A Vivência da Quaresma tem sofrido transformações, mas permanece o seu sentido maior de preparação para a Páscoa, explica Dom Sérgio. A Quaresma é vivida, hoje, de modo bastante diferente do passado, num novo contexto sociocultural. A vivência da Quaresma tem sofrido transformações decorrentes das próprias mudanças culturais ocorridas em nosso meio, que incluem alterações na percepção e vivência da religião, repercutindo na compreensão e nas práticas quaresmais. A própria Igreja Católica promoveu alterações significativas na maneira como se celebra e se vive a Quaresma, especialmente, em relação às práticas penitenciais. Contudo, em meio às mudanças culturais e religiosas, permanece o seu sentido maior enquanto tempo de preparação para a Páscoa por meio da oração, da penitência e da caridade. A reforma litúrgica, com o Concílio Vaticano II, revalorizou o Tríduo Pascal, retomando o sentido de recolhimento do sábado, véspera da Páscoa, denominando-o “sábado santo” e não mais “sábado de
O Eva ngelho deste Domingo II do Tempo Comum (Jo 1, 35-42) faz-nos ver no primeiro plano João e Jesus. 1. Neste Evangelho, ainda que seja dito que João também batize, não aparece com o seu nome habitual de João Batista (Iôánês ho Baptistês), como se lê nos Evangelhos sinóticos. No IV Evangelho, o seu papel fundamental é o de «testemunha». Então, João permanece lá «estacado» (eistêkei), em Bethabara [= «Casa de passagem»], onde se encontra desde Jo 1, 28, imóvel e sereno e atento. O lugar em que permanece parado, define-o e define-nos: é um umbral ou limiar. Todo o umbral ou limiar é um lugar de passagem. Estamos de passagem. João ocupa, portanto, o seu lugar estreito e aberto entre o des-lugar e a casa, o deserto e a Terra Prometida, entre o Antigo e o Novo Testamento. João coloca-se estrategicamente do outro lado do Jordão, onde um dia o povo do Êxodo parou também, para preparar a entrada na Terra Prometida, atravessando o Jordão (Js 3). É desse lugar de passagem, mas em que es