Integrantes de grupos da Renovação Carismática Católica (RCC) de Manaus
iniciaram na internet uma campanha contra a realização de uma festa DA M1 EVENTOS chamada M.I.S.S.A (Movimento dos Interessados em Sacudir Sua
Alma), evento que está causando polêmica na rede mundial de
computadores. A balada, prevista para ocorrer dia 7 de dezembro,
pretende reunir pelo menos cinco mil jovens em um resort da capital na
véspera do feriado estadual de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do
Amazonas.
Para o secretário do Grupo de Oração Jovem Nossa Senhora de
Pentecostes, Roberto Júnior, os jovens católicos estão encarando o nome
da balada como uma afronta e "falta de respeito" à religião. "A missa é o
ápice da nossa fé e está no centro da nossa vida comunitária cristã",
disse, acrescentando que "a festa é uma espécie de profanação do
sagrado".
Roberto critica ainda o uso de elementos e figuras da religião católica
na festa. "Na balada, eles fazem o uso das vestimentas de padres e
freiras para recepcionar os participantes da festa. Além disso, há um
fotógrafo fantasiado de Papa e a mesa utilizada pelo DJ é decorada para
dar a entender tratar-se de um altar. Uma ofensa!", ressaltou.
Como forma de repúdio à festa, os jovens da RCC criaram a campanha "Eu Sou Contra, Contra o Evento M.I.S.S.A - M1 Eventos", que chegou à maior rede social da internet nesta quarta-feira (9). Até a hora de publicação desta reportagem do G1, a manifestação contava com a adesão de 554 pessoas. Já na página oficial do evento, na mesma rede social, 256 já haviam manifestado interesse em participar.
Para reforçar a campanha, os jovens também criaram uma petição pública on-line,
que deve ser encaminhada ao Ministério Público do Amazonas, com intuito
de barrar a realização da festa. Uma versão impressa do documento
também já está sendo distribuída entre as paróquias da capital. "O nosso
objetivo é coletar pelo menos dez mil assinaturas", disse Roberto.
Em nota, a Arquidiocese de Manaus diz que o evento M.I.S.S.A. ofende os
direitos de personalidade da instituição Igreja Católica além do
direito de imagem e honra da mesma. "Cumpre-se ressaltar que tal festa
viola o artigo 208 do código penal, visto que o mesmo considera como
crime de vilipendio público de ato ou objeto de culto, todo ato
atentativo contra os objetos de devoção religiosa, bem como, as imagens
relíquias, como também, os que se destinam a manifestação do culto", diz
trecho da nota.
A instituição acrescenta ainda está providenciando as medidas judiciais
cabíveis para que a sua identidade, direito de imagem e a proteção dos
objetos de culto sejam respeitados. O objetivo é "garantir que seus
fiéis não sejam ofendidos por um evento que fere o princípio da
liberdade religiosa e reforça o preconceito religioso".
Ação promocional da empresa no Summer Fest Manaus (Foto: Divulgação)
A reportagem do G1 procurou a M1 Eventos, mas a
empresa não quis se pronunciar naquele momento. Mais tarde, o empresário
Marcelo Alex Nunes, proprietário da empresa, se manifestou por meio de
sua página do facebook, dizendo que o evento não desrespeita os
católicos. "Durante a festa não há qualquer menção ou manifestação
desonrosa, por menor que seja à Igreja Católica ou qualquer outra
corrente religiosa", afirma, por meio de nota.
O evento, que já ocorre há dois anos no Rio de Janeiro (capital),
já passou também por Niterói, Búzios, Angra dos Reis, Brasília, Belo
Horizonte, São Paulo, Fortaleza, Maceió, Natal,Teresina e Salvador,
reunindo um total de mais de 130 mil participantes em 33 edições por
todo o Brasil.
Fonte :Anderson Vasconcelos
Fonte :Anderson Vasconcelos
do G1/AM
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