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Mostrando postagens de 2025

O Ano Litúrgico

  O Ano Litúrgico na Igreja Católica é um ciclo de celebrações sagradas que guia os fiéis através dos principais mistérios da fé cristã. Iniciado no Advento, ele organiza o tempo e a vida da Igreja em torno da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Cada “tempo litúrgico” tem as suas próprias características espirituais, cores e celebrações especiais, criando um calendário de renovação e proximidade com Deus ao longo do ano. Organização do Ano Litúrgico Devido à necessidade de organizar as comemorações religiosas, foi estabelecido um calendário de datas a serem seguidas, que ficou sendo denominado de “Ano Litúrgico” ou “Calendário Litúrgico”. O Ano Civil começa a 1 de Janeiro e termina a 31 de Dezembro. Já o Ano Litúrgico começa no primeiro Domingo do Advento (cerca de quatro semanas antes do Natal) e termina no sábado anterior (após a solenidade de Cristo Rei do Universo). O Ano Litúrgico está dividido em “Tempos Litúrgicos”, como veremos a seguir. O A...

Carta Apostólica “In unitate fidei” no 1.700º aniversário do Concílio de Niceia (23 de novembro de 2025)

 O Papa Leão XIV publicou, no domingo, 23 de novembro, Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, a Carta Apostólica "In unitate fidei", por ocasião dos 1700 anos do Concílio de Niceia. O texto, apresentado às vésperas da Viagem Apostólica do Pontífice à Turquia, traz como um forte apelo à renovação da fé e à unidade dos cristãos.       Carta Apostólica “In unitate fidei” 1. Na unidade da fé, proclamada desde os primórdios da Igreja, os cristãos são chamados a caminhar em concórdia, guardando e transmitindo com amor e alegria o dom recebido. Isto é expresso nas palavras do Credo: “Cremos em Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, que desceu do céu para a nossa salvação”, formuladas pelo Concílio de Niceia, primeiro evento ecumênico da história da cristandade, há 1700 anos. Ao me preparar para realizar a Viagem Apostólica à Turquia, desejo, com esta carta, incentivar toda a Igreja a renovar o impulso na profissão da fé, cuja verdade – que há séculos consti...

Leão XIV: a santidade floresce no serviço cotidiano aos mais vulneráveis

  O Papa recebeu na manhã desta segunda-feira (20/10), na Sala Paulo VI, os peregrinos que vieram a Roma para as canonizações celebradas no domingo. Italiano, inglês e espanhol foram os idiomas utilizados em seu discurso: “Os novos santos são sinais luminosos de esperança”, afirmou o Pontífice   O Papa Leão XIV recebeu na manhã desta segunda-feira, 20 de outubro, na Sala Paulo VI, os peregrinos provenientes de diversas partes do mundo que vieram a Roma para participar das canonizações celebradas no último domingo. Durante o encontro, o Pontífice dirigiu-se aos fiéis em italiano, inglês e espanhol, e sublinhou a universalidade da Igreja e a comunhão que une os cristãos de todos os continentes em uma única fé: “Os novos santos são sinais luminosos de esperança, porque ofereceram suas vidas por amor a Cristo e aos irmãos.”   Um pastor segundo o coração de Cristo Ao recordar o bispo mártir armênio Inácio Maloyan, o Papa destacou o testemunho de um pastor fiel at...

O Papa: a autoridade não se baseia em cargos e títulos, mas na liberdade de servir

  O Pontífice recebeu na Sala Clementina da Residência Apostólica os participantes do encontro dedicado ao cardeal Rafael Merry del Val, Servo de Deus, que desempenhou diversas funções na diplomacia vaticana e foi escolhido por Pio X como Secretário de Estado. Seu exemplo ensina que   "todo serviço na Igreja é precioso quando o se vive para Cristo".   O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta segunda-feira (13/10), na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes do encontro de estudo sobre o cardeal Rafael Merry del Val, por ocasião do aniversário de 160 anos do seu nascimento.  O Servo de Deus Rafael Merry del Val nasceu, em Londres, em 1865, "num ambiente onde a abertura ao mundo era uma realidade cotidiana. Filho de pai diplomata espanhol e mãe inglesa, teve uma infância cosmopolita que o habituou desde cedo à diversidade de línguas e culturas. Cresceu respirando a universalidade, que mais tarde reconheceria como vocação da Igreja, e essa educação...

Verdade e Tolerância

   Qual a atitude da Igreja Católica frente às demais denominações religiosas? Os direitos da verdade excluem uma posição de tolerância diante daqueles que não professam a verdade? A tolerância consiste em uma disposição de longanimidade em virtude da qual alguém, por motivos de prudência, deixa que outras pessoas pensem e exprimam opiniões errôneas ou aparentemente errôneas, opiniões que dito indivíduo não compartilha. Essas opiniões podem ser de índole filosófica, literária, política, religiosa… Aqui interessar-nos-ão de modo especial as opiniões religiosas. Dividiremos as nossas considerações em duas partes, a primeira das quais analisará rapidamente a mentalidade do homem moderno no tocante à «verdade»; na segunda etapa fixaremos os princípios para a solução do problema «verdade e tolerância». Genuína e falsa tolerância «O zelo em prol da verdade muitas vezes tem servido de pretexto para os mais funestos males e para a revolta das paixões humanas», verifica Victor White, n...

Os “Irmãos do Senhor”

Quando os católicos chamam Maria de “Virgem Bem-aventurada”, eles querem dizer que ela permaneceu virgem por toda a vida. Já os protestantes acreditam que Maria era virgem apenas até o nascimento de Jesus e que ela e José tiveram filhos mais tarde, a quem as Escrituras se referem como “os irmãos do Senhor”. A controvérsia em torno desses versículos bíblicos que usam os termos “irmãos”, “irmão” e “irmã” surge da falta de clareza sobre o significado exato dessas palavras na época em que foram escritas. Existem cerca de dez casos no Novo Testamento em que “irmãos” e “irmãs” do Senhor são mencionados (Mateus 12, 46; 13, 55; Marcos 3, 31–34; 6, 3; Lucas 8, 19–20); João 2, 12; 7, 3, 5, 10; Atos 1, 14; 1 Coríntios 9, 5). Para entender esses versículos, é importante observar que o termo “irmão” (grego: adelphos) tem um significado amplo na Bíblia, que não se restringe ao significado literal de irmão pleno ou meio-irmão. O mesmo vale para “irmã” (adelphe) e a forma plural “irmãos”...

Por que a Crucificação? Três Razões para o Sacrifício de Cristo na Cruz

    1. Um Sacrifício Compreensível a Todos os Povos O tema do sacrifício é universal. Em todas as culturas antigas encontramos a prática de oferecer sacrifícios a alguma divindade, seja para pedir perdão, agradecer ou demonstrar reverência. Essa realidade está inscrita na natureza humana. Ao se apresentar como sacrifício, Jesus fala a uma linguagem que todos os povos, de todos os tempos, podem entender. Na cruz, Jesus se entrega como o sacrifício definitivo. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,29). Todos os sacrifícios anteriores, tanto no judaísmo quanto nas outras religiões, apontavam para esse ato supremo de amor e redenção.   2. A Seriedade do Pecado e a Profundidade do Amor O sacrifício da cruz revela, de forma dramática, duas verdades fundamentais: a gravidade do pecado e a imensidão do amor de Deus. Ao permitir que Seu Filho fosse crucificado, Deus nos mostra o quanto o pecado é uma ofensa séria à Sua santidade. A morte do Fi...

A TRINDADE SANTÍSSIMA – NOSSO DEUS

  É absurdo e impróprio pintar em ícones a Deus Pai com barba cinza e o Filho Unigênito em seu seio com uma pomba entre ambos, posto que ninguém viu o Pai segundo a Sua Divindade, que o Pai não tem carne […] e que o Espírito Santo não é, em essência, uma pomba, mas, em essência, Deus (Grande Sínodo de Moscou, 1667). Esta decisão da Igreja Ortodoxa Russa condenou a tendência de artistas russos que, de certo modo, estavam imitando a arte ocidental, deixando de lado os princípios canônicos que determinavam a forma e o conteúdo dos ícones. E, a Rússia já tinha oferecido à Igreja o ícone da Trindade Santíssima por obra do monge Andrei Rublev (1360-1430), e que se tornou modelo para os outros ícones. Rublev, canonizado pela Igreja russa em 1988, para sua obra prima teve seus dias de pura inspiração e, quando apresentou aos monges o ícone da Trindade, provocou um puro assombro: estavam diante de algo divino, jamais concebido por artista humano, e prorromperam num hino de louvor ao Deus T...