Os
dados do mapeamento realizado pelo TerraClass, sobre o uso das áreas
desmatadas na Amazônia já estão disponíveis no site do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Pela primeira vez, foi mapeado o
uso das áreas desmatadas do bioma para mostrar o que foi feito com os
720 mil quilômetros quadrados de florestas já derrubados.
Para
isso, foram analisadas as informações sobre o desflorestamento ocorrido
até 2008 que constam no inventário do Prodes, sistema do INPE que
mapeia anualmente o desmate na Amazônia Legal com base em imagens de
satélites.
Esta nova leitura resultou
na elaboração de um mapa digital que descreve a situação do uso e da
cobertura da terra, considerando as seguintes classes temáticas:
Agricultura, Pasto Limpo, Pasto Sujo, Pasto com Solo Exposto,
Regeneração com Pasto, Vegetação Secundária, Mosaico de Ocupações,
Mineração e Área Urbana.
Os mapas
mostram que a maior parte, cerca de 60%, foi convertida para a pecuária.
Em 21% houve registro de vegetação secundária, áreas que se encontram
em processo de regeneração avançado ou que tiveram florestas plantadas
com espécies exóticas.
O projeto
TerraClass é fruto da parceria entre o INPE e a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Para a execução desse projeto foram
mobilizadas as equipes do Centro Regional da Amazônia (CRA) do INPE e da
Embrapa Amazônia Oriental, ambos situados em Belém (PA), e da Embrapa
Informática Agropecuária, em Campinas (SP).
O
monitoramento por satélites é hoje imprescindível na contenção do
desmatamento para proteger a biodiversidade e frear alterações no clima,
além de gerar as informações necessárias à implantação de políticas
voltadas ao desenvolvimento sustentável.
Desde
1988, o INPE mapeia de forma operacional o desmate por corte raso com o
Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal
(Prodes), sistema reconhecido internacionalmente por sua excelência e
pioneirismo.
O INPE mantém em
operação três sistemas para monitorar o desflorestamento na Amazônia –
além do Prodes, o Deter e o Degrad -, que atuam de forma independente,
porém complementares.
O Prodes é
considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo,
por cobrir 4 milhões de km² todos os anos. Seu resultado revela a taxa
anual do desmatamento por corte raso, quando todo o conjunto de árvores
de floresta é retirado.
Desde 2004, o
INPE também opera o sistema Deter - Detecção de Desmatamento em Tempo
Real. Menos detalhado do que o Prodes - por utilizar sensores que cobrem
a Amazônia com maior freqüência, porém com imagens de menor resolução
espacial -, o Deter é mais abrangente e inclui tanto o corte raso quanto
as ocorrências de degradação florestal. É utilizado para informar
rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Em
2008, o aumento da degradação indicado pelo Deter motivou a criação do
terceiro sistema, denominado Degrad, para identificar as áreas que ainda
não podem ser classificadas como corte raso, mas já estão comprometidas
pelo desmate. A degradação torna a floresta mais vulnerável - a
vegetação mais baixa sofre com as queimadas e as árvores de maior porte
continuam em pé, porém mortas.
O
lançamento do TerraClass, que revela como estão sendo usadas as áreas
onde não se encontra mais floresta nativa, é parte do contínuo
aperfeiçoamento das tecnologias desenvolvidas pelo INPE para proteger o
meio ambiente.
Os dados sobre
desmatamento na Amazônia têm fornecido subsídios a políticas públicas
direcionadas para a fiscalização e para o desenvolvimento sustentável da
região. Tratam-se de dados disponíveis a qualquer cidadão, pois o INPE
divulga na internet todas as informações que gera em benefício da
sociedade, como focos de queimadas, condições meteorológicas, qualidade
do ar, ocorrência de raios, nível de reservatórios, entre outros.
Fonte: Jornal A Crítica
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