No ano 186 a C. o senado romano reagiu contra os cultos forâneos (= externos) proibindo as Bacchanalia (=festas em honra de Baco, deus do vinho),e perseguindo duramente os seus seguidores; vários milhares deles foram executados. Proibia-se a associação dos crentes de Baco, a não ser em grupos de dois homens e não mais de três mulheres. Os que não cumprissem estas normas sofreriam a pena capital..
173 a C. para frear os progressos da superstitio populi (= superstição do povo) e restaurar a credibilidade dos deuses pátrios o Senado romano viu-se obrigado a emitir decretos de expulsão contra mestres de retórica e filósofos gregos.
Cícero(-63) em De legibus (= sobre as leis) mantém que a única religião pública é aquela que recebe o reconhecimento do poder político. Os deuses romanos eram cidadãos que podiam ser naturalizados, ou privados de cidadania, segundo decisão, ou conveniência do Estado. Ele afirmava que “nossos antepassados nunca foram mais sábios nem melhor inspirados pelos deuses, que quando decidiram que as mesmas pessoas que presidem a religião governem o Estado”. Daí ao cesaropapismo(= uma única pessoa assume todos os poderes cívicos e religiosos) só um passo, ou um tempo.
Lucrecio ( de Rerum Natura) é um defensor da religião pública frente a toda forma de superstição.
59 a C. o Senado mandou destruir os altares a Isis e Osiris, dentro do pomoerium (direito de alojamento) e do capitólio (= uma das sete colinas de Roma na qual estava o templo de Júpiter, protetor da cidade, chamada também Tarpeya, pela rocha célebre desde que se atiravam os meninos com defeitos no nascimento); proibição que se repetiu em anos posteriores.
29 a C. Augusto ou melhor Caio Octávio, que reformou seu nome para Caio Julio César Octaviano e recebeu o sobrenome de Augusto, como é conhecido na História, recebe todo o poder político em suas mãos, aceitando o título de princeps senatus( príncipe do Senado).. Recebe o título de Imperator, general vitorioso, encarnação viva de Júpiter, o deus supremo dos romanos. No ano 37 recebe o título de Augustus, (= divino) com autoridade para ser o garante dos auspícios. No ano 12 recebe o título de Pontifex máximus, ( pontífice máximo),uma vez morto Lépido, ficando como único e máximo reponsável de toda a religião romana. Assim neste mesmo ano mandou destruir 2 mil oráculos diversos quando transferiu para o templo de Apolo Palatino os livros sibilinos (da Sibila, mulher sábia com poderes proféticos). A religião romana se transformou num dos apoios mais sólidos do regime imperial. Com exceção de Calígula e Nero, os demais imperadores do século I apenas se afastaram das normas marcadas por Augusto, apresentando-se como máximos protetores da religião tradicional: a tríade capitolina (Júpiter,Juno, Minerva) a deusa Roma e o Imperador divinizado especialmente em províncias.
Tibério (14-37 )mandou destruir o templo de Isis-Serapis e jogar no Tibre a estátua da deusa. Como continuador da obra de Augusto perseguiu os magos, astrólogos e matemáticos (= no tempo considerados como adivinhos), judeus e outros seguidores de deuses orientais.
Claudio (43) ordena uma perseguição de judeus em Roma por causa de tumultos provocados por enfrentamentos com os cristãos. Entre eles Áquila (At 18,2).
Nero(64) inicia a primeira perseguição contra os cristãos não por motivos religiosos mas por causa do incêndio de Roma do qual são acusados. Nela morrem Pedro e Paulo. Segundo Tertuliano,(final sec II) Nero decretou o Institutum Neronianum( Decreto neroniano) que permitia às autoridades romanas perseguir os cristãos pelo fato mesmo de praticar sua religião, embora os autores modernos o neguem. Porém se propagou entre o povo a idéia de que os cristãos eram ateus (ver o caso de Sócrates) porque rejeitavam os deuses e as religiões, especialmente as tradicionais, sem cujos ritos os males sobrevinham sobre Roma e portanto eram culpáveis dos mesmos. Também que em seus cultos comiam carne de crianças e organizavam orgias sexuais, o qual apontava os banquetes eucarísticos, que eram confundidos com os orientais como os cultos de Mitra ou Baco.
No ano 304 a C. existia uma lei promulgada pela autoridade do Senado que proibia sem ordem do mesmo Senado ou dos tribunos da plebe, dedicar templo ou altar algum privadamente. Cícero explica dizendo que ninguém pode separar-se da cidade no culto aos deuses como ninguém pode infringir suas leis, ou negar-lhe seu serviço, sem deixar, ipso facto, de ser cidadão e cair sob sua justa vingança.
Tertuliano ( autor cristão no fim do século II) é o único que afirma que existiu um decreto de Nero que afirmava Ut christiani non sint(= não é lícito ser cristiano). Não se encontrou outro testemunho e por isso muitos autores o rejeitam. Nero culpou do incêndio de Roma aos cristãos à semelhança do acontecido na Roma do século II a C. quando um incêndio de umas casas vizinhas esteve a ponto de destruir o templo de Vesta, onde se guardava o fogo sempiterno da cidade. O cônsul(magistrado da república com suprema autoridade por um ano; era também chefe do exército), mandado pelo Senado para pesquisar as causas, acusou os habitantes de Cápua, que então visitavam Roma como causantes, porque Cápua era aliada de Aníbal, e esperava ser cabeça da Itália contra os interesses de Roma. Nesta primeira perseguição, de caráter local, morreram os apóstolos Pedro(crucificado ) e Paulo( decapitado por ser cidadão romano). Foram os mais ilustres mártires, de quem Caio (198-217)., presbítero romano, escreve: “Dá fé desta história a inscrição, conservada até hoje dos seus sepulcros....que acharás se te aproximas ao Vaticano”. Modernamente nas escavações feitas no subsolo da basílica atual do Vaticano se descobriu um sepulcro com ossos do 1o século de um velho de 70 anos, com moedas desde o 1o século e a inscrição Petros eini em grego(Pedro está aqui).
Do ano 64 até o 313 ano este em que o cristianismo gozou de liberdade no Império, houve estes períodos de perseguição: Século I 6 anos de perseguição (domiciano) e 28 de tolerância. – Século II: 86 anos de perseguição e 14 de tolerância.- Século III: 24 anos de perseguição e 74 de tolerância. –Século IV: 13 anos de perseguição Total: 129 anos de perseguição e 120 de tolerância. As perseguições mais importantes são as de Domiciano (5 anos) cujo motivo foi que eram molitores rerum novarum, (maquinadores de coisas novas) e que poderíamos traduzir como suspeitosos contra o regime, em que a nobreza romana pela primeira vez foi mártir de Cristo..
250 Décio, descendene de uma família senatorial romana, oficial do Illirico (Yugoslávia atual) tentou reavivar o culto em torno à figura do imperador. No momento em que assumiu o império ditou um edito obrigando a todos os cristãos a realizar atos públicos de submissão religiosa ao imperador e aos deuses oficiais. Aos que o faziam entregava um certificado(libellus)para não serem molestados de novo; e os que se negavam podiam ser encarcerados, torturados e mortos. No fim de um ano as medidas começaram a ser suavizadas, devido à opinião pública impressionada pelos excessos cometidos. Mártires: Fabião, papa em Roma, Ágata na Sicília, Dionísio em Paris. Alguns como Pablo se esconderam no deserto, outros compraram o libello ou apostataram, daí o problema dos lapsi (caídos).
Em 257 Valeriano O velho Valeriano, no início tolerante, incitado por Macrino, ministro da fazenda que ambicionava os bens eclesiásticos, iniciou uma perseguição mais seletiva., de modo que só se obrigava a oferecer sacrifícios aos membros da hierarquia eclesiástica. Um segundo decreto ia dirigido contra os cristãos da classe alta em 258. Tudo terminou em 260 ao cair Valeriano nas mãos dos persas. Total 3 anos. Seu filho Galiano devolveu aos cristãos as igrejas e iniciou uma paz de quase 50 anos. Mártires: Sixto II em Roma com seu diácono Lourenço. Frutuoso na Espanha, Cipriano em Cartago.
A última perseguição foi a de Diocleciano,(10 anos) um gigante de corpo, de espírito organizador. Instaurou a tetrarquia, que estava acompanhada de um rearme moral e religioso. Sua mulher e filha eram cristãs. Esta perseguição, que teve início por dois incêndios perto da casa imperial, foi a mais cruenta e duradoura. Iniciada em 303 a instigação de seu colega Galério, César do Oriente, alcançou enorme dureza, exceto nas Gálias e Britannia, onde o César Constâncio, colega do Augusto Maximiano, se limitou a destruir alguns lugares de culto. Em 305 Diocleciano abdicou e a perseguição só se manteve no Oriente através dos dois césares Galério e Maximino, sendo que noOcidente cessou praticamente. Em 311 Galério, pouco antes de morrer, ditou um edito de tolerância Licínio, Constantino e Majêncio o aprovaram. Só Maximino de modo parcial e por pouco tempo reiniciou as medidas anticristãs. Mártires: Sebastião em Roma, Lucia em Siracusa.
O NÚMERO DOS MÁRTIRES.: O número de mártires que conhecemos com nomes próprios é um pouco mais de duzentos. O número conhecido pelas Acta Martyrum (atas dos mártires), pelo culto, ou outras fontes, se aproxima do milhar. Algumas atas e alguns mártires são famosos. No ano 117, Ignácio de Antioquia em Roma. No ano 156, Policarpo de Esmirna.. Em 165, Justino. Em 177, os mártires de Lion nas Gálias, França atual, entre eles S Blondina, escrava. No ano de.180 Perpétua e Felicidade( esta escrava) em Cartago.ÁDo século III temos Cipriano, bispo de Cartago e Frutuoso, bispo de Tarragona. Finalmente, na perseguição de Diocleciano, Vicente, diácono de Zaragoza. São mártires cujas atas conhecemos. Outros, cujo martírio é conhecido pelo culto antigo como os grandes mártires romanos Inés, Sebastião, Pancrácio, dos que temos a igreja a eles dedicada, com seu sepulcro e inscrições e notícias litúrgicas. Muitos são desconhecidos. Para os mais moderados, seu número total nos IV primeiros séculos está mais perto dos 10 mil que dos 100 mil. Talvez foram muitos mais os que, sem ser mortos, tiveram que afrontar a confiscação de bens, o desterro, os cárceres e as minas. Como nota: no primeiro semestre da guerra civil na Espanha, foram mortos 12 bispos, 4 mil sacerdotes seculares e mais de 2 mil religiosos, entre eles 250 escolápios.
OS CÁRCERES: Embora o direito romano, segundo Ulpino, tenha os cárceres para manter os presos e não como punição, ser condenado ad vincula, às correntes, era um castigo. Sabemos que muitos morreram dentro delas por falta de higiene, alimento e pelos tormentos recebidos. Os cárceres eram verdadeiros subterrâneos, sem luz, como exemplo, o cárcere Mamertino de Roma. De alguns cristãos sabemos que estiveram dois anos ou mais no cárcere, como Pânfilo; outros, quase um ano, como os romanos Moisés e Máximo. A prisão comum com sua escuridão, seu fedor, a promiscuidade e o agrupamento de gentes da pior espécie, era ainda mais agravada nas masmorras subterrâneas em que reinava eterna escuridão. Como escreve Prudêncio, “lá se esconde a eterna noite, lá o horrendo cárcere recebe seus réprovos”. Estas masmorras recebiam o nome de robur (=carvalho) porque era em caixas desse material que eram encerados os prisioneiros. Daí a frase de Tito Lívio: in robore et tenebris expirare, morrer no carvalho e nas trevas. Dentro do cárcere existia o suplício do lignum(lenho) ou nervus(nervo). Em Filipos vemos como Paulo e Silas são açoitados com varas e depois metidos na última masmorra segurando seus pés no lenho (At 16,34) Era o cepo ou lenho uma longa peça de madeira, atravessada a intervalos regulares por buracos onde encaixar os pés. O paciente , tendido de costas, era forçado por meio de nervos de boi a abrir suas pernas e encaixá-las em buracos cada vez mais distantes. O quinto buraco era a distância máxima, passada a qual se produzia a morte por rotura do ventre. Orígenes tendo 67 anos sofreu longo tempo o suplício do lenho tendo seus pés no 4o buraco. As mulheres estavam livres deste suplício. Tertuliano dirá: “Não sente tormento no nervo quem tem sua alma no céu”.
A TORTURA: Era procedimento legal e corrente na Grécia e em Roma para arrancar ao réu a confissão de seu crime. Porém, um cidadão romano não poderia ser submetido a ela.(At 22,25) Seu nome latino era quaestio (= inquisição), e não tinha razão de ser desde o momento em que o réu confessava seu delito. A partir do ano 197 foi aplicada. Décio mandou que se aplicasse aos cristãos, não para confessar seu delito, mas para afastá-los da fé. Porém, os suplícios alcançaram um grau de suprema crueldade nos tempos de Diocleciano( 303-306). Desta perseguição nasceram os sacrifiados, incensados e libeláticos, aos que se juntaram os traditores, os que entregaram os livros sagrados. Desta perseguição temos Inés, Pancrácio e Sebastião, amigo, este último, do Imperador. Serão em Roma os mártires mais conhecidos e de cujo culto universal existem inúmeras igrejas como testemunho. Geralmente, iniciava-se o tormento pelas varas e os açoites ou flagellum. Aquelas para os cidadãos romanos. Estes para escravos. Desnudavam o réu e o atavam a uma coluna baixa de modo que as costas estivessem na posição horizontal para facilitar os golpes. Os açoites podiam ser as plumbata (de chumbo) em que terminavam as correias ou cordas, e por vezes sigillata, com ossos das rótulas(sigillum). Mas temos um novo suplício: o eculeus ou potro que era como o cavalete moderno dos ginastas.. As torturas sobre o mesmo, quando o réu estava atado de costas eram consideradas como supremas. Na cabeça e na cauda de semelhante instrumento estavam anéis, polias, rodas e parafusos giratórios. De costas, seguros os pés e amarradas as mãos sobre a cabeça com cordas, que se enrolavam em rodas, ao girar as mesmas, distendiam os membros até deslocar os ossos. Podia durar horas. Depois, solto, amarrava-se o réu a um poste ou se atava por baixo do cavalete e se procedia com pentes de ferro, como se fossem garras, a dilacerar costados e peito. Também se usavam tochas ardentes que se aplicavam à carne ou pranchas de ferro ao vermelho vivo, ou chumbo derretido, que se derramava lentamente sobre as partes mais delicadas do corpo..
AS MINAS: Nas atas de alguns mártires encontramos esta frase: damnatus ad metalla. (=condenado aos metais)..Entre eles temos os papas Calixto, Urbano e Ponciano, que eufemisticamente dirá deles Hipólito, também mártir, foram desterrados à ilha de Cerdanha. Na realidade, ao trabalho forçado nas minas. Como escreve um comentarista, era uma maneira lenta de condenar à morte. Na Itália só encontramos as minas da ilha de Elba e as da Cerdanha. Pelo contrário era na Hispania(Espanha) onde encontramos as grandes minas de cobre, ferro e ouro. Para se ter uma idéia, em Cartagena (Espanha) trabalhavam 40 mil homens, a grande maioria dos quais era escrava., havendo também condenados como os que remavam nas galeras.
O Estado tinha a propriedade das minas de ouro e prata, arrendando as outras a particulares. As condições eram duras. Um escravo, cujo preço equivalia ao de um mulo, era comprado por um particular que depois o arrendava aos diretores da mina. Tirado o sustento do mesmo o resto do dinheiro era recebido pelo amo. Um cidadão comum podia ter dois ou três escravos e desta maneira podia viver sem trabalhar. Era como arrendar um animal de carga. Uma visão realista a vemos no filme Barrabás. Falando de escravos, segundo Cícero, a ração de pão (quase a única comida) de um escravo era de de 30 kg/mês. Cada ano recebia uma túnica e cada dois anos um sobretudo curto. Daniel Rops escreve que no século III a pena recebida por um cristão tinha dois aspectos: os trabalhos forçados das minas, ou a morte. As minas podiam ser de sal ou de metais. No direito romano ser condendo ad metalla era considerada uma pena capital. As probabilidades de subsistir eram de 10% após poucos anos. Os condenados eram conduzidos a pé, marcados com ferro ardente, acorrentados aos outros presos por ferros que nem permitiam caminharem erguidos. Era assim que entravam na sombra da montanha e sofriam uma vida subterrânea de trabalho ininterrupto, pondo fim a toda esperança. .Numa promiscuidade repulsiva comiam, dormiam e satisfaziam suas necessidades, como si fossem bestas, com a única certeza de que já nào veriam mais a luz, a não ser na plataforma dos cadáveres.
As Catacumbas: O nome provém provavelmente de junto ao fosso, tradução direta do grego oficial falado em Roma pela antiga Igreja. Designava, pois, uma depressão do terreno que rodeava a antiga basílica de S. Sebastião. Hoje designam os cemitérios subterrâneos de extensas galerias onde cristãos, judeos e pagãos cultivadores de Mitra enterravam seus mortos. Se as de Roma são as mais conhecidas, também podemos encontrá-las em Nápoles, Sicília, Egito e Túnez. Começaram por ser uma extensão subterrânea dos mausoléus ou vilas romanas dedicados aos mortos, como lugares em que os libertos da família eram enterrados. O chão, fácil de ser escavado, devido à classe de caliça chamada toba, em que se encontrava a lazulita ou lapis-lázuli, que antigos mineiros escavavam em galerias subterrâneas, para obter materiais de construção e pedras semi-preciosas. De garimpeiros se transformaram em “fossores”. Pois é possível que os cristãos aproveitassem essas galerias, porque não queimavam os cadáveres como os romanos, que costumavam colocar as cinzas nos columbários. Por isso os judeus e os adoradores de Mitra também escavaram catacumbas próprias. As mais antigas são as de S Priscila com S. Domitila, esta da família dos Flávios, ambas do final do sec I. Se inicialmente eram hipogeos(=tumbas subterrâneas) que não podiam ultrapassar o limite da vila superior onde estava enterrado o chefe da família, logo com o transcurso dos anos foram admitidos outros mortos que não fossem familiares e os fossores(=escavadores) cavaram galerias fora do limite patrimonial. Isto foi necessário ao crescer o número dos cristãos no século III. Assim perdiam o nome do dono particular do terreno e tomavam o nome de um papa ou mártir célebre, passando de Domitila a Calixto e Sebastião. Dentre os fossores temos o próprio papa Calixto. As galerias se estendem por quilômetros. Um total de 900 a 1200 Km com profundidades de até 25 m e cruzando-se os andares, nalguns pontos 5 vezes. Era o metrô dos mortos. Como exemplo,a catacumba de S. Sabina tem 1603m e 5736 tumbas. Somente após a paz de Constantino as catacumbas se transformaram em santuários, em que temos, além dos lóculi (nichos-tumbas pessoais) os cubiculi alongamentos com vários loculi , e as criptas Algumas criptas são tão largas que receberam o nome de basílicas como a de Nero e Aquileio, verdadeiras salas em que se podiam celebrar as refrigeria, os banquetes em honra dos mortos, que logicamente terminavam com a Eucaristia. Entre as criptas mais conhecidas é a dos papas na catacumba de S. Calixto temos a de S. Cecília no mesmo lugar. Não eram lugares de culto, que se celebrava nas casa particulares, mas só serviam para comemorar os aniversários dos mártires com os refrigéria antes explicados. É possível que nos momentos de maior perseguição, Décio e Domiciano, servissem também como lugares comuns de encontro e culto cristão.
O PÃO DOS FORTES: Os antigos cristãos a levavam para casa (Hipólito + 235) onde a semelhança dos deuses penates romanos tinham um lugar reservado para a adorar e se fortalecer cada dia com a comunhão Sendo, pois, o centro da vida cristã, entre as atenções dadas aos presos pela fé, estava a Eucaristia. Se havia um sacerdote entre os condenados os fiéis punham em suas mãos pão e vinho para a celebração. Caso isso não existir encomendavam a sacerdotes visitantes, ou diáconos e por vezes simples cristãos, especialmente crianças que levassem o pão consagrado até os cárceres.. Tal foi o cso Pancracio, de 14 anos, a quem seus colegas de aula queriam brincasse com eles e como o rapaz não quis, então ao correr a voz de que portava os mistérios cristãos, quiseram à força poder contemplá-los ao que Pancracio se opôs, apesar dos golpes que o deixaram quase morto. Quadratus, um cristão o socorreu, mas era tarde demais. Pancrácio morreu defendendo a Eucaristia que portava, como se defendesse o póropio Cristo. A Eucaristia era chamada nessas circunstâncias, o pão dos fortes. Daí ao viático, comunhão dos enfermos em perigo de morte, era um passo que a idade média deu e ainda se conservava em nossos dias.
OS LAPSI: Numa Igreja que teve um chefe apostólico que negou Jesus três vezes por medo de uma criada, nem todos foram mártires a aceitar os sofrimentos e entregar a vida pela pessoa de Cristo. Nos dois primeiros séculos foram raríssimos os casos de apostasia, palavra que indica a negação de Cristo como Senhor. Mas no século III, especialmente sob a perseguição de Décio (250-51) os apóstatas, chamados lapsi (= caidos) em latim, eram bastante numerosos. Cipriano escreve um tratado em que em primeiro lugar define a causa de tamanhas quedas: Uma longa paz tinha corrompido a disciplina divinamente ensinada. Os fiéis não tinham outro afã que aumentar seus bens; até os bispos andavam à caça de pingues negócios e enquanto seus pobres morriam de fome, eles se dedicavam a aumentar suas rendas. Assim escreve, citando Mt19,21 e I Tim 6,40.junto com Lc 6,22.
TIPOS DE LAPSI: Havia três tipos diferente de apóstatas: os sacrificati, que haviam sacrificado aos ídolos imperiais, os turificati ou incensados, pois o vaso do incenso era o turíbulo (tus incenso e fero levar) que somente queimavam incenso, e finalmente os que compravam o libelo ou carta oficial, que os declarava como cumpridores do culto aos ídolos sem tê-lo feito. O libelo era dispendioso e bastava possui-lo para não ser molestado pelas autoridades. Todos eles caiam na maldição de Jesus: “Pois se alguém se envergonhar de mim (......) também eu me envergonharei dele quando vier na glória do Pai.(Lc 9,26) Por isso a Igreja considerou os libeláticos com o mesmo rigor que os idolátricos.
OS CONFESSORES: A perseguição de Décio (250) demorou menos de um ano em perder sua virulência. Se houve apóstatas, houve também os que encarcerados e sofrendo tormentos, não foram condenados à morte e saíram dos cárceres com as marca das grilhetas e dos rtomentos do ecúleo. No início de 251 quase todos os encarcerados foram postos em liberdade. Eram os confesores, entre eles o mais célebre Orígenes. Os lapsi, após acabada a perseguição, queriam voltar ao seio da Igreja. Os sacrificados só obtinham perdão na hora da morte, vivendo, pois em penitência perpétua. Os libeláticos tinham uma pena temporal, mas se serviam dos bilhetes de paz (libellus pacis) concedidos pelos confessores; assim se livrando ou reduzindo a penitência pública, devido ao mérito dos confessores. Esta é a origem das indulgências. Como coisa de interesse para nosso caso, diremos que contra abusos na concessão dessa indulgência se opuseram em Roma o Papa Cornélio e em cartago o bispo Cipriano. Os de Cartago eram laxos, como Felicíssimo, e os de Roma extremamente rigorosos com Novaciano ao frente, que exigia uma Igreja pura, a dos kátaros (coincidência de nome e de idéias com os hereges da idade média). Assim se uniram contra a autoridade legítima tanto os rigoristas de Roma, como os laxistas de Cartago. O cisma, especialmente em Roma, se manteve durante séculos, em forma minoritária.
DIOCLECIANO E O BAIXO IMPÉRIO:
Foi Diocleciano (284-305) o último dos grandes imperadores da Roma pagã.Com ele abre-se uma época que chamamos de Baixo Império em que os outros dois grandes nomes serão Constantino e Teodósio. Diz-se dele que era filho de um liberto, um ex-escravo, e que adquiriu o poder por um crime, o assassinato do imperador Numeriano(284), segundo o costume da época. A administração romana estava ferida de morte pelos francos e saxones no norte e pela rebelião dos bagaudos ou vagabundos nas Gálias. Eram estes, camponeses arruinados, devedores insolventes e escravos fugitivos, que se associaram para o roubo e matança em grande escala. A África do norte também estava em contínua revolta. Diocleciano não podia fazer frente sozinho a tanta insurreição e se associou a um outro Augusto, em diarquia (=chefatura de dois)com ele: Maximiano(286). Diocleiano tomando o título de Júpiter governava o Oriente, com capital em Nicomedia (na Turquia oriental, frente a Estambul) e Maximiano como Hércules o Ocidente. Em 293 o sistema foi completado com os dois césares, Constâncio Cloro no Ocidente às ordens de Maximiano e Galério no Oriente sob o comando de Diocleciano. Um sistema que sob o prestígio de Diocleciano mantinha uma única autoridade, dividida em uma tetrarquia (4 chefes). As petições ao imperador deviam ser dirigidas aos quatro, que respondiam em uníssono. Daí resultou a origem dos plurais de etiqueta ou majestade das línguas modernas. Esses imperadores da tetrarquia promulgaram 1200 leis, mas a Roma antiga deixou de existir no seu modelo de comícios e liberdades, e os novos soberanos pareciam-se mais com os faraós do Egito e os reis sassânidas persas, do que como os princeps do senado. Por cima das leis estava o dominus et deus (=imperador e deus), título oficial dos mesmos. Vestiam-se com o diadema místico dos sassânidas, símbolo do Sol e da eternidade. O povo devia cumprir o rito da proskinesis, adoração profunda, beijando a orla de seus vestidos deslumbrantes de pedras e ouro.
A PERSEGUIÇÃO: Havia 30 anos que os cristãos viviam em paz. O césar Galério foi sem dúvida quem advertiu a Diocleciano de que o novo totalitarismo real e o cristianismo eram incompatíveis. Além da adoratio, existiam outros motivos para os cristãos serem objetores de consciência .Galério filho de um pastor do Danúbio cuja mãe era uma pitonisa de aldeia, a raiz de um incêndio em Nicomedia, obrigou o ancião Diocleciano a promulgar em 303 um primeiro edito: fim das assembléias, demolição de igrejas, destruição de livros sacros, e abjuração de todos os que ocupavam cargos públicos. Três editos sucessivos acentuaram a severidade das medidas. Não existiu nenhuma perseguição tão violenta,. As províncias do Oriente, onde mandava Galério, foram as mais duramente atingidas. Este final do seu reinado foi justamente apelidado de era dos mártires. Subitamente no ano 305 ambos augustos renunciaram promovendo a augustos a Constancio e Galério,que escolheram como césares .Constantino e Majencio, O mártir mais célebre desta perseguiçõ é Sebastião, o centurião amigo pessoal de Diocleciano.
GALÉRIO: Com ele a perseguição continuou. Houve um dado novo: a violação das mulheres cristãs. Muitas preferiram o suicídio. Assim aconteceu com Sofrônia em Roma, no tempo de Maximino, Era o ano 311 oitavo da perseguição. De repente Galério teve um abscesso nas partes secretas do corpo, logo uma chaga fístulosa que corroeu o mais fundo das entranhas, segundo conta Eusébio. Quase um ano mais tarde promulgou um edito de tolerância, que Eusébio comenta foi um cantar a palinódia, o canto em cor, que,como porta-voz do fio da estória, se cantava para se retratar de cenas anteriores. A esse edito aderiram-se os demais imperadores como Maximino Daya, Constantino e Licínio.
MORTE DE GALÉRIO: (311)A raiz de sua doença, Galério decreta um edito que anula ut Christiani non sint (que não haja cristãos)de Nero com o denuo ut chritiani sint(de novo que haja cristãos). Morto Galério, Maximino Daia, sobrinho e César do Augusto Galério, tinha como súditos o Egito, a Palestina e a Ásia Menor. O César Licínio tinha a Europa oriental como território. Maximino Daia, filho de uma pitonisa de aldeia, supersticioso e beberrão,. no início foi benigno com os cristãos, mas no ano 306 consultou os adivinhos que lhe disseram que todos os males cessariam quando os deuses romanos tivessem o culto devido. Ordenou, pois, a todos os súditos sacrificar publicamente. Após o ano 311 começou um novo método de perseguição, através de uma campanha publicitária,. Porém o resultado foi tudo o contrário. A fome, a peste, fizeram estragos entre a população. A peste foi denominada ânthrax (carvão). Parece ser a primeira notícia sobre a mesma. Além das inflamações, atacava os olhos, deixando cegas as pessoas. A guerra também formou parte das calamidades, pois como os armênios eram na sua maioria cristãos, se rebelaram. Devido à fome e à peste muitos cadáveres eram deixados nas praças. Somente os cristãos perseveraram no cuidado e enterramento dos mortos e repartiam o pão, de modo que todos confessaram que eles eram os únicos piedosos e temerosos de Deus. Maximino usou da calúnia contra Cristo, como as Atas de Pilatos, e trabalhou em favor dos deuses pagãos, usando a condenação do lenocínio como arma contra as mulheres cristãs, de modo que as condenava ad lenonem potius quam ad leonem (ao rufião antes que ao leão).Os mártires mais notáveis são Cosme e Damião, Blas e Catarina de Alexandria. Famosas foram as minas de bronze de Feno na Palestina, sendo que os condenados a elas antes eram marcados com ferro e ficavam sem o olho direito, ou lhes deixavam coxos da perna esquerda cortando ou cauterizando o nervo.
LICINIO: Contraiamente ao oriente em que o número de cristãos era grande, Licínio que era o César da Ilíria , atual Yugoslávia, e territórios do Danúbio, não perseguiu os cristãos. Em 313 visitou Constantino em Milano, após a vitória deste último sobre Majêncio e casou com Constância irmã de Constantino. Após esta visita parece que houve entre os dois césares um acordo de não perseguir os cristãos. Em abril desse mesmo ano Licínio começa a luta contra Maximino, que termina com a derrota deste e seu suicídio. Terminava assim a perseguição contra os cristãos em todo o império. Ao entrar Licínio em Nicomedia como augusto, 13 de junho de 313 fez promulgar um decreto sobre culto e respeito à Divindade: Na prática reduzia-se a uma regra só: liberdade de religião. Ninguém podia ser coagido. ‘Era necessário permitir que cada um seguisse o impulso de sua consciência.” Os novos augustos declaravam que “qualquer um que quizesse seguir a religião cristã possa faze-lo sem temor de ser perseguido. Os cristãos têm plena liberdade de seguir sua religião.(...) Cada qual tem o direito de escolher e de seguir o culto que prefira, sem ser molestado em sua honra ou em suas convicções. Nisso está a tranqüilidade de nossos tempos”. Não houve ao que parece um decreto em Milano, mas um compromisso entre os dois Augustos, Constantino e Licínio, que este promulgou em Nicomedia, capital do oriente, como decreto para seus súditos. Em 324 Licínio foi derrotado por Constantino em Adrianópolis, norte de Estambul, e seis meses depois mandou matá-lo, ficando assim Constantino dono único do Império até sua morte em 337.
CONSEQUÊNCIAS: Deste decreto, tomado através das decisões de Milano, foi estabelecida a igualdade entre cristianismo e paganismo. A religião de Cristo foi declarada lícita. como era a de Mitra e a dos deuses egipcios. .Por isso o paganismo demorou mais de dois séculos em desaparecer, sendo que Juliano, o imperador apóstata, pretendeu revivê-lo no seu mandato(361-363). Citemos entre suas obras contra o cristianismo a intenção de re-edificar o templo de Jerusalém .para os judeus. Porém um terremoto e umas misteriosas chamas acabaram com o projeto. Porém Juliano foi morto numa batalha contra os persas. A tradição diz que exclamou ao ser ferido de morte: venceste Galileu,. designando nesta palavra o Cristo.
CONSTANTINO(285-337) Naceu de uma mãe, S. Helena, filha de um hospedeiro na região da Dalmácia, hoje Yugoslávia em 285. Foi educado na corte de Diocleciano em Nicomedia. Em 305, ano da renúncia dos dois augustos, e sob o domínio de Galério, viaja de forma novelesca para reunir-se com seu pai, agora augusto, na Bretanha. Na fuga foi ajudado pela prometida Fausta, filha de Maximiano, que lhe entregou uma ferradura de cavalo de ouro como sinal de sorte. No caminho manda cortar o nervo dos cavalos de posta, uma vez usados, para não ser alcançado pelos emissários do sogro. Ao se reunir com seu pai o encontra enfermo., quando se dispunha a castigar os PICTOS da antiga Caledônia, hoje Escócia.
306. Ao morrer o pai , Constâncio Cloro em York, é declarado augusto pelas legiões em solo inglês. Sua nomeação é aceita por Galério, o augusto das províncias da Asia Menor, que o reconhece só como césar. Luta em Colônia contra os reis germanos Axarico e Ragásio que, derrotados, foram entregues às feras.
307 Casa com Fausta, filha de Maximiano, o antigo augusto do Ocidente. Este pretende matá-lo. Mas Fausta delata o pai ao marido e no lugar de Constantino um servo dorme sob os cobertores. Quando o assassino sai do quarto com a espada coberta de sangue gritando: Fausta, o tirano está morto, Constantino aparece e Maximiano é encerrado numa prisão onde pouco depois apareceu enforcado.
131 Mortos Valério e Galério,. Licínio ocupa a Grécia e Governa o Oriente junto com Maximinino Daza O Ocidente está sob o comando de Maxêncio (filho de Maximiano) e Constantino.
312 Na primaveira Constantino deixa o Reno, após fazer uma aliança com Licínio a quem promete a mão de sua irmã Constança, e enfrenta na Itália Maxêncio. Tinha 40 mil homens escassos, galos, germânicos e bretãos contra os 100 mil, especialmente africanos, de Maxêncio.
No 27 de outubro desse ano chega às portas de Roma após ter infringido 3 derrotas consecutivas a seu inimigo no norte da Itália. BATALHA DA PONTE MILVIO: Constantino, que três anos antes afirmava haver tido uma aparição de Apolo e que invocava o Sol Invictus, teve antes da batalha uma visão, vista por todo o exército. Como era costume, cada general invocou a seu deus propício. Maxêncio consultou os livros sibilinos que lhe disseram que o inimigo dos romanos pereceria. Constantino invocou o Deus dos cristãos, Cristo, e, em pleno dia, pelo lado do poente viu no céu uma cruz luminosa com estas palavras em grego touto nika com isto vence. Nessa mesma noite Cristo apareceu em sonhos e mandou que fizesse um estandarte com o sinal da cruz. Esta insígnia foi o Labarum, estandarte imperial em forma de cruz que os soldados de Constantino portaram desde então. .Os escudos de seus soldados foram pintados com o X e P gregos entrelaçados que são as iniciais da palavra XPistós, o Cristo. No dia seguinte a batalha é uma derrota completa de Maxêncio que perdeu a vida na ponte de barcas, ao querer fugir da derrota. Constantino entrou triunfante em Roma.
313 De janeiro a março deste ano encontra-se com Licínio em Milano.. Este toma como esposa a Constança, irmã de Constantino e entre os dois se comprometem a dar liberdade aos cristãos. Temos algumas cartas entre os dois augustos com alguns pactos e o decreto de Licínio, após a derrota e morte de Maximino em 13 de junho deste ano, que se inicia com as palavras : Quando Constantino Augusto e eu, Licínio Augusto... O edito reduz tudo a uma só regra: a liberdade de religião. “Queremos que, qualquer que deseje seguir a religião cristã, possa fazê-lo sem o temor de ser perseguido. Os cristãos tem plena liberdade de seguir sua religião...Cada um tem o direito de escolher e de seguir o culto que prefira sem ser molestado em sua honra ou em suas convicções. Está nisso a tranqüilidade de nosso tempo”. É o que se tem chamado de EDITO DE MILANO( Milão).
O Papa Milcíades obteve da emperatriz Fausta o palácio de Latrão que se transformou em Basílica e residência dos papas (a catedral de Roma), até o século 14. Como construções religiosas eram as basílicas espaços cobertos de tetos planos, com 3 ou 5 naves e ao redor do altar tinham o apsis (=concha) da qual se deriva o ábside, espaço semicircular que rodeia o altar. .Junto à igreja estava o baptistérium, ou capela batismal, a única coisa que se conserva do original de S.João de Latrão, embora reformado.
314-Numa guerra contra seu cunhado Licínio, Constantino se apoderou da Grécia, Ilíria(Yugoslávia) e Macedônia, ficando Licínio com a parte da Ásia. Isto deu ocasião para que Licínio perseguisse o cristianismo e até houve algumas execuções de cristãos nos seus domínios.
317-O Labarum, com o monograma de Cristo, é obrigatório em todos os exércitos e as moedas acunhadas terão o mesmo numa de suas faces. Até houve alguma com o símbolo da cruz.
324-A raiz de um incidente de fronteira, Constantino decidiu-se a aniquilar seu cunhado e aproveitou a perseguição religiosa deste para se apresentar como campeão da fé, e defensor da liberdade de consciência. Licínio foi derrotado perto de Adrianópolis (este de Constantinopla) e suas 300 galeras afundadas na entrada dos Dardanelos (Bósforo). Foi obrigado a se render. Constância, a esposa que era irmã de Constantino, obteve deste a vida de Licínio. Seis meses depois sob pretexto de conspiração, foi estrangulado por ordem de Constantino.
325-Diante da questão da natureza e essência do Logos ao qual Jesus estava unido, celebrou-se em Nicea o chamado primeiro concílio ecumênico (de toda a ecumene ou do império habitado) com a presença de Constantino e de 300 bispos, a maioria do Oriente, sendo que estavam como representantes do Papa Silvestre dois presbíteros Vito e Vicente e dirigia como presidente Osio, o bispo de Córdova, confessor ele, do período das perseguições.
326-Visitando Roma não foi bem recebido pelos cidadãos e a pedido de Fausta, sua mulher, mandou matar Crispo. o filho, acusado de querer tomar a madastra e usurpar os outros filhos. Helena, a mãe, reprochou seu filho pelo crime cometido em seu neto, o preferido. Constantino viu sua segunda esposa, Fausta, como culpável e mandou matá-la no momento do banho. Não foram estas, as únicas violências de Constantino. Com verdadeiro desprezo da vida humana, entregou às feras os chefes germanos derrotados, torturou até a morte 6 mil prisioneiros suevos, e foram empregados em trabalhos forçados 49 mil cativos godos para a construção de Constantinopla no lugar de Bizâncio, cidade consagrada à Lua. Precisamente um raio de lua salvou-a de um ataque macedônico. Os bizantinos puderam assim ver os preparativos dos assaltantes. A cidade gravou nas moedas a meia lua que os turcos conservaram como emblema ao apoderar-se dela.
330-Constantinopla. Iniciadas a obras seis anos antes no dia 11 de maio de 330 inaugurava-se a cidade, que seria a nova Roma. Após as missas cantadas nas basílicas, uma procissão cantando o Kyrie eleison precedia a estátua de Constantino coberta de ouro e em cuja coroa os raios estavam formados com os pregos da santa cruz; cruz que tinha sido encontrada por Helena sua mãe, em Jerusalém(327) como resultado de uma peregrinação para pagar os crimes do filho( ver ano 326).
337-Morte. Dispunha-se a lutar contra o persa Sapor II; mas setiu-se enfermo. Encamado e prestes a morrer, pediu o batismo. que nesse instante supremo era garantia de absoluto perdão para passar da terra ao céu (crença no purgatório). Ordenou que lhe tirassem a púrpura e o vestissem com a alba branca dos neófitos(recém batizados) e exclamou: Eis o dia pelo que tanto tempo desejava, eis a hora da salvação de Deus esperada. Neste dia sou verdadeiramente feliz. Vejo a luz divina. Morreu como cristão quem teve a alma como tal, mas o cérebro de um pagão
(Pe. Ignácio, dos padres escolápios)
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