Bento XVI saúda fiéis durante a Santa Missa com Beatificação do Cardeal John Henry Newman
Mais de 65 mil pessoas reuniram-se em torno do Sucessor de São Pedro no Cofton Park de Rednal, em Birmingham (Inglaterra), para celebrar a Santa Missa com Beatificação do Cardeal John Henry Newman, após uma noite de vigília.
O encontro aconteceu na manhã deste domingo, 19, às 10h (6h em Brasília), no último dia da visita de Bento XVI ao Reino Unido. Na ocasião, o Santo Padre qualificou o nazismo como "ideologia maligna", em referência aos 70 anos da Battle of Britain.
O ensino do cardeal inglês sobre a oração foi destacado pelo Papa a partir do lema da visita, o mesmo de Newman – "Coração fala ao coração" (cor ad cor loquitur):
"Permite-nos penetrar na sua compreensão da vida cristã como chamado à santidade, experimentada como intenso desejo do coração humano de entrar em íntima comunhão com o Coração de Deus. Ele nos recorda que a fidelidade à oração nos transforma gradualmente na imagem de Deus".
Newman é considerado um dos pais espirituais do Concílio Vaticano II por ter sido um dos precursores no incentivo à boa formação do laicato cristão. Ele também incentivou a criação de universidades em meio a um Reino Unido vitoriano em que os católicos tinham acesso a, no máximo, ensino fundamental:
"Na verdade, qual outra meta melhor poderia se propor aos professores de religião se não aquele famoso apelo do Beato John Henry por um laicato inteligente e bem instruído: 'Desejo um laicato não arrogante, não precipitado nos discurso, nem polêmico, mas homens que conheçam a própria religião, que entrem em seu interior, que saibam bem em que estão sustentados, que saibam no que creem e não creem, que conheçam o próprio credo tão bem a ponto de poder explicá-lo, que conheçam tão bem a história para poder defendê-la'", disse, citando Newman.
Segundo o Pontífice, o cardeal ajuda a compreender que "o Mestre divino reservou uma missão específica para cada um de nós, um 'serviço bem definido', confiada unicamente a cada um em particular".
"Na verdade, qual outra meta melhor poderia se propor aos professores de religião se não aquele famoso apelo do Beato John Henry por um laicato inteligente e bem instruído: 'Desejo um laicato não arrogante, não precipitado nos discurso, nem polêmico, mas homens que conheçam a própria religião, que entrem em seu interior, que saibam bem em que estão sustentados, que saibam no que creem e não creem, que conheçam o próprio credo tão bem a ponto de poder explicá-lo, que conheçam tão bem a história para poder defendê-la'", disse, citando Newman.
Segundo o Pontífice, o cardeal ajuda a compreender que "o Mestre divino reservou uma missão específica para cada um de nós, um 'serviço bem definido', confiada unicamente a cada um em particular".
Ele afirmou que o serviço específico de Newman foi a aplicação de seu intelecto e trabalhos escritos a muitos dos urgentes "problemas atuais", como a relação entre fé e razão, espaço vital da religião na sociedade civilizada, abordagem da educação com amplas bases e longo alcance.
Santo sacerdote
Num país com grande tradição de santos mártires, "é justo e conveniente que reconheçamos hoje a santidade de um confessor [...] que, embora não sendo chamado a derramar o próprio sangue pelo Senhor, deu-lhe testemunho eloquente no curso de uma vida longa dedicada ao ministério sacerdotal", indicou.
O Pontífice quis concluir sua homilia com uma breve reflexão sobre a vida do cardeal enquanto sacerdote e pastor de almas, a partir de um dos escritos do inglês:
"Se os anjos fossem vossos sacerdotes, queridos irmãos, não poderiam participar dos vossos sofrimentos, nem perdoar-vos, nem ter compaixão por vós, nem mostrar ternura em meio a vossos confrontos ou encontrar motivos para justificar-vos, como podemos nós; não poderiam ser modelos e guias para vós, e tampouco conduzir-vos do homem velho a uma vida nova, como podemos todos que viemos da vossa própria realidade".
Comentários