástica.
Não poucas pessoas afirmam que Bento XVI passará para a história pela qualidade e estilo de suas homilias, que recordam o estilo dos padres da Igreja[XIII].
Mas ao que se refere ao Evangelho, é muito útil voltar a considerar algum comentário à passagem de cada Missa em uma das numerosas obras sobre a vida de Jesus: R. Guardini, F. M. William, K. Adam, G. Papini, D. Rops, etc. Citamos também, a modo de exemplo, a Justo Pérez de Urbel, o Emmanuel de Carles Cardo, ao Abade G. Ricciotti e outros mais recentes.
Como é óbvio, toda esta preparação é prévia. Por isso fora dito com certo humor: a homilia requer saber a exegese própria da teologia bíblica, mas não é o momento de dar uma lição de exegese.
2. O que dizem a mim pessoalmente?
É muito importante esta segunda pergunta sugerida pelo Sínodo ao celebrante de sua tarefa de atualizar os textos lidos mediante a homilia. Comenta o Papa, no já citado nº 59 da Verbum Domini: “O pregador deve deixar-se interpelar primeiro pela Palavra de Deus que anuncia”[XIV], porque como diz Santo Agostinho: “seguramente fica sem fruto aquele que prega exteriormente a Palavra de Deus sem a escutar no seu íntimo”[XV].
É conhecida a descrição dos três graus do crescimento intelectual e pedagógico do professor: o jovem só ensina mais do que sabe, pois com freqüência transmite ideias lidas pouco antes, mas não muito assimiladas; o professor mais maduro diz o que realmente sabe; o que chega a ser mestre não expressa todos os seus conhecimentos: ensina somente o que convém aos seus ouvintes. Com isso se põe de relevo o papel da “interiorização” dos conhecimentos e de sua inserção existencial dentro da própria vida.
3. O que devo dizer a comunidade, tendo em conta sua situação concreta?
Vivendo no trato habitual com Jesus e esforçando-se para ser outro Cristo, o pregador pensa em seus irmãos. Fala sobre eles com Jesus Cristo, de suas necessidades espirituais e materiais. Pede luzes em sua oração pessoal: Senhor, o que vou dizer-lhes no domingo? O que queres que diga?
Em um clima de decadência cultural, todos necessitamos ouvir o tom animador, afetuoso, positivo de Jesus, que enche de luz, de alegria, de esperança. O celebrante da Missa busca também transmitir outra verdade fundamental sublinhada na primeira carta de São João: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados”[XVI].
Neste clima de sentir-se amados por Deus, de saber-se filhos de Deus, é mais fácil desejar conhecer melhor a doutrina, as palavras de vida ensinadas por Jesus e transmitidas na Igreja. É mais acessível o desejo operativo de formar-se mais, manter-se firmes na fé em um clima com freqüência neopagão, reconhecer os próprios pecados sem desanimar-se e sem ocultá-los. Nas circunstâncias atuais, todos necessitamos de uma abundância de sã doutrina. Daqui que o santo padre recomende também os breves comentários nas missas feriais: “e mesmo durante a semana nas Missas cum populo, quando possível, não se deixe de oferecer breves reflexões, apropriadas à situação, para ajudar os fiéis a acolherem e tornarem fecunda a Palavra escutada”[XVII].
Em todos os casos é necessário prepará-las bem, com estudo e oração, sem improvisar. Assim é possível pensar com precisão, clareza, de modo atraente o que será dito e expô-lo em um tempo razoável. Em geral é importante evitar as homilias longas, que podem refletir pouca preparação, como daquele autor de um texto de três mil páginas que se desculpou com o editor: saiu muito longo pois tive pouco tempo.
A amizade com Jesus, da qual tudo depende.
Este ponto capital nunca pode ser dado como pressuposto. A meu modo de ver, aqui está em jogo a amizade com Jesus, mencionada muitas vezes por Bento XVI. No prólogo do primeiro volume de Jesus de Nazaré alude a imprecisão bastante estendida da consciência geral da cristandade de que saberíamos poucas coisas certas sobre Jesus. Só a fé em sua divindade teria plasmado posteriormente sua imagem. “Semelhante situação é dramática para a fé, pois deixa incerto seu autêntico ponto de referência: a íntima amizade com Jesus, da qual tudo depende”XVIII].
Esta expressão “a íntima amizade com Jesus, da qual tudo depende” é uma das chaves decisivas para entender seu pontificado que concede tanta importância ao trato pessoal com Jesus na Palavra, na Eucaristia, e em toda a liturgia.
Não se conhece a Jesus verdadeiramente, se não se acompanha-o diariamente junto aos Doze, os setenta e dois discípulos, as mulheres que ajudam ao Mestre e tantos outros. A nova evangelização nasce de um renovado trato de amizade com Jesus, que não é uma figura do passado. Podemos falar d’Ele com o entusiasmo e a alegria do apóstolo João em sua primeira carta: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos  e o que nossas mãos apalparam, do Verbo da vida – porque a Vida manifestou-se: nós a vimos e dela vos damos testemunho e vos anunciamos esta Vida eterna, que estava voltada para o Pai que nos apareceu – o que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos para que estejais também em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. E isto vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa”[XIX]. Veja-se por exemplo como sente a contemporaneidade com Cristo São Cirilo de Jerusalém em suas catequeses (348-350):
“Qualquer ação de Cristo é motivo de glória para a Igreja universal; mas o máximo motivo de glória é a cruz. Assim o expressava com precisão Paulo, que tão bem sabia disto: O que é meu, Deus me livre de gloriar-me senão na Cruz de Cristo.
“Foi, certamente, digno de admiração o fato de que o cego de nascimento recobrara a vista em Siloé; mas, em que beneficiou isto a todos os cegos do mundo? Foi algo grande e sobrenatural a ressurreição de Lázaro, quatro dias depois de morto; mas este benefício afetou unicamente a ele, pois, em que beneficiou aos que em todo mundo estavam mortos pelo pecado? Foi coisa admirável o que cinco pães, como uma fonte inextinguível, bastaram para alimentar a cinco mil homens; mas, em que beneficiou aos que em todo o mundo se encontravam atormentados pela fome da ignorância? Foi maravilhoso o fato de que fora libertada aquela mulher a quem Satanás teria ligada pela enfermidade desde os dezoito anos; mas, de que serviu à nós, que estamos ligados com as cadeias de nossos pecados? Pelo contrário, o triunfo da cruz iluminou a todos os que padeciam da cegueira do pecado, livrou a todos nós das ataduras do pecado, redimiu a todos os homens”[XX].
Cristo não se encontra no passado: vive e atua agora no século XXI, como no século IV. Inclusive em certo modo de maneira mais universal agora que durante seus anos de vida terrena.
Os santos, raios de luz da Palavra de Deus
A Verbum Domini menciona com alegria o papel dos santos. “A interpretação da Sagrada Escritura ficaria incompleta se não se ouvisse também quem viveu verdadeiramente a Palavra de Deus, ou seja, os Santos. De fato, “viva lectio est vita bonorum”. Realmente a interpretação mais profunda da Escritura provém precisamente daqueles que se deixaram plasmar pela Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação assídua”[XXI].
O papa não pensa somente nos santos de muitos séculos atrás mas naqueles de épocas mais recentes e inclusive nossos contemporâneos: “Cada Santo constitui uma espécie de raio de luz que brota da Palavra de Deus: assim o vemos também em Santo Inácio de Loyola na sua busca da verdade e no discernimento espiritual; em São João Bosco na sua paixão pela educação dos jovens; em São João Maria Vianney na sua consciência de grandeza do sacerdócio como dom e dever; em São Pio de Pietrelcina no seu ser instrumento da misericórdia divina; em São Josemaria Escrivá na sua pregação sobre a vocação universal à santidade; na Beata Teres de Calcutá missionária da caridade de Deus pelos últimos; e nos mártires do nazismo e comunismo representados, os primeiros, por Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), monja carmelita e os segundos pelo Beato Aloísio Stepinac, Cardeal Arcebispo de Zagrábia”[XII].
Com a gratidão a Deus, recordo a pregação ouvida de São Josemaria, quem desde muito jovem se meteu na vida de Jesus “como um personagem a mais” e assim aconselhou como um caminho acessível a todos para alcançar a santidade. “Para nos aproximarmos do Senhor através das páginas do Santo Evangelho, recomendo sempre que nos esforcemos por meter-nos de tal modo na cena, que dela participemos como um personagem a mais. Sei de tantas almas normais e comuns que o fazem! Assim chegaremos a ensimesmar-nos, como Maria, que permanecia pendente das palavras de Jesus; ou nos atreveremos, como Marta, a manifestar-Lhe sinceramente as nossas inquietações, até as mais insignificantes[XIII].
Dois instrumentos solicitados por Bento XVI
Disporemos dentro de algum tempo de um diretório homilético: “Pregar de modo adequado referindo-se ao Lecionário é verdadeiramente uma arte que deve ser cultivada. Por isso, dando continuidade à solicitação feita no Sínodo anterior, peço às autoridades competentes que, correlativamente ao Compêndio Eucarístico, se pense também em instrumentos e subsídios adequados para ajudar os ministros a desempenhar da melhor forma possível a sua tarefa, como, por exemplo um Diretório sobre a homilia, de modo que os pregadores possam encontrar nele uma ajuda útil a fim de se preparem no exercício do ministério[XIV].
Ademais, no Motu próprio Ubicumque et semper de Bento XVI do dia 12 de outubro de 2010, constituindo o novo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, se indica como uma de suas tarefas: “promover o uso do Catecismo da Igreja Católica, como formulação essencial e completa do conteúdo da fé para os homens de nosso tempo” (art. 3, nº 5). Com efeito, nesta grande obra do pontificado de João Paulo II todos os fiéis encontram uma formulação completa da fé para hoje, na qual o Concílio Vaticano II se apresenta em toda sua beleza de inserção na corrente vital e doutrinal do Magistério ao longo dos séculos. Nele encontra o pregador uma ajuda para meditar os textos litúrgicos. Vale a pena recordar também a grande ajuda do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, como um instrumento mais acessível para o seu estudo e sua fixação na memória. No ciclo trienal do lecionário para a Missa dominical e solenidades permite-se considerar todos os aspectos do mistério de Cristo. Mas desde antigamente tem sido um bom complemento o estudo detalhado da profissão de fé, em seu desenvolvimento homogêneo ao longo dos séculos. Por isso, o estudo individual ou em grupo do Catecismo da Igreja Católica contribui a conhecer melhor em sua beleza e harmonia todo o conjunto orgânico da Revelação divina. Essas lições se situam não à margem, mas em conexão com a homilia litúrgica. Sem dúvida um uso mais assíduo do Catecismo contribuirá para uma pregação de qualidade em vista da tarefa árdua e apaixonante da nova evangelização.

Luis Clavell
Professor de Filosofia e ex-Reitor da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, Roma
Presidente da Pontifícia Academia Santo Tomás de Aquino.





Homilias de qualidade para a nova evangelização


1.      Significado da Tradição em geral:

“Tradição” é algo muito mal visto na cultura, especialmente a partir do ano 1968. Nessa época surgia um forte clamor juvenil por se romper com tudo o que é “tradicional”, todos os valores antigos e obsoletos.
Na verdade, se fizermos uma analise serena do homem, da sua vida social, do seu comportamento em geral, veremos que o ser humano é um ser de tradição. O homem sempre rompe os limites do imediato, está sempre ligado a seu passado e com projetos para o futuro. O homem sempre recebe tradições dos antigos, cria algumas, elimina outras e transmite a maioria para os jovens. A tradição se funda na mortalidade e nas limitações humanas, na necessidade de organizar e transmitir experiências, conhecimentos, modos de ser adquiridos. A tradição é um conceito dinâmico que representa o centro de toda cultura.
Todas comunidades humanas criam tradições, que condicionam e determinam a mentalidade e o comportamento da comunidade na qual elas estão inseridas. A tradição é a memória dos povos, conserva o passado e proporciona aos homens de certa comunidade uma determinada identidade.
“A tradição é a capacidade dos grupos humanos de transmitir a cultura criada pelo conjunto dos indivíduos que os compõem, de multiplicá-la, enriquecê-la e conservá-la de geração em geração.[1]“ 
O centro da tradição de cada cultura é a linguagem.

2.      Crítica e reabilitação da tradição:

A cultura ocidental criticou várias vezes a idéia da tradição, especialmente a partir do século XVI. As causas desse fenômeno são tanto filosóficas como religiosas.
A Reforma Protestante tende a rejeitar a tradição por motivos de “pureza evangélica.” O homem se une imediatamente a Deus e todo elemento humano parece uma espécie de contaminação, uma interferência ilegítima na relação do crente e Deus.
Algo parecido foi afirmado no âmbito da filosofia racionalista do século XVII. Premissa primeira dessa filosofia é que a verdade não se apóia em nada distinto do próprio pensamento. O “eu” passa a ser o fundamento de todo pensamento científico e não mais os conteúdos recebidos da história. Nessa época aparece a função mediadora do mundo real, dos demais homens, da autoridade e da tradição. O mundo real passa a ser considerado mundo dos sentidos, que podem nos enganar (Descartes). O homem passa a ser considerado “lobo para o homem” (Rousseau); a autoridade passa a ser identificada com autoritarismo; e a tradição passa a ser algo obsoleto.
A Ilustração do século XVII considera a autoridade e a tradição como obstáculos que impedem o crescimento da “razão pura”, senhora de si. “Aude Sapere!” exclamará Kant, como um grito de ordem aos homens cultos para se libertar das tradições religiosas e das autoridades.
Alguns autores representantes do Romanticismo do século XIX, críticos da Ilustração, reabilitaram o conceito de tradição. Esses autores (Herder, Schlegel, Novalis, Gadamer etc.) insistiam na idéia de que “o que foi consagrado pela tradição e pelo passado contém uma autoridade anônima e que nosso ser histórico e finito está determinado pelo que a autoridade o transmitiu.[2]”

3.      O desenvolvimento da Teologia da Tradição na Igreja.

A Tradição cristã não é simplesmente uma variação religiosa de um fenômeno cultural humano. A Tradição cristã se fundamenta em Deus, que se revelou em Israel e em Jesus Cristo, para a salvação de todos os homens.
Podemos definir, pois a Tradição como “o conjunto de conteúdos doutrinais e espirituais que procedem diretamente de Jesus e dos Apóstolos, que se manifestam na Escritura, e se conservam e se desenvolvem historicamente no seio da Igreja.[3]”
No Novo Testamento Jesus Cristo aparece condenando algumas tradições antigas, em Mt. 15. Alguns leitores desatentos ou mal-intencionado da Bíblia consideram esse texto como a condenação absoluta que Jesus Cristo faz das tradições. É evidente para qualquer um leitor inteligente que Jesus nesse texto está condenando algumas tradições judaicas, desvinculadas à caridade. Quando a Igreja Católica afirma o valor da Tradição, não está, pois, reabilitando as tradições farisaicas, condenadas por Cristo. A Igreja Católica defende a Tradição que começa com Cristo, quer dizer, tudo o que Cristo fez e ensinou aos Apóstolos.
No Novo Testamento há muitos textos que os Apóstolos exortam os cristãos a guardar as tradições recebidas deles (que por sua vez, receberam de Cristo). Podemos citar alguns exemplos: 1Cor 11,23; 18,3: “o que vos transmito é o que eu mesmo recebi do Senhor”. As Cartas Pastorais insistem na necessidade de conservar fielmente o “depósito da fé” e a Tradição recebida dos Apóstolos. Podemos ver isso em: 1Tim 1,18; 2 Tim 1,13-14; 2,2; 2 Pe 3,2.
Quando a Igreja teve de manter sua fé nos séculos II e III, frente ao confronto com os gnósticos, os Pais da Igreja desenvolveram o princípio da Tradição como regra de fé.
“Todo aquele que queira ver a verdade pode encontrar em cada Igreja a Tradição que os Apóstolos pregara no mundo inteiro.” (Santo Irineu de Lião)
“Toda doutrina que está em conformidade com aquelas Igrejas Apostólicas, deve ser considerada como verdade, pois indubitavelmente o que as Igrejas receberam dos Apóstolos, isto foi recebido de Cristo e Cristo de Deus.” (Tertuliano)
Quando no século XVI Lutero evocou o princípio de “Sola Scriptura” o Concílio de Trento manteve a referência à Igreja dos tempos apostólicos e ensinou que era preciso render idêntico respeito à Escritura e à Tradição, como fonte única da verdade evangélica. Em questões de fé e de moral não se pode interpretar a Escritura “contra o sentido que a santa Mãe Igreja sustentou e sustém.”
No século XIX e XX a noção de Tradição foi novamente estudada com grande profundidade. Os principais autores dessa época, sobre esse tema, são: Möhler (1796-1838), Newman (1801-1900) e Blondel (1861-1949). Eles desenvolvem a idéia da “Tradição viva”, que se desenvolve na Igreja.

4.      Tradição e Regra de Fé:

A relação entre a Tradição e a regra de fé está exposta de maneira sintética e suficientemente clara na Constituição Dei Verbum, 8.
“E assim, a pregação apostólica, que se exprime de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se, por uma sucessão contínua, até à consumação dos tempos. Por isso, os Apóstolos, transmitindo o que eles mesmos receberam, advertem os fiéis a que observem as tradições que tinham aprendido quer por palavras quer por escrito (cfr. 2 Tess. 2,15), e a que lutem pela fé recebida dama vez para sempre (cfr. Jud. 3). Ora, o que foi transmitido pelos Apóstolos, abrange tudo quanto contribui para a vida santa do Povo de Deus e para o aumento da sua fé; e assim a Igreja, na sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela é e tudo quanto acredita.
Esta tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo. Com efeito, progride a percepção tanto das coisas como das palavras transmitidas, quer mercê da contemplação e estudo dos crentes, que as meditam no seu coração (cfr. Lc. 2, 19. 51), quer mercê da íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais, quer mercê da pregação daqueles que, com a sucessão do episcopado, receberam o carisma da verdade. Isto é, a Igreja, no decurso dos séculos, tende contìnuamente para a plenitude da verdade divina, até que nela se realizem as palavras de Deus.
Afirmações dos santos Padres testemunham a presença vivificadora desta Tradição, cujas riquezas entram na prática e na vida da Igreja crente e orante. Mediante a mesma Tradição, conhece a Igreja o cânon inteiro dos livros sagrados, e a própria Sagrada Escritura entende-se nela mais profundamente e torna-se incessantemente operante; e assim, Deus, que outrora falou, dialoga sem interrupção com a esposa do seu amado Filho; e o Espírito Santo – por quem ressoa a voz do Evangelho na Igreja e, pela Igreja, no mundo – introduz os crentes na verdade plena e faz com que a palavra de Cristo neles habite em toda a sua riqueza (cfr. Col. 3,16)”.

5.      Tradição e Escritura:

“A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência.” (Dei Verbum 8)

6.      As principais testemunhas da Tradição, os Padres da Igreja:

Os Padres da Igreja são os escritores eclesiásticos antigos caracterizados por sua santidade de vida, por seu profundo conhecimento das Escrituras e da doutrina da fé e pela responsabilidade que exerceram na Igreja Antiga, pois eram grandes pastores. São considerados como as testemunhas privilegiadas da Tradição, pois nos unem os ensinamentos recebidos dos Apóstolos e a Igreja de todos os tempos.
A Igreja ensinou que o consenso patrístico unânime constitui regra certa para interpretar a Sagrada Escritura (Conc. de Trento, D 786, Vaticano I, D 17888).

7.      O sentido cristão da fé (sensus fidelium):

“O Povo santo de Deus participa também da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho vivo, sobretudo pela vida de fé e de caridade oferecendo a Deus o sacrifício de louvor, fruto dos lábios que confessam o Seu nome (cfr. Hebr. 13,15). A totalidade dos fiéis que receberam a unção do Santo (cfr. Jo. 2, 20 e 27), não pode enganar-se na fé; e esta sua propriedade peculiar manifesta-se por meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo, quando este, «desde os Bispos até ao último dos leigos fiéis», manifesta consenso universal em matéria de fé e costumes. Com este sentido da fé, que se desperta e sustenta pela ação do Espírito de verdade, o Povo de Deus, sob a direção do sagrado magistério que fielmente acata, já não recebe simples palavra de homens mas a verdadeira palavra de Deus (cfr. 1 Tess. 2,13), adere indefectivelmente à fé uma vez confiada aos santos (cfr. Jud. 3), penetra-a mais profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida.” (LG 12)

8.      Os teólogos da Igreja e o consenso teológico:

A Teologia é «a fé à procura de explicações» e «explicações à procura de razões de fé». Magistério e Teologia têm a finalidade de conservar e atualizar a revelação. Ambos brotam da revelação. Contudo têm também funções diversas:
A Teologia: tem a função de conhecer e penetrar o sentido da revelação, o sentir da comunidade e tirar conclusões para dar ao magistério. A teologia deverá ter uma profunda ligação com a comunidade, ela é uma ciência comunitária por excelência.
Magistério: tem a função de receber o que a teologia lhe dá e, com a ajuda do Espírito Santo, aprofundar esses dados, sistematizá-los e depois propô-las como verdades de fé. Depois irá servir-se da Teologia para transmitir isto ao povo.

9.      Relação da Escritura e da Tradição da Igreja com o Magistério eclesiástico:

“A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da palavra de Deus, confiado à Igreja; aderindo a este, todo o Povo santo persevera unido aos seus pastores na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na fração do pão e na oração (cfr. Act. 2,42 gr.), de tal modo que, na conservação, atuação e profissão da fé transmitida, haja uma especial concordância dos pastores e dos fiéis.
Porém, o encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição, foi confiado só ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo. Este magistério não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado.
É claro, portanto, que a sagrada Tradição, a sagrada Escritura e o magistério da Igreja, segundo o sapientíssimo desígnio de Deus, de tal maneira se unem e se associam que um sem os outros não se mantém, e todos juntos, cada um a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas.” (D.V. 10)

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ORAÇÃO DE EXORCISMO DO PAPA LEÃO XIII

ANTES DE INICIAR A ORAÇÃO 1.Todo aquele que recita este exorcismo, pondo em fuga o demônio, pode preservar de grandes desgraças a si mesmo, a família e a sociedade. Privadamente, pode ser rezado por todos os simples fiéis. 2. Aconselha-se rezá-lo em casos de discórdia de família, de partidos, de cidades; nas casas dos ateus, dos blasfemadores, para sua conversão; onde se praticou o ocultismo; para obter uma boa solução nos negócios; para a escolha do próprio estado de vida; pela conservação da fé na família ou paróquia; pela santificação de si mesmo e dos entes queridos. 3. É poderoso nos casos de intempéries, de doenças, para obter uma boa colheita, para destruição dos insetos nocivos aos campos, etc. 4. Satanás é um cão furioso que ronda em volta de nós para nos devorar, como nos escreve Pedro, em sua primeira carta: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (5,8). 5. O Pa

Maria busca um lar

Maria é a Mãe do Senhor, a Mãe de Deus. Esta é uma verdade de fé. Isabel, diante de Maria já grávida do Filho de Deus, exclamou: Donde me vem que a Mãe do meu Senhor me visite? (Lc 1,43). Ser Mãe do Filho de Deus feito homem para que os homens pudessem ser filhos de Deus, eis a grandeza de Maria! O mistério escondido do amor de Deus tornou-se visível no Filho de Maria. Sem Maria, não teríamos Jesus Cristo, a última palavra do Pai, nem a Redenção operada por Ele. Por Maria, o Pai deu tudo e disse tudo. O Tudo é o Jesus de Maria. Este é meu Filho amado: escutai-o! A vida de Maria foi uma longa caminhada e uma longa experiência de fé. Meditava e conservava no coração o que via e o que ouvia acerca do seu Filho e de si mesma. Maria foi a porta e a casa da primeira morada do Filho de Deus na terra. Em tudo semelhante ao homem, sua chegada foi velada e desapercebida, mas naquele corpo escondia-se o maior mistério de amor. O primeiro passo, em seu caminho de vinda, foi dado com o auxílio

Irmã Dulce será Beatificada.

SALVADOR, quarta-feira, 27 de outubro de 2010 ( ZENIT.org ) – O arcebispo de Salvador (nordeste do Brasil), cardeal Geraldo Majella Agnelo, anunciou na manhã desta quarta-feira que a Irmã Dulce será beatificada em breve. Segundo informa a arquidiocese, o pronunciamento foi feito na sede das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador. O cardeal informou que até o fim do ano encerra o processo e será conhecida a data da cerimônia de beatificação. De acordo com o arcebispo, uma comissão científica da Santa Sé aprovou esta semana um milagre atribuído à religiosa, fato decisivo no processo de beatificação. Segundo Dom Geraldo, a religiosa é exemplo para os cristãos e a sua história de vida é o que justifica a beatificação e o processo de canonização. “Todo santo é um exemplo de Cristo, como foi o caso dela [Irmã Dulce]; aquela dedicação diuturna durante toda a vida aos pobres e sofredores.” A causa da beatificação da religiosa brasileira foi iniciada em janeiro do ano 2000 pelo pró

A SANTA IGREJA CATÓLICA APOSTOLICA

A Igreja Católica, chamada também de Igreja Católica Romana e Igreja Católica Apostólica Romana , é uma Igreja cristã colocada sob a autoridade suprema do Papa, Bispo de Roma e sucessor do apóstolo Pedro, sendo considerada pelos católicos como o autêntico representante de Deus na Terra e por isso o verdadeiro Chefe da Igreja Universal (Igreja Cristã ou união de todos os cristãos). Seu objectivo é a conversão ao ensinamento e à pessoa de Jesus Cristo em vista do Reino de Deus. Para este fim, ela administra os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus Cristo. Ela não pensa como uma Igreja entre outras mas como a Igreja estabelecida por Deus para salvar todos os homens. Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa universal em grego. Ela elaborou sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos Pais e pelos doutores da Igreja. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definidas de man

O que quer dizer “Completo em minha carne o que falta às tribulações de Cristo”?

Os dizeres do Apóstolo se explicam sem dificuldade, desde que se tenham em vista os seguintes tópicos:   Origem do texto São Paulo estava detido no cárcere em Roma, durante o biênio de 61 a 63. Sofria naturalmente com isto, pois, cheio de ardor pela salvação das almas, desejaria continuar a percorrer o mundo e pregar, como havia feito até então. Prisioneiro, São Paulo mantinha, não obstante, vivo intercâmbio com os fiéis das mais distantes regiões, procurando dar a todos uma palavra de orientação oportuna. Foi o que o levou a escrever aos cristãos de Colossas (Ásia menor) uma carta, na qual se encontra o trecho que nos interessa. Aproximemo-nos, pois, de tal passagem. No inicio da missiva, São Paulo se refere ao Evangelho e à sua vocação de ministro do Evangelho: aludindo a isso, verifica que toda a sua vida, seus trabalhos, sua liberdade e seu cativeiro, estão consagrados ao ministério apostólico; em consequência, nada lhe pode parecer inútil ou vão, nem mes

Dom Luiz Soares Vieira recebe a Medalha de Ouro Cidade de Manaus

A Câmara Municipal de Manaus realizou sessão solene, 16/12, às 10h (horário local) para entregar a Medalha de Ouro Cidade de Manaus ao arcebispo metropolitano de Manaus e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Luiz Soares Vieira, pelo trabalho realizado durante quase duas décadas a frente da arquidiocese.A medalha é a mais alta comenda concedida pelo Poder Legislativo Municipal a um cidadão. A homenagem deve-se a dedicação de dom Luiz ao Estado, realizando trabalhos missionários e levando a palavra de Deus a toda a população. O arcebispo de Manaus nasceu na cidade de Conchas (SP). Cursou Filosofia no Seminário Central do Ipiranga, de São Paulo, e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Foi ordenado aos 22 anos, antes da idade permitida, precisando, portanto, de uma licença especial do Papa para poder exercer o Ministério. Completou os estudos em Filosofia na Universidade de Mogi das Cruzes (SP), trabalho

Frei Mário, que os anjos te recebam!!!

Infância... Mário , filho de Luiz Monacelli e Adele Pásseri, nasceu no pequeno povoado de Grello, próximo de Assis na Itália, aos 17 de setembro de 1945. É o último de seis irmãos. Catarina, Pedro, Fulgêncio, Carlo, Ivana. De Família pobre, humilde, trabalhadora e muito temente a Deus, logo fizeram-no cristão pelo batismo, 20 dias após o seu nascimento. Durante a infância apascentava as ovelhas, ajudava freqüentava as aulas regularmente. Recebeu a unção do Crisma em 1951 com 6 anos de idade e a primeira comunhão , três anos depois. Educado na fé, desde tenra idade começou ajudar diariamente na celebração da Santa Missa, acompanhado e até mesmo carregado à Igreja, pelo próprio pároco, quando ainda não andava direito. Capuchinho... Aos doze anos, atraído pelo exemplo de um dos seus irmãos que já era frade capuchinho , Frei Fulgêncio, sente-se chamado e entra para o Seminário Seráfico. Com fé, constância, e incentivo dos familiares, supera inevitáveis dificuldades e permanece firme